Explosão

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Ao chegar em casa minha mãe me viu sem a mochila e então eu percebi a besteira que havia feito. O que eu inventaria agora?

- Oi mãe! É... Que...

- que o que Emily? Cade a sua mochila da escola?

- Puxa vida! Acabei esquecendo na escola. Vou ligar para Filipe e pedir para ele trazer pra mim.

- Filipe? Você sabe que eu não gosto nada nada que você ande com esse menino.

O pai de Filipe já esteve na cadeia, então por isso minha mãe o julgava um marginal apenas por ser filho de quem era. Isso era absurdo, aquele garoto era um dos melhores alunos da classe, ajudava sua avó com os serviços de casa e ainda cuidava do irmão pequeno quando a mãe precisava sair para trabalhar. Ele era um anjo! Odeio esse preconceito barato da minha mãe e o pior é que papai também cai nessa.

- Está bem mamãe! Desculpe o.k? Posso ir para meu quarto? - Subi as escadas.

Tudo que eu queria era deitar e acordar apenas para o jantar. Deitei na cama e fiquei pensando no beijo. Ele não devia ser BV porque ele praticamente me levou ao paraíso.

Acabei pegando no sono sem almoçar.

-Emily? Emily? Emily? - mamãe estava quase derrubando a porta do meu quarto.

Levantei então e fui ver o que ela queria.

- Seu amigo está aqui. E com a sua mochila.

- Mande ele entrar.

- E deixar você sozinha com ele no quarto?

- Mãe, o que eu iria querer com um marginal? Como a senhora mesmo diz.

- Então está bem. - mamãe foi buscar ele.

- Oi - Disse ele ao entrar no quarto.

Peguei a mochila e a joguei no chão. Eu queria era abraçar ele. Beijar. Eu o desejava.

Joguei a mochila no chão e começamos a nos beijar frenéticamente.

Naquela hora eu vi um lado de Filipe que eu não conhecia. Ele passou a mão em mim. Mas eu não tive coragem de impedi-lo aquelas mãos macias acariciando meu corpo. Aquilo era muito bom.

Até que ouvimos alguém subindo as escadas. Não acredito, era minha mãe!

- Emily, trouxe esse lanche para você. Você dormiu sem almoçar.

- Obrigada mesmo mãe. Eu estava com fome. - O que não era mentira.

Depois que mamãe saiu ele ficou me olhando.

Tudo que eu queria era sentir mais e mais suas mãos. Eu o beijei. Nos lábios. No pescoço. Na orelha. Eu realmente estava o provocando.

- Eu te desejo Emily.

- Vai ter que esperar! - Eu o provocava cada vez mais.

- Preciso ir embora.

- Tudo bem então.

- Nos estamos...?

-Estamos o que Filipe?

- Estamos namorando?

- Xiiiiu! Fala baixo. É claro que não. Agora vai! A gente se vê amanhã.

- Então tá. Tchau!

- Tchau Filipe.

- Emily?

- O que? - respondi.

- Eu te amo. - Eu não havia me acostumado con essas três palavras.

- É... Obrigado! - O que eu tinha dito? Obrigado? Nunca mais ele vai falar comigo.

Depois disso ele saiu, eu sentei na ponta da cama e comecei a comer.

E por isso o meu dia não foi dos melhores. Eu havia feito um papel de garota oferecida. Praticamente uma puta. Perdi totalmente os meus valores. Mas aquele garoto valia a pena. E ele gostava de mim; o ruim é que eu também estou gostando dele.

Tipo assim; do nada. Vou precisar me controlar. Não posso perder a linha de novo. Apesar de que talvez ele nem queira me ver novamente por causa daquele "Obrigado".

Enfim, agora vou me deitar.

Boa noite Diário. Com amor, Emi.

Altamente InflamávelOnde histórias criam vida. Descubra agora