Sobre ser só e mãe solteira

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CAPÍTULO 1 SOBRE SER SÓ E MÃE SOLTEIRA

Todos os meus dias se resumem em levantar cedo com o toque irritante do despertador que meu ex-marido deixou na minha casa, que aliás ainda não troquei porque me faz lembrar sobre uma das razões que o mantenho longe. De certa forma abandonar esse bendito relógio poderia me fazer pensar que minha separação foi um erro. Como ia dizendo, levanto e já vejo minha filha (extremamente organizada e pontual) acordada, pronta para a escola, aguardando seu café da manhã folheando um livro. Olívia é meu orgulho, mas ao mesmo tempo minha preocupação, pois ela só não faz seu café porque eu insisto em querer fazer meu papel de mãe. Dá pra ver na carinha dela o quanto meu atraso afeta seu jeito perfeito de ser, mas tem um bom autocontrole para superar e tentar não me magoar. 
Não sei até que ponto a sobrevivência, por ser uma filha de pais separados, a afetou e a fez amadurecer muito mais cedo, (até mesmo do que eu!) para de certa forma cuidar de nós duas e de seu pai. Eu que esperava totalmente o oposto para uma menina assim. Que fosse mal educada, carente e apegada aos amigos, mas tenho um anjo que cuida de nós, que nos protege e que se vira. Apesar de parecer perfeito, me sinto culpada por pensar que minha filha amadureceu por minha culpa. 
Elisa Tavares a mãe culpada, solteira, de 36 anos, que namora pouco, viciada em trabalho e academia. Ah! A parte do chocolate, café e cigarro...Ham ham! Prefiro não comentar.
Todo santo dia olhar para o espelho do meu banheiro e repetir essa frase, até pode parecer um tanto quanto dramático só que faço disso uma grande piada. Sou um zero a esquerda com romantismo. Quase quatro anos separada, não sei bem como recomeçar um relacionamento mais sério. 
Sim, quase quatro anos sem um relacionamento sério, mas com encontros casuais de um mês ou dois no máximo! Meu amigo Dário sempre fica me criticando, que só não fico com ninguém porque não dou a mínima para os caras que me encontro. Além de não me arrumar e ser um desastre para conversar. Me chamam de: Tsunami da ironia e falta de noção! 
Só porque eu não tenho paciência para algumas coisas que os homens dizem e fazem. 
Não gosto de caras metidos, arrogantes e melosamente românticos.
Certo dia saí com um cara que "bancava" uma de sommelier. 
Eu não entendo nada de vinho, o cara tinha sacado isso e tentou usar da sua "sabedoria enóloga" para me conquistar, só que de um jeito totalmente equivocado. Me perguntou um dia qual vinho eu queria, na maior arrogância, como se soubesse que não teria resposta e claro que eu iria dizer “Sério? Que diferença faz o tipo de vinho? Sendo que, o que você quer é me embebedar e levar para sua cama? Pega o mais barato!” Hahaha... precisava ver a cara dele. Mas a do garçom foi impagável!
Não posso esquecer do Otto, o pervertido. Ele trabalhava comigo quando exercia a advocacia. Ele simplesmente não aceitou o meu boa noite e foi entrando na minha casa como se simplesmente eu estivesse dado a entender que queria que entrasse. Eu empurrei a porta e bateu na testa dele. Se eu abri? Não! Se ele me xingou? Sim! “Sua louca, vai ficar sozinha o resto da sua vida”. 
Outra história triste da minha vida foi com o Michel. O desanimador! Para não dizer outra coisa.
Homens que mostram sua fragilidade, não façam isso! Com o Michel foi assim, após um beijo.
Nos beijamos e ele demorou uns 15 segundos (isso mesmo uns QUINZE SE GUN DOS) para abrir os olhos. 
Ficou lá, com uma cara de quem estava em transe e quando abriu me disse “Nossa como você beija bem”. 
Primeiro fiquei assustada com o tempo que ficou de olhos fechados, depois tive uma vontade imensa de rir e depois, fiquei sem resposta e dei um abraço com tapinhas nas costas.Eu estava totalmente sem reação e com vergonha por ele. Nem se eu fosse uns 15 anos mais nova esse elogio tendencioso me convenceria. 

Eu sei que está parecendo que eu sou "A Chata" e uma pessoa extremamente difícil, mas já tive alguém que gostei um pouco, depois do meu ex-marido.
Ele era jornalista esportivo e viajava bastante, o que era ótimo. Lorenzo descendente de italiano, sempre trazia presentes para Olivia e nos finais de semana era um bom companheiro de cinema. Era muito bonito, educado, esportista, cheiroso e romântico. Só que, um belo dia ele teve que se mudar definitivamente para o Canadá e não pude ir com ele. Senti falta, por uma semana. Não era o suficiente para um dia colocar uma escova de dente ao lado da minha. 
Dário, meu amigo, aliás meu melhor amigo, me levou com ele e seu marido para uma boate gay, ele não me disse, mas era CLARO, que ele achava que eu estava tentando sair de um armário que nunca entrei. Não sou homossexual só não estou me interessando por ninguém!
Até eu dizer para ele com todas as letras que não era, adorei me divertir e tomar uns drinques com eles e seus amigos. 
Esse meu amigo é uma figura, é a mãe com quem desabafo, um marido para alguns problemas dentro de casa e um pai carinhoso. Isso porque meus pais moram nos Estados Unidos e trabalham, ou melhor, administram um hotel na Califórnia.
Meus avós maternos deixaram de herança e enfim... Nasci aqui no Brasil, quando fiz 10 anos meu pai ficou desempregado e nos mudamos para os Estados Unidos. Só quando me casei, voltei para o país do carnaval. Eu e meus pais nos vemos muito pouco, só mesmo pelos benefícios da internet. 
Os meus coroas são meio louquinhos, super modernos e apaixonados um pelo outro. Sempre sonhei em me casar para ser um pouco como eles. Crash! Dei com a cara na parede!
Todas as férias dos meus pais, eles viajam e entre cassinos, apostas e muita diversão, renovam seu casamento em Las Vegas. O Hugo, marido do excelentíssimo Dário que ama tudo de mais louco que a vida pode oferecer, sempre me implora para visitarmos meus pais. Como ele mesmo fala "os meus divos". É engraçado como meus pais sempre foram mais divertidos para meus amigos do que eu! SEMPRE!
Resumindo, não tenho nenhum parente aqui. Apenas eu e a Olivia.
Mas posso contar com Dário, Hugo e minha psicóloga Rita.
Rita, Rita, Rita! Nome mais perfeito para uma pessoa que vive me irritando!
Para falar dela, onde tal figura entra nessa história toda, preciso voltar para o meu passado quando teve início a história e a luta de Dário e do Hugo para adoção de Joaquim, unido ao meu quase e completo divórcio. Ou seja, retrocederemos a exatamente 3 anos e 5 meses atrás, a beira da minha total separação. 
Era aniversário de oito anos da Olívia, dia 8 de maio de 2011 e eu estava em casa arrumando as coisas para a festa, após um longo dia, mais ou menos no meu oitavo copo de café, invadem minha casa dois seres eufóricos. Um com mais ou menos 1,70 de altura, com uma calça jeans skinning em tom meio esverdeado, uma camiseta cinza xadrez e um colete cinza chumbo. Com aqueles cabelos ruivos com gel e barbas ruivas, olhos pretos com uma expressão que já conhecia (Lá vinha bomba), impecavelmente alinhado e cheirando banho tomado, esse era Dário. Ao seu lado, uma figura que era o arco-íris em pessoa, com seus 1,80 de altura, um corpo invejável, cabelo loiro e comprido, de sorriso largo e (Ufa!) seu cigarro inseparável entre os dedos. “Com vocês, Hugo!”. 
Os dois chegaram aquele dia com uma notícia que eu não esperava, pelo menos não naquele momento, me lembro da conversa ecoando na minha cabeça.
“Oi Lisa, nossa quantos docinhos, me deixa pegar um?”
“Oi Dá, primeiro calma, respira e para com esse tique de ficar mexendo as pernas. Hugo me da um cigarro, desembuchem”.
O jeito como Dário chegou em casa e falou sem respirar que queria um doce, ficou mais do que claro que dali iria sair algo que tinha boa chance de precisar da minha ajuda e com certeza me daria muito trabalho. 
“Hugo você é uma péssima influência. Vou internar vocês dois!”
De fato, sempre fumava mais quando Hugo vinha em casa. Fumar em companhia é outra coisa.
“Ai,ai Dad! Para de ser tão careta. Fala logo 'pavão'”. 
O Hugo adorava dar seus pulinhos ansiosos, era uma mistura de delicadeza e uma sutil sensação que minha casa estava tremendo. 
“Estou esperando casal! Enquanto isso padrinho. me ajuda enrolar brigadeiro. Você não Hugo! Termina esse cigarro comigo.” 
Dário sentou com aqueles olhinhos baixos e começou a enrolar o brigadeiro pensando na melhor forma de me contar a novidade. Enquanto ele pensava, me veio um momento na memória de como ele se tornou padrinho da minha filha. 
Estava sozinha em casa com meu barrigão de quase 9 meses de gravidez, chorando em frente à televisão, assistindo The Notebook com um pote de sorvete, quase do mesmo tamanho da minha barriga. Sorvete de chocolate que era do Thomaz... Cof Cof! Opa, alergia! Meu ex. Pois é, o cretino foi para uma audiência fora da cidade. Ele é um grande advogado e escolheu assumir um caso, bem próximo ao nascimento da nossa filha. Um dos motivos de eu ter largado a advocacia e ter me dedicado a dar aulas de inglês particulares e ao trabalho com traduções de documentos e artigos. Consegui aos poucos ganhar uma boa clientela. Afinal, todos confiam muito em uma pessoa que morou por 14 anos fora. Hoje consigo ganhar muito mais como tradutora e professora do que ganhava como advogada, mas não é uma fortuna. Mesmo se ganhasse bem menos, tenho birra da área que fez com que eu quase perdesse minha filha. 
Como dizia, ele foi para a audiência e bem nesse dia comecei a sentir as primeiras dores do parto. No começo achei que não era nada, apenas uma cólica, já tinha passado por várias cólicas na minha gravidez. Guardei o sorvete e fui me deitar. As dores começaram a se tornar mais fortes de uma em uma hora. E logo estourou minha bolsa. Não me desesperei, já tinha consciência que teria que me virar para ir para o hospital, fui tomar um banho e tentei ligar para ambulância. O cara me atendeu e falou que estaria em casa em 15 minutos. Já estava com contração de meia em meia hora. Passaram 15 minutos e nada da ambulância chegar e as dores começaram a ficar mais fortes e o desespero a bater. Uma hora já estava suando frio e resolvi sair de casa, porque se passasse mal ninguém saberia. 
Saí, minha visão estava turva e comecei a pedir ajuda. Dário era meu vizinho da frente, mas nunca tinha conversado com ele. Nessa época, ele namorava o Hugo que lembro-me claramente de ter o cabelo metade azul e metade rosa. Dário me perguntou o que estava acontecendo, achei demais ele não ter notado que tinha quase uma baleia azul na linha da minha cintura,  gritei que estava em trabalho de parto e para que me levasse para o hospital Santo Clara, que minha médica me aguardava. Hugo deu gritinhos histéricos e Dário, sempre pronto me ajudou e levou para o carro dele, sem mala nenhuma.
Corremos para o hospital e Dário foi forçado a entrar comigo para o trabalho de parto. Confundiram-no com o pai e nem o deixaram explicar. Tive a Olívia segurando a mão de um total estranho. Lembro que ele implorava:
“Moça EU não posso ver sangue, EU não te conheço, eu preciso sair daqui”
“Você fica aqui! Não sabe o que é ter um bebê sozinha. Não sabe a dor que eu estou sentindo. Você VAI FICAR AQUI! AIIII”
Foi o pior pesadelo dele, coitadinho. E como eu ia imaginar que um estranho viria a ser uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida. Pelo menos ele entrou nela do jeito que o Hugo gosta, com um show de emoções. 
Depois que a Olivia nasceu não imaginava como seria, porque não tinha levado a malinha para Olívia. Quando ela chegou para eu amamentar estava vestida de pink, que chegava a doer os olhos e com uma manta de oncinha rosa. Imagine quem comprou de ultima hora um enxoval para a maternidade? É, o Hugo. Ele ficou tão feliz de poder vesti-la que não quis receber nada pelas roupas, fraldas e toalhinhas que comprou. 
Na época fiquei muito decepcionada com meu marido, mas hoje quando eu olho para trás penso que aconteceu da melhor forma, ganhei dois irmãos para toda a vida.
Bom, depois desse momento nostálgico que passou como um foguete na minha memória, Dário começou a falar. 
“Flor de Liz...”
“Menos...”
“Ok! Liz, eu e o Hugo estávamos pensando no Joaquim, o menininho que você dá aulas particulares ...”
“Sim, do orfanato que faço trabalho voluntário...”
Traguei o cigarro nessa hora.
“Então, eu e o Gugu estamos querendo adotá-lo!”
“Poxa vida que legal! Ele é um menino excelente. Fico muito feliz por vocês, mas pensem bem porque não será uma luta fácil...”
“É exatamente por isso que estamos aqui!”
“Como assim?”
Hugo fez uma carinha de ter ganhado na loteria e quase que gritando falou:
“Queremos nossa diva como nossa advogada!”
Engasguei! Precisei tomar dois copos d´agua enquanto os dois tentavam me socorrer. 
“Já estou bem! Como assim? Advogada de vocês. Vocês lembram o que passei e porque larguei essa profissão! Voltar a advogar é lembrar um grande problema com o Thomaz. E esse caso é muito difícil, estou há oito anos fora do mercado!”
“Nós sabemos amiga, mas você é a melhor e a que mais confiamos! Sabemos que você se empenharia mais que qualquer pessoa. Você nos conhece. Não tem nenhum tipo de preconceito e é nossa amiga! Pelo amor que você sente pela gente!”
Dário tentou me convencer, mas eu era irredutível. E aí a linguinha afiada do Hugo me jogou na cara todo veneninho que ele sempre guarda para horas como essa.
“ Você nos deve uma lembra? Há oito anos, tudo o que fizemos por você? Ajudamos ter sua filha, agora você nos ajuda a ter a nosso!”
Abri a boca e travei quase sem ar, engoli em seco pelo tamanho da minha indignação, mas no final cedi.
“Você não presta Hugo! Só dessa vez, eu pego o caso.”
Aquele dia estouramos champagne. Fiquei feliz de ter pegado o caso por eles. Amo-os demais. E apesar do meu problema pessoal com o direito, sei que as vezes exagero. 
É nesse momento que a Rita entra na minha vida...
Para ajudá-los precisava primeiro resolver a minha ira com o direito. E só fui entender os porquês de tudo com a minha adorada e odiada psicóloga. Não é que a odeio, mas ela adora por o dedo em feridas que não gosto que mexam. 
Após o nascimento da minha filha, só fui entender de fato que havia criado uma raiva desmedida pela profissão, no momento em que voltei a trabalhar. Olivia já estava na escola, e então pude voltar. O problema era que toda vez que chegava para trabalhar, me sentia com raiva, completamente vazia e ao mesmo tempo muito ansiosa, sentia fisicamente borboletas no meu estômago. Descontava tudo em casa, toda essa infelicidade e desgosto. Foi então que minha mãe me sugeriu terapia em um dos encontros pelo Skype e como nunca tinha tido uma terapeuta, me arrisquei. 
Darcy, a madrinha da minha filha, que me indicou. E aí que minha vida virou de cabeça para baixo.
Lembro-me da primeira vez que fui até lá, como se fosse hoje. Saí do escritório por volta das 18 horas, peguei meu carro, busquei Olívia na escola de música e a levei para casa de Darcy. O cheirinho da casa dela era possível sentir a metros de lá. Darcy é confeiteira, seus bolos são divinos e fazem muito sucesso na cidade. Ela tem um café chamado "CaféTerapia", e realmente é uma grande terapia estar lá. Comendo seu melhor bolo, trufado e com recheio de Amarula, doce de leite e pedaços de uva passa, tomando um cappuccino com canela, admirando seus quadros (pintados por ela e de muito bom gosto), ouvindo um blues que ela deixa tocar (bem baixinho) e sentada na melhor, mais linda e confortável cadeira desse mundo. É o sonho de todo final do dia, horinha mais que sagrada. 
Quando cheguei à porta da casa de Darcy, bati e lá estava ela. Primeiramente dando um grito, com aquela voz rouca de cantora de blues (Sim, Darcy faz de tudo um pouco):
“Já estou indo, calma aí minha filha!”
E em poucos minutos lá estava, minha querida amiga, com seu 1,50 de altura, seus cabelos enrolados, curtos e seu avental sujo de farinha. 
“Entra aí, entra aí! Toma um café, acabei de passar!”
“Oi madrinha, cadê o Lord?”
Lord era o gato da Darcy, um gato extremamente lindo e folgado. 
“Tá lá na caminha dele, vai lá!”
Olívia foi, e logo Darcy se voltou a mim, cochichando:
“E aí, está preparada para conversar com a Rita?”
“Preparada não é a palavra né amiga, mas esperando pelo melhor, se isso for melhorar minha condição com meu trabalho e com o Thomaz tudo bem.”
“E como vocês estão?”
“Péssimos né! Ele e aquele egocentrismo dele. Ele chega em casa e simplesmente não me fala nada sobre o seu dia. Do mesmo jeito que chega, toma um banho, come qualquer coisa e, ou vai para academia ou para o escritório.”
“E você ou vai para o escritório, ou está ocupada demais sendo mãe, ou também está na academia.”
“De que lado você está?”
Ela riu alto, com aquela gargalhada que faz passar qualquer mal humor. 
“Minha filha, de nenhum lado. Só que os homens precisam ser cuidados. Precisa de uma atenção ali e uma atenção especial acolá, se é que você me entende! Faz quanto tempo que você não compra uma lingerie pra ele?”
“Me poupe né Darcy, L I N GE RIE? Para uma pessoa que faz pelo menos uns 2 meses que não me diz nem bom dia direito? Uma pessoa que nem se preocupa em sair com a família dele nos finais de semana? Que nunca está curtindo com a gente e muito menos sendo romântico? Ah não! Eu já tentei, já argumentei, já pedi, já chorei. Agora chega. Só que o tempo passa sabe Darcy, ele não está perdendo só a mim, mas a Olivia está crescendo e ele está perdendo tudo.”
“Nossa meu amor, quanta raiva dentro de você. Não pense que não existe mais saída. Lembro de uma frase, que um amigo muito sábio me disse: 'E se o brilho dos olhos não voltar, permita que os olhos da alma o encontre'. “
“Você não entende que eu nunca entendo suas reflexões né Buda?”
Novamente a gargalhada se fez presente.
“Busque outra maneira para superar essa infelicidade. E ela está dentro de você. Não abra mão de um amor, que já virou uma árvore e deu frutos. Sempre tem um jeito. Nada está errado, está equivocado.”
“Se eu soubesse desse jeito, não estaria indo agora encontrar essa Rita. E por sinal estou super atrasada, vou indo.”
Tomei um gole do café que estava na xícara e saí. Quando ia entrando no carro, reparei no rostinho dela. Tinha um olhar sereno, porém triste. Como se soubesse como seria meu futuro. Aquele olhar me marcou. Disse em uma expressão, tudo aquilo que eu não queria que alguém sentisse por mim: Pena!

À espera da melhor estrelaWhere stories live. Discover now