Divórcio, o nascimento prematuro do bebê e visita de Erik.

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Depois de mais de dois meses houve algumas brigas, Raoul estava cansado de ouvir as reclamações de sua esposa, e tomou a fundo e direto com a conversa:

- Christine, você tem duas opções: Fique comigo ou vá embora!

- O quê? Mas eu estou... oh... eu compreendo o que pede. Deixe-me pensar.

- Te darei 1 hora para pensar, aqui é o ponto do sem retorno, ouviu?

- Só para tirar dúvida. Se eu sair de casa, eu levo APENAS as minhas coisas?

- Sim. Só as suas.

- Certo. E se eu ficar...?

- Se ficar haverá uma nova regra aqui: Nada de reclamar. Só quando estiver na hora de nascer o bebê, é que deve me avisar!

- Era só isto mesmo de dúvida. Eu vou pensar em relação ao que disse.

- Fique à vontade. Pode me dizer quando estiver pronta, claro.

- Eu... - respira fundo - quero me divorciar e sair desta casa.

- Ótimo Christine, bela escolha. Uma pena que não posso matar o bebê, só para cortar o nosso relacionamento de vez.

- Você é um descarado!

- Eu, descarado? Descarado é o Erik, não tem nem um rosto direito! E se você for morar junto dele, tu irá ver a minha ira e vingança flamejar até no inferno!

- Não diga isso, Raoul! Eu quero me divorciar hoje mesmo, não importa quantas vezes terei que assinar meu nome, mas EU QUERO ME LIVRAR DESSA PRISÃO, SEU CACHORRO DE CHAGNY!

- Olhe o respeito comigo, lembre-se que ainda estou casado com você!

- E quer saber? Está vendo este anel que usei por 3 anos? Ela é agora seu. Pode ficar com o anel, pode pedir outra mulher em casamento! Assim você economiza dinheiro também. Eu irei arrumar as minhas coisas e cair fora, que é o melhor que faço!

- Isso mesmo, vá embora, sua vadia! Eu nem te amava mesmo, eu só casei com você só para te prender, nunca mais cantar naquela ópera! E já que pegou fogo, é perfeito! Tudo está igual ao seu anjo da música: EM CINZAS!

Christine saiu da sala enfurecida, a ponto de seu vestido quase se rasgar. Arrumando as malas, ela sentiu mais um chute do bebê: Ele também deve estar protestando em relação ao divórcio de seus pais. Mas infelizmente Christine e Raoul irão cortar uma linha amorosa que tinham. Assim que a última letra do divórcio for assinado, tudo, oficialmente será terminado.

- Assine aqui, senhorita Daaé.

- Pronto.

- Vocês dois voltaram ao sobrenome de solteiros: Raoul de Chagny e Christine Daaé. Apenas isto. O papel da justiça vai chegar em um dia.

- Espero nunca mais te encontrar, Raoul!

- Eu digo o mesmo, Christine. Tomara que morra!

- Ei, ei, mantenham a calma! Eu entendo o ódio, mas não se matem entre si por favor!

- Eu mesma me retirarei, senhor. Com licença.

- Toda, senhorita.

Christine sentiu uma dor na ponta da barriga, e as sensações eram terríveis: e o pior, a bolsa estourou. Christine foi socorrida a tempo para um hospital e ter o parto normal. Depois de tanta força, nasceu o bebê, era um menino. Christine só fazia chorar de felicidade, afinal, seu filho acabara de nascer. Mas depois de algumas horas ele reagiu, se mexia, fazia algumas coisas. Erik só chorava de felicidade ao ver aquela cena do parto através do espelho. Ele resolveu visitá-la à noite, onde é mais calmo o hospital:

- Christine... está acordada?

- Erik... quanto tempo, o que faz aqui?

- Eu vim te visitar, Christine. Como vai o bebê?

- Espera, aqui no quarto tem espelho?

- Sim, olhe ali.

- Por isso que sabe...

- Ele é a cara de seu pai.

- Sério?

- Sim. Seu pai tinha um coração bom, mas claro, ele é pecador como todos nós, acabou conhecendo a sua mãe, que era bailarina, e ele... quis fazer o desejo dele. Foi assim que a sua mãe engravidou de você, e nasceu na Suécia.

- Como sabe de tanta coisa sobre mim?

- Eu tinha 10 anos na época. Me lembro das bailarinas contando sobre você, bem pequenininha. Uma vez já coloquei você nos meus braços... Seus olhinhos azuis abriram, e começou a tocar a minha máscara... lembro-me como se fosse ontem. - Começa a chorar - Era tão bobinha nos meus braços, nem sabia que eu era um monstro!

- Erik, você não é um monstro. Olhe só, você me ensinou um monte de coisas, inclusive a cantar. Eu queria te ensinar o amor. Mas não o que pensa de estarmos na mesma cama, mas... posso te tratar como uma criança só por uma semana?

- Só me lembro de minha infância ruim...

- Entenda, crianças são inocentes, e eu te ensinarei o amor.

- Oh, não precisa...

- Claro que precisa! Não adianta fugir.

- Tudo bem, mas quero ver o bebê...

- Ah, é um menino. Ele está ali, naquele berço especial que fizeram para ele.

Erik se aproxima daquele berço, e nota que ele se mexe, e dá um choro baixo, está com fome.

- O que eu faço com ele? Está chorando!

- Dê ele aqui, eu cuido disso.

Erik só observava tudo, e aprendia um pouco com Christine. Estava orgulhoso de ver aquela garotinha sendo mãe. Mas aí veio o perigo para a mente do Erik e pergunta:

- Christine, o Raoul está aqui?

- Não. Eu me divorciei dele hoje.

- Uh, certo.

- Erik, e eu tenho uma pergunta para ti: Ainda está de pé o plano de se casar comigo?

- Espere, o quê? É... Sim, eu estou com o plano sim de pé!!

- Perfeito. Podemos nos casar qualquer dia desses?

- Podemos sim, mas primeiro lembre-se: Raoul pode querer vingar de você, querendo não só te ameaçar, mas eu também estou em risco. Por isso, fique atenta, prometa-me.

- Ok, prometo-me a ti.

- Eu vou deixar você descansar agora. Boa noite, Christine. - Dá um beijo na bochecha dela - Tenha bons sonhos...

E assim Christine dorme, junto com o pequeno Gustave no colo.

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A carta, o sonho e a realidade - O fantasma da Ópera.Onde histórias criam vida. Descubra agora