Altamente Inflamável

Viagem Inesperada ( Parte II )

Após mais uma hora de viagem chegamos a fazenda. Eu adorava passar as minhas férias aqui quando criança. Sério, eu adorava. Ainda mais pela companhia da empregada/madrinha que eu amava tanto. A Paola. Paola era uma pessoa simples mas muito bonita. Tinha a pele negra e firme. Os cabelos e enrolados pareciam uma floresta cheia de mistérios. Ela parecia uma tÍpica deusa africana. E eu a achava perfeita. Ela tinha os olhos verdes piscina e encantava a todos que iam a fazenda. Já fizeram várias propostas para modelo, mas Paola sempre negou todas. Eu nunca entendi o porque, já que ela era tão bela! E uma beleza exótica que tirava o fôlego de todos.

- Dindaaaa! - eu gritei ao encontro dela que já me esperava de braços abertos.

- Minha pequena! - disse ela me abraçando calorosamente, como só ela sabia fazer. - eu senti saudades de você sua louquinha! Porque sumiu e não me deixou nenhuma mensagem no wati zati! - rimos

- Olha a Dinda - fiz cara de deboche. - tá moderna hein? e não é wati zati - ri de novo - é whatsapp. 

- Isso não interessa. Preparei um monte de delícias para você cabeça de tomate - ela riu.

- Você sabe que eu odeio esse apelido né?

Fomos em direção a casa. Era maior do que a casa que realmente morávamos e eu sempre preferi morar aqui na fazenda, mas não podia por causa da escola. Era uma tradicional casa britânica na fazenda. Herança dos meus avos. Eles eram britânicos e já no fim da vida vieram morar nessa fazenda. Diferente de minha mãe que cresceu aqui no Brasil. Ela veio com umas tias para cá quando tinha apenas 9 anos de idade e desde então nunca mais voltou á Europa. Lugar que eu sempre quis conhecer.

Na sala o papel de parede tinha desenhos imperialistas e que impressionavam nos detalhes. Me senti em um palácio. E como havia chovido e estamos no inverno, a lareira estava acesa. O que eu mais gosto nesta casa definitivamente é a lareira. Se eu pudesse teria uma na casa da cidade e a acenderia sempre no natal. Mesmo que estivesse aquele calor escaldante. 

Outra coisa que me agradava muito na fazenda era o Pietro. Quando a gente era pequeno ele dizia que iria se casar comigo. Era tão bonitinho! Ele tem a mesma idade que eu, porem cresceu rápido demais. Com 16 anos já tinha musculos de deixar as garotas sem ar. E barba também. Ele era lindo. Mas não lindo como Octávio. MAIS, MUITO MAIS. Porém não pretendo nem olhar pra ele. Já me basta esse rolo com Filipe e Octávio.

Octávio. Quase me esqueci que ele estava aqui. Aliás, esqueci de tudo! Onde está a Gizely?

- Emi? - droga. Gi me pegou olhando para Pietro! - o que você está olhando para a janela? - ela disse antes de morder um pedaço de bolo que provavelmente pegou na mesa que a \Paola preparou. - deixa eu ver, sai daí.

- N..Nada não. Vamos dar um mergulho na piscina?

- Piscina? Nesse frio? - droga de novo, mil vezes droga. - você não me engana. Sai, deixa eu ver. 

Sai da frente da janela e ela viu Pietro com a camisa xadrex quase totalmente aberta mostrando o peito torneado.

- Você é gulosa demais não é não? Octávio, Filipe e agora esse cowboy aí? Se controla Emily!

- Eu não sinto nada pelo Pietro sua boba. Ele é meu amigo de infância.

- Pelo que eu saiba o Filipe também era antes de você dar aqueles pegas nele.

- Para de besteira. Vem, vamos comprimentar o Pietro. - agarrei ela pelo braço e vi o farelo de bolo espalhado pelo quarto de hóspedes. - você vai limpar isso aí quando a gente voltar.

\Corremos pela grama ligeiramente molhada e que molhava a minha canela. Quando saimos de casa eu escolhi vestir um short, mas já me arrependi. Estou sentido um frio terrível nas pernas apesar de usar uma blusa de moletom da G.A.P. Uma marca estrangeira de roupas. 

Após atravessar todo aquele pasto de gramas verdes e bem cuidados chegamos ao Pietro que estava no curral.

- Emily! - ele correu e me abraçou com todas as suas forças fazendo com que meu corpo grudasse ao seu. Pude sentir o seu suor molhando o meu rosto e retribui o abraço. Ele me passava calor. Calor humano. Tive milhões de sensações naquele abraço e só sei de uma coisa: eu não queria que terminasse nunca. - Até que enfim deu as caras aqui na fazenda! E trouxe uma amiga muito linda.

- O que é isso. - disse Gi toda vermelha e sem jeito oferecendo a mão para o cowboy apertar.

Ele a abraçou também, porém foi mais rapido e pude sentir o nojo na cara dela.

- Olha Pi, a gente já vai. Aqui tá muito frio pra gente e precisamos comer um pouco. - eu menti, comemos faz somente uma hora no posto de gasolina.

- Ok. Podem ir! Vejo vocês no jantar. - balancei a cabeça em um sinal positivo.

A tempestade que se deu após entrarmos a casa que o dia parecia noite. Estava tudo tão dublado que parecia que já eram 20h enquanto eram apenas 14h da tarde.

\Gi preparou waffles e um suco natural de laranja para a gente. Fomos para perto da lareira, deitamos no carpete macio e começamos a teclar pelo celular. A operadora não tinha sinal, mas na casa possuía wifi. Também não sei como, mas tinha.

10 mensagens eram apenas do Filipe. Eu abri todas.

'' VOCÊ FOI VIAJAR E NEM ME AVISOU?''

'' ELE ESTÁ COM VOCÊ NÃO ESTÁ?''

'' NUNCA PENSEI QUE FOSSE MENTIRP PRA MIM '' - eu não menti oras, ele nem sabia que a gente viria para a fazenda!

'' TE ESPERO NA TERÇA FEIRA NA ESCOLA, PRECISAMOS CONVERSAR ''

'' SE VOCÊ SE ATRACAR COM ESSE DAÍ EU NÃO RESPONDO POR MIM ''

'' PORQUE NÃO RESPONDE? TÁ DANDO UNS PEGAS NO SEU NOVO ''BOY'' COMO DIZEM AS SUAS AMIGUINHAS? ''

'' QUER SABER? TCHAU! ''

A unica coisa que eu pude responder foi:

'' CALMA, A SUA INSEGURANÇA NÃO TE LEVA A NADA...'' - tirei uma com a cara dele, cantando a música que ele mais odiava. Aliás, ele odeia sertanejo.

'' CALMA? EU ESTOU TE DANDO UM GELO. PARE DE ME MANDAR MENSAGEM ''

Eu respondi:

'' ENTÃO TÁ NÉ. ''

'' TÁ O QUE? PARA DE ME MANDAR MENSAGENS. EU ESTOU TENTANDO TE DAR UM GELO. ''

'' ENTÃO TÁ, ESTOU ADORANDO O SEU GELO QUE RESPONDE AS MINHAS MENSAGENS EM 30 SEGUNDOS ''

       

E foram horas discutindo. E no fim:

'' EU TE AMO SUA BOBOCA. ''

'' EU TAMBÉM. TCHAU. ''

Já eram 18h e Gi pegou no sono. Ela parecia um anjo dormindo e babando no carpete. Eu decidi acorda-lá

- acorda? - eu a cutuquei.

- Quanto tempo eu dormi? - disse ela levantando e esfregando os olhos.

- Durante quatro horas. Vamos nos preparar para o jantar.

- Vamos.

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esse capitulo não teve muita emoçao hein? mas o proximo será cheio! O que será que vai acontecer nesse jantar? Apesar de que Emilu ja se acostumou com jantares na presença dos familiares de Octávio. até porque não era a primeira vez.

Fiquem ai imaginando o que vai acontecer! Garanto que será uma bomba.

NAO DEIXEM DE VOTAR. BJS