𝑳𝑶𝑺 𝑨𝑵𝑮𝑬𝑳𝑬𝑺, 𝟏𝟗𝟖𝟖

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LOS ANGELES, 1988

Cher P.O.V

– Cher não fique assim, você sabe que essas revistas de fofoca inventam muitas histórias. - Stuart, meu empresário tentava me acalmar mas em vão.

– Como posso não ficar assim Stuart? Eu lutei muito pra chegar até aqui para ter estampado em uma revista de fofoca que eu só consegui o que tenho hoje porque dormi com empresários a troco de conseguir um teste. - Disse com os olhos já cheio de lágrimas, odiava o fato de ser chorona.

– Tá tudo bem minha querida, nós vamos desmentir tudo isso e não vamos deixar que isso afete sua carreira – Falou me confortando com um abraço. O que seria de mim sem Stuart, ele era o pai que nunca tive.

Minha vida nunca havia sido fácil, vim de uma família totalmente desestruturada. Minha mãe era uma stripper em um bar qualquer de San Diego e meu pai nunca havia conhecido, eles tiveram um breve caso enquanto minha mãe trabalhava nas noites e ela acabou engravidando quando tinha apenas 17 anos.

Judy nunca escondeu de mim que nunca quis ter uma filha, minha infância toda praticamente foi vivendo na casa de vizinhos onde ela me largava alegando que voltaria pra me buscar assim que chegasse do trabalho e as vezes sumia por 1 semana. O começo de minha adolescência foi vê-la chegar com um homem diferente a cada noite, isso quando não ia pra casa de algum deles e sumia por alguns dias ou quando ia presa por envolvimento com drogas.

Eu suportei tudo calada porque apesar de todos os seus defeitos ela ainda era minha mãe e eu a amava mesmo vendo que não era correspondida, até que um dia um de seus "namorados" tentou abusar de mim, fiz um escândalo tentando me livrar daquele doente e rezava a todo momento para que minha mãe chegasse logo em casa e me tirasse das garras daquele homem. No entanto, eu estava errada se achava que ela faria alguma coisa, na verdade ela fez, me acusou de ter dado em cima dele, me deu uma surra para que eu aprende-se a não dar mais em cima de seus homens e me expulsou de casa.

Fiquei sem chão naquele momento, como ela podia ser tão cruel? O que eu havia feito pra ela? Não tinha culpa de ter nascido. Mas naquele momento jurei pra mim mesma que eu lutaria com todas as forças pra ter um futuro melhor e não deixaria que ninguém mais me humilhasse daquele jeito. Sai de San Diego apenas com uma mochila com poucas roupas, 100 dólares e a coragem e fui rumo a Los Angeles a fim de conseguir algum trabalho.

Confesso que foi difícil pra uma adolescente de apenas 16 anos conseguir um trabalho já que eu deveria estar na escola, consegui alguns trabalhos mas duravam apenas alguns meses, trabalhei como garçonete em alguns bares até que um dia consegui um bico como garçonete em um evento de moda e foi lá que conheci Stuart. Ele foi muito gentil comigo e disse que ele poderia me tornar em um grande nome da moda se eu quisesse e me deu seu cartão caso tivesse interesse.

Nunca havia me passado pela cabeça em algum dia ser modelo, aquelas mulheres eram tão lindas e eu não sentia que algum dia poderia ter sucesso nessa carreira, mas pensei "Não custa nada tentar, se não der certo não perderei nada mesmo", então criei coragem e liguei para Stuart no dia seguinte e olha onde estou agora, trabalhando como modelo para algumas marcas famosas e ainda não havia caído a ficha quando olhava em revistas e propagandas e via minhas fotos estampadas lá, ainda era algo inacreditável pra mim. E agora com meus 20 anos minha carreira estava no auge e não poderia pedir mais nada, estava tudo maravilhoso até eu pegar essa maldita revista de fofocas e ver essa notícia ridícula sobre mim.

– Como podem fazer isso Stuart, insinuar uma coisa dessas? - Disse procurando na matéria quem teria escrito tal coisa a meu respeito mas acabei por não achar nada.

– Não se preocupe meu anjo, já disse que daremos um jeito. Porque não vai pra casa agora descansar já que tem o resto da tarde livre e amanhã é sábado.

𝙈𝙮 𝙨𝙬𝙚𝙚𝙩 𝙖𝙣𝙜𝙚𝙡Onde histórias criam vida. Descubra agora