Viagem Inesperada ( Parte I )

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Acordei com um barulho enorme na porta. Olhei as horas no relógio que ficava em cima do criado-mudo.Era apenas 08h da manhã. Eu estava morrendo de sono e quis matar quem for que seja que veio me acordar a essa hora ''da madrugada''

- Minha filha, preste atenção. Pegue uns dois pares de roupa, um sapato fechado e outro aberto, um par de chinelos e uma escova de dentes. Estamos indo para a fazenda com os amigos do seu pai.

- O..QUE?! - meu cérebro não tinha processado tantas idéias ainda.

- Você é surda ou é retardada?

- Não. Espera! Mãe? - eu disse sonolenta.

- Emily se você não despertar agora mesmo eu vou estapear a sua cara ate você acordar!

- Tão delicada quanto coice de mula né linda? - onde eu peguei esse costume de falar ''linda'' quando estava sendo sarcástica?

- Desculpa, eu estava tão extressada que acabei descontando em você. - ela me puxou pra perto dela e me deu um beijo na testa. - É que eu já estou cansada sabe? A fazenda com certeza estará apenas o pó da rabiola e eu terei que limpar. Poxa, para quê inventar uma viagem no domingo as 08h da manhã!

- Mãe? O que tá acontecendo?

- Minha filha. Estou me sentido uma escrava! Já pode começar a cantar ''Le rere rê Le rererere" - ela cantou a abertura de uma novela que tinha escravos nas senzalas como tema. - Terei que lavar, cozinhar e outras coisas mais. E aquela vadia, mulher daquele chefe do seu pai não serve para nada! Como uma mulher de 45 anos não pode recolher o prato de seu próprio filho na mesa de jantar? Ah! Faça-me o favor. Juro que pegarei ela nos tapas se ela dizer que não pode ajudar por que não quer quebrar as unhas! - eu fui obrigada a cair na risada. Minha mãe era bem engraçada quando queria.

- Tá bom Isaura - debochei - Irei arrumar uma mochila com tudo que você mandou. Mas, olha, eu posso levar a Gizely? - perguntei.

- Ah! Quer saber? Leve. E além do mais, gosto muito dela. Sempre que vem aqui é tão educada e varre até a poeira que deixa no chão após pisá-lo! - minha mãe e essa mania de limpeza... Se você limpasse até o sofá em que sentou, você seria amigo dela. Caso contrário? Você seria a pior pessoa do mundo.

Peguei o meu celular para mandar uma mensagem para a Gi. Que luxo! Eu poderia levá-la para viajar comigo! Mandei a seguinte mensagem:

"Amiga, dois pares de roupa, um sapato fechado e outro aberto, um par de chinelos e uma escova de dentes. Aqui na minha casa em meia hora ou partimos sem você."

"Código morsa agora? Roupa significa o quê? Perigo?"

"KKKK engraçadinha você né? Estamos indo para a fazenda."

" Chego aí em quinze minutos"

Provavelmente ela não demoraria. Ela morava a duas ruas aqui de casa. E sempre que podia vinha fofocar comigo. Eu adorava a presença dela. Nunca tive uma amiga tão leal quanto ela e eu estaria disposta a dar a minha vida por ela. Sei que parece obssesão, mas não é. É apenas sentimento de amizade, amizade verdadeira e para a vida toda.

Dito e feito. Quinze minutos depois a danada estava na porta de casa tocando a campainha. Corri para atender a porta mas quando cheguei la embaixo mamãe já havia abrido a porta.

- Olá querida! - minha mãe a comprimentou com um beijo no rosto. - Entre, ajude essa lerda da Emily a terminar de arrumar as coisas dela.

- Eu to aqui viu? 

- Eu sei! Agora sobe, vai arrumar suas coisas. - ela deu um tapinha na minha nadega quando me virei.

Chegamos ao quarto. Desabei na cama. Tudo o que eu queria era voltar a dormir. Quando estava quase cochilando a Gi me cutucou

Altamente InflamávelOnde histórias criam vida. Descubra agora