Blaise
- Meu Deus Blaise, o que você fez?
As palavras de James pareciam ter empurrado Blaise para a ponta de um precipício, a garota colocou seus dedos finos entre os fios de cabelo e os apertou, seus olhos ficaram marejados e algo ficou preso em sua garganta, ela queria gritar, ela precisava.
-Calma, não podemos entrar em pânico - James dizia contínuamente enquanto caminhava de um lado para o outro no pequeno aposento - Está tudo bem, talvez isso nem esteja acontecendo, eu posso estar sonhando é isso, estou sonhando - E então, em um movimento ágil o rapaz se retirou do quarto, durante sua ausência Blaise se aproximou da adaga emergida em sangue e tocou levemente o objeto, entretanto não demorou muito para James estar de volta, ele trouxera para o quarto uma garrafa d'água azul, a abriu e mirou todo o liquido em cima de sua cabeça - Acorda James! - Disse para si mesmo e em seguida lançou toda a água da garrafa em seu corpo - Ai Meu Deus, isso realmente está acontecendo, Blaise - Ele quase bradou - Blaise, o que você fez?
-Eu matei a Myllene - Fez-se um silêncio doloroso no quarto exíguo. James levou as mãos no rosto, apavorado. Contudo, o melhor amigo da garota se recordara do dia em que Blaise mirara seus olhos obscuros nele, e então decidira que tudo o que se sucedera fora devido a magia negra, eliminando qualquer possibilidade de culpa da amiga.
-Blaise, me escuta - Ele retirou o punhal das mãos de Blaise e a puxou para perto de sua cama, assim que ela se sentou ele se abaixou para poder olhar em seus olhos -a culpa é da sua magia, você provavelmente foi dominada por ela, pelo poder, você não tem culpa de nada e eu sei que não faria nada similar a isso se pudesse controlar, agora me escuta, vão interrogar todos do bairro e precisamos combinar nossas versões e claro, precisamos nos livrar daquilo - Ele apontou para o punhal, Blaise continuava em silêncio, paralisada - Não fica assim.
-Eu gostei, eu queria matar ela e eu matei - James ignorou a frase da amiga, seu subconsciente sabia que ela era pesada demais para ele aceitar e digerir, afinal quando amamos alguém não queremos acreditar e admitir que essa pessoa tem grandes chances de se perder.
James retornara até a cozinha afim de encontrar papéis toalha para eliminar qualquer prova que indicasse o que sua amiga acabara de executar. Ele começou deslizando diversos papéis pelo chão, a medida que iam tingindo-se ele os amassava e os reúnia em um canto específico. Após o chão estar em quase totalmente impoluto, James pegara outro papel e caminhara até Blaise novamente, ele a olhou, pela primeira vez em toda sua vida o rapaz vira o sentimento de medo se instaurar com facilidade em sua amiga, e almejou, com todo o seu ser, protegê-la. Ao tocar suas mãos ainda cobertas por sangue James notou seus batimentos cardíacos acelerarem, respirou fundo e iniciou a breve limpeza.
-Certo, hora de combinar nossas versões. Você veio aqui pra casa, ficamos acordado até às 03:00 e aí transamos - Blaise levantou seu olhar, ela estava espantada, sua órbita quase saltaram para fora de seus olhos.
-O que? - James gargalhou nervosamente, as maçãs de seu rosto ficaram robustas.
-Eu não ia dizer isso, eu ia dizer conversamos, você me contou sobre o seu dia e... - Seu cérebro estava buscando um assunto que poderia se tornar longo o suficiente para durar cerca de duas horas e convencer a polícia.
-Sobre minha atração pelo meu chefe - James apertou os olhos, mas antes que pudesse lançar um turbilhão de indagações em Blaise, o ranger da porta de madeira do quarto ao lado prendeu a atenção de ambos. A garota se levantou rapidamente e rispidamente chutou a adaga para debaixo da cama, assim como os papéis toalha amassados. Joseph não demorou muito para aparecer com sua sobrancelha arqueada em pé diante da porta.
-Escutei vários barulhos, está tudo bem por aqui? - Ele observou a garrafa azul jogada desleixadamente no chão.
-Claro, é que estávamos aproveitando o momento, você sabe como seu irmão é escandaloso nessas horas - Os olhos esverdeados de James ficaram arregalados.
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Magias Contrárias (EM REVISÃO)
FantasiaA magia pode ser encantadoramente...fatal. Brysya é uma cidade pacata da América do Norte, ou melhor, era uma cidade pacata. Com a chegada dos irmãos Downing, Claire e Blaise presenciam sua pequena cidade ser envolvida por acontecimentos exóticos, d...