Boa noite

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[Pov’s Meliodas]

Suspiro, me espreguiçando.

Hoje foi um dia difícil e bem complicado, cheio de correrias para lá e pra cá, tanto que não tive o menor tempo para poder ir até a Elizabeth e dizer que voltei. Enfim, eu estava ferrado, afinal teria de encarar uma albina de cara emburrada e o pior, com razão.

Decido vê-la apenas amanhã, já que com um pouco de sorte, talvez a mesma não descobrisse que eu havia chegado mais cedo da minha missão e da reunião com seu pai, o rei Bartra. Crendo nisso, ando calmamente pelo castelo, me encaminhando para fora do mesmo, indo ao meu quarto.

Paro e olho para o céu, me lembrando de tudo que ocorrerá em Danafol e outros lugares pelos quais passei, do amor escondido que tenho e não posso revelar:

- Meliodas! – ouço uma voz infantil me chamar, fazendo eu me virar para vê-la – por que não veio me ver? – a pequena princesa pergunta, me fazendo sorrir inevitavelmente.

- Desculpa Elizabeth, achei que seria melhor deixar para fazer isso amanhã, quando já estivesse acordada – falo, indo até ela, me agachando para ficar no mesmo tamanho dela – você já deveria estar dormindo, teve algum pesadelo? – pergunto, a vendo negar, sorrindo.

- O papai disse que você voltaria hoje, então fiquei acordada pra poder te ver – diz, o que provoca uma reação em meus sete corações.

- Entendi, bom agora que já me viu, tá na hora de dormir, certo? – pergunto, ganhando um bocejo em resposta, dessa forma, pego ela no colo, me encaminhando para o quarto da mesma – vamos, eu vou te levar pro seu quarto, aliás e o senhor Docinhos, como ele está?

Só pra ficar claro, o senhor Docinhos era o ursinho de pelúcia dela, o qual lhe dei para que se sentisse perto de mim, mesmo se eu estivesse longe e na opinião dela, aquele nome era incrível, vai entender:

- Ele tá bem e disse que estava com saudades também – fala, segurando meu pescoço.

- E o que você fez?

- Disse para ele não se preocupar, afinal você prometeu que não importa ao estivesse, sempre voltaria vivo pra ele e pra mim – diz, sorrindo.

Assim, ando pelos corredores do castelo, contando a Elizabeth sobre os lugares que vi durante o tempo que fiquei fora, pois a mesma me pediria, embora eu tenha deixado várias coisas de lado, a mesma me olhava com seus olhinhos brilhando. Quando chegamos ao seu quarto, ela já se encontra bem sonolenta, então a coloco na cama, lhe cobrindo:

- Meliodas, você lê um livro pra mim? – pede, fazendo bico e me olhando de uma maneira que não havia como dizer não.

- Certo, qual você quer? – pergunto, a vendo ir até a cômoda ao lado da cama, pegando um bloco de folhas – que livro é esse Elizabeth?

- Eu achei escondido na biblioteca – diz, o que me faz rir.

Para uma menina de apenas quatro anos, ela era bem esperta, só tinha um pouco de dificuldade para dizer algumas palavras ainda e isso, caia bem nela:

- Ele conta sobre uma fada que dança – me conta, abrindo em uma página qualquer.

- Como você sabe que ele conta sobre fadas? Você não aprendeu a ler ainda – questiono, pois bem sabia que a leitura da mesma, era básica e não expert para um livro como aquele.

- É que tem um desenho aqui – fala me mostrando o desenho.

Assim me deito ao lado dela, vendo a mesma mostrar as imagens, toda animada, antes de me entregar o livro para que eu lesse e depois de ter certeza de que a mesma estava confortável, agarrada em seu ursinho, começo a contar a história para ela. Por fim, a mesma antes de adormecer, diz essas exatas palavras:

- Eu te amo Meliodas – fala, antes de cair em um sono profundo.

- Eu também te amo Elizabeth, mais do que você pode imaginar – digo, beijando sua testa.

Guardo o livro e apago as velas, fechando a porta para que a mesma durma tranquilamente, antes de voltar a andar para o meu quarto, pensando em como amo aquela mulher, agora, ainda uma garotinha.

A garotinha da minha vida, penso, sabendo que já estou em casa.

A garotinha da minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora