Abraçar

530 33 7
                                    

[Pov's Meliodas]

Que Elizabeth era uma pessoa carinhosa, eu já sabia, afinal não interessa em qual encarnação estivéssemos, ela sempre era gentil com as pessoas que amava, sem exceção, mesmo com quem nem sempre merecia.

Estou aqui sentando no jardim, vendo a mesma colher flores, a observando. Devo admitir que ser o cavaleiro dela era a melhor coisa possível, pois sabia que era o único de ficar perto da mesma e mante-la segura. Abaixo a cabeça, lembrando da época antes da Guerra Santa começar, quando nos encontrávamos escondidos, trocando sorrisos, abraços, confissões e caricias ocultas, foi um tempo ótimo, assim como todos que vieram, mesmo o final sendo sempre trágico:

- Meliodas! - ela grita, correndo até mim e sentando no meu colo - olha o que eu peguei pra você! - diz, toda animada, me mostrando uma flor verde - combina com os seus olhos.

- Verdade - falo, percebendo que a mesma não escolhera qualquer planta que vira pela frente e sim uma especial que lembrasse eu - quer colocar em mim?

- Sim! - fala, ficando de pé e encaixando o caule da planta no meu cabelo, perto da orelha - ficou lindo - diz, dando um beijo na minha bochecha, abraçando meu pescoço.

- Obrigada Elizabeth - falo, retribuindo o beijo na bochecha, porém, ao invés de apenas sorrir, a mesma fica vermelha, me deixando confuso quanto ao motivo.

Embora a albina já possua 6 anos de idade, ainda é uma criança, ao menos em certos momentos, pois quando ela sente que o assunto é algo sério, age como uma verdadeira adulta, melhor que muitos de nós pra ser sincero.

- Você tá se sentindo bem Elizabeth? - pergunto, verificando sua temperatura com a mão, percebendo que estava tudo aparentemente normal.

- Tô s-sim! - diz, olhando para o lado.

- Tá bom então, mas lembra, se precisar de qualquer coisa, é só me chamar - falo, levantando, sabendo que agora, a mesma iria ter aula.

- Sim, já que você é o meu Príncipe - diz, segurando a minha mão.

- É isso aí.

(Quebra de tempo)

Aproveitei que a Elizabeth estava na aula para poder treinar um cavaleiro sagrado, ao menos um que almejava esse futuro título mais que tudo:

- Pequeno Gil pense primeiro, antes de atacar - falo, voltando a treinar.

- É difícil, quer dizer, quando vou poder lutar de verdade? - pergunta, a mesma coisa de sempre.

- Quando for mais velho, mas não desista pequeno Gil, tenho fé em você - falo, recarregando suas forças e sua alegria.

- Meliodas... - ouço uma voz, a qual não passa de um sussurro, levantando o olhar, vejo a Elizabeth, chorando!?

- Pequeno Gil, vamos treinar mais outro dia está bem? - peço, o deixando meio chateado por não continuar o treinamento comigo, mas animado para mostrar o que aprenderá comigo aos seus fiéis escudeiros e amigos, Griamore e Hauser.

Assim que o mesmo desaparece de vista, me viro para a albina, a vendo triste, me agacho e estendo os braços, a fazendo vir correndo para mim, me abraçando, para enfim chorar livremente. Não fiz nada, além de conforta-la, dizendo que tudo ficaria bem, até a mesma se acalmar:

- O que aconteceu Elizabeth? - pergunto, preocupado.

- Por que eu sou tão desastrada?

- Bom, cada pessoa é única, diferente das outras pessoas, se não seria ruim, não acha? Imagina todo mundo de cabelo amarelo como o meu? - brinco a fazendo rir - o que aconteceu?

- É que eu derrubei um vaso, tudo porque caí pelo meu pé que ficou preso no tapete.

- Mas você não se machucou, certo? - questiono, já pensando aonde era a ala médica mais próxima.

- Eu to bem, mas a moça que estava perto brigou comigo, disse que eu era desastrada demais, que iria quebrar tudo ao meu redor se não aprendesse a andar direito - fala, olhando pra baixo.

- Elizabeth - chamo, levantando seu queixo, a fazendo olhar para mim - você é única, então não ligue para o que aquela mulher disse! Ela não te conhece, eu sim e acredite, você é uma garotinha incrível - digo, ganhando um sorriso.

- Obrigada Meliodas - diz, me abraçando.

- De nada - respondo, levantando - o que vamos fazer agora?

- Brincar! - fala, me puxando pela mão e eu como o bobo apaixonado que sou por essa garota, nada faço além de segui-la.

A garotinha da minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora