Capítulo 5

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Mal penso, já estou ao lado do homem no sofá. Preciso acabar logo com isso.

— O que foi? — Ele não se afasta, continua com o seu sorriso idiota.

— Cale a boca. Finja que está apaixonado por mim, coloque a mão aqui. — Puxo a mão dele, colocando-a sobre a minha barriga. Sua mão é forte e macia, sem nenhum calo. Esse inútil não deve fazer nada da vida.

— Por que isso?

Vejo que está se divertindo com o meu desespero, e se aproveitando.

Estou bem perto dele, a ponto de sentir o seu cheiro amadeirado, o mesmo da outra noite.

— Me deixe vê-la, Geise — implora. — Sofia! — Ele esbraveja.

O desgraçado olha feio para a porta e depois, aos poucos, seu sorriso diabólico se abre.

— Já entendi.

Lucas passa pela minha mãe e entra na sala. Ele me olha, ao mesmo tempo em que observa o homem sentado ao meu lado.

— Então é verdade mesmo? — Lucas se segura na lateral do outro sofá. Meu pai tenta ajudá-lo com a situação, mas ele o empurra.

— O que faz aqui, Lucas? — pergunto, ainda segurando a mão do cara na minha barriga.

— Esse é o Lucas? — interroga, como se falássemos dele todos os dias. — Prazer, sou o Daniel.

Não acredito que se atreve a se levantar e cumprimentar o meu... Não, ele não é mais o meu...

Lucas olha para a mão estendida e, como meu pai, tenta dar um soco na cara de Daniel — quer dizer, não sei se é realmente o nome dele. O tal Daniel deve fazer algum tipo de luta ou defesa pessoal, porque é muito rápido; desvia-se do soco e segura o próximo.

Lucas está furioso por não conseguir atingi-lo.

— Por que todo mundo tenta me bater nessa casa? — questiona, franzindo a testa.

Como se ele não soubesse.

— Porque você é um maldito aproveitador de menininhas... — O quê? Lucas acabou de me chamar de menininha? — Que sai por aí engravidando garotas comprometidas.

Enquanto fala, tenta atingir Daniel, que se esquiva outra vez.

— Engravidando? — Ele olha para mim e sorri. Acho que entendeu agora por que coloquei a mão dele na minha barriga. — Não, apenas aconteceu, é o que acontece quando pessoas transam com frequência, muita frequência no nosso caso. — Ele dá de ombros.

É um ótimo ator.

Maldito!

Sinto o rosto esquentar. Não é possível que eu esteja corando.

— Aconteceu? Frequência? Quantas vezes vocês... — Lucas para no meio da pergunta, acho que não quer saber a resposta.

— Bom, você quer saber desde que começamos a sair, ou quantas vezes transamos em apenas um dia? — provoca. Ele nem gosta disso, né? Só piorou as coisas ainda mais.

— Desde quando está com ele, Sofia? — Lucas indaga, expressando sua raiva, falando alto comigo, aparentemente com toda razão. A dor dele é a minha dor. Dói demais ver como ele está sofrendo, e tudo por culpa desse homem.

— Lucas, eu...

O que posso dizer que não vá feri-lo mais do que já está?

— Não precisa se explicar, anjo.

Homem de NegóciosOnde histórias criam vida. Descubra agora