03 - Caso 187

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Claire

Logo que o sol reluzira sobre Brysya, Claire fora pincelar em uma de suas telas novas o punhal que vira no sonho da noite anterior, pela primeira vez desde o início do ano, o devaneio não se encerrou na curva do palácio, na verdade assim que completou a curva, ela se deparara com várias pessoas utilizando vestimentas de gala, um banquete bem farto e muitos sorrisos, certamente um evento importante.

Contudo, a noite pomposa fora interrompida por gritos e uma onda de desespero, os pares findaram suas danças e desencadearam uma correria. Na entrada para o salão atrás de Claire, surgira o mesmo homem de terno preto,o que fez o coração da garota pesar, ela prendeu a respiração, expectando sua dolorosa morte, porém para sua surpresa, isso não aconteceu. O sujeito transitara e passara pela jovem sem mirar seus olhos verde-escuro sobre ela, a qual agradeceu mentalmente por tal feito.

Entretanto, o alívio da garota se esvaneceu rapidamente, pois o indivíduo caminhou em passos fortes na direção de uma mulher muito bonita, a qual possuira a mesma tonalidade dos fios de cabelo de Claire e um vestido azul bem rodado com detalhes estonteantes, ao seu lado um outro homem, com seu braço forte se colocou a diante dela e estufou o peito, como símbolo de coragem, o que não causou nenhum efeito sobre o homem de terno preto, já que sua risada perversa preencheu cada pedacinho do castelo, causando calafrios em Claire, que ficara totalmente apavorada.

- Não estará aqui futuramente para ver a morte de suas meninas Afonso, mas não se preocupe, farei com que sua mulher presencie cada segundo dela. Diga suas últimas palavras, ou não - E então, em um gesto ímpeto fincou o punhal no peito do homem, fazendo com que a mulher debruçada com os joelhos dobrados sobre corpo imóvel, derramasse de seus olhos lágrimas de desconsolação e muita dor. E então, para seu alívio, Claire despertou.

Assim que terminara seu desenho a jovem caminhou até o guarda-roupa e vestira seu jaleco mais branco e mais bem passado, isso porque enquanto estava finalizando a representação do punhal trocara algumas mensagens com Bella, a médica que salvou a vida de Blaise na noite anterior, e combinou de encontrá-la no HLB dentro de uma hora, para auxiliá-la com algo de extrema importância, a doutora evitou dar detalhes pelo telefone, o que demonstrou ser algo de grande sigilo.

Por mais que Joseph quisesse levar sua noiva até o hospital, o jipe estava sendo utilizado por James e Blaise, o que o impossibilitava tal ação. Por esse motivo, Claire aceitou de bom grado uma carona com sua vizinha Petúnia, e se arrependeu amargamente durante o trajeto, já que a vizinha só queria saber detalhes sobre o morador da casa da frente. Como Claire não tinha conhecimento algum sobre tal pessoa, ela apenas sorriu e balançou a cabeça negativamente a cada questionamento impróprio de Petúnia.

Ao entrarem na Avenida Principal de Brysya, os olhos de Claire se esbugalharam, repentinamente o tempo ficou nublado e a lua surgiu ocupando o lugar dos raios solares. No centro da avenida um aglomerado de pessoas anunciava que algo horrendo havia acontecido ali segundos antes, ao ver o sangue espalhado pelo asfalto, Claire se questionou sobre o que era tudo aquilo, e ao se aproximar ela avistou um corpo imóvel e constatou através do uniforme o detalhe mais tristonho, a vitima era uma policial. Antes de sair de seu transe e retornar ao mundo real, a última frase que a garota conseguiu ouvir foi:

- Atenção, precisamos de reforços temos um 187, repito, temos um 187, na Avenida Principal.

Claire sentiu suas mãos ficarem frias e molhadas de suor,e só depois de esfregá-las em seu jeans, percebera que Petúnia a olhava com um ar mais curioso do que o normal, o carro estava estacionado. A jovem soltou uma risada baixa e nervosa, e pediu educadamente para que sua vizinha continuasse o trajeto, o que fez a mulher arregalar os olhos um pouco mais, atordoada com a fala da garota.

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