Choro Livre

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Deitada sobre o travesseiro já molhado por tantas lágrimas que incistiam em escorrer pelo seu rosto pálido,os olhos tristes passavam a imagem que estava em seu coração,os soluços insistentes eram os únicos a quebrarem o silêncio e calma em meio a aquela escuridão instalada naquele quarto já frio,Alex estava cansada,cansada daquela vida por grande parte do tempo ela tentava ser forte,tentava focar nos lados positivos de sua atual situação,era por Diane,sua mãe tinha que valer o esforço,seu sacrifício,suas decisões foram por ela,sua postura perante os outros era de uma mulher forte, imponente,muitos achavam que ela fazia fortuna naquela boate, mas longe daquilo,tudo o que ganhava ia para o tratamento da mãe desde os ganhos por shows até mesmo os presentes que sempre eram vendidos,poucos sabiam de sua vida simples em um pequeno apartamento nas periferias de Nova Iorque,nada de carros ou roupas chiques,viagens ou hotéis luxuosos,Alex Vause a dançarina cheia de luxúria e desejo era uma ilusão,que ela criava toda noite para atrair olhares de gente elegante,para conseguir mais gorjetas,estava ali por isso,precisava do tal dinheiro não tinha saída,tudo teatro,encenação,sua única confidente era sua amiga Nicole Nichols,a maquiadora que dividia o apartamento com Alex,a que dívidia  os problemas,alegrias e tristezas.
ALEX....ALEX? cadê você sua vaca,nem me esperou hoje,sabe que o táxi até aqui para pagar sozinha fica um absurdo.
Nick entrou no apartamento aos gritos indignada com a atitude da amiga, não sabia o que ocorrerá mais cedo na boate. Tratou de jogar a bolsa sobre o sofá,ascendeu as luzes, seu celular ganhou um lugar sobre a mesa de centro,enquanto ela seguiu até a cozinha,abriu a geladeira dando uma observada no que havia lá dentro,fez uma careta não se agradando muito pelo que via,pegou uma cerveja,e uma pizza velha,estava faminta já era madrugada, não encontraria nada melhor.
- VAUSE CACETE... TÁ VIVA MULHER...
Não obtendo respostas,colocou seu lanche sobre a mesa de centro,seguiu até os quartos,no apartamento mesmo pequeno eram dois para manter certa privacidade para ambas,percebeu que a porta estava fechada,deduziu que a amiga já havia chegado,não ia perturbá-la talvez já estivesse dormindo,deu meia volta para ir para sala novamente, até que ouviu soluços abafados vindo do quarto,percebeu que algo não estava certo,tratou de abrir a porta sem bater,a ocasião não permitia formalidades.
- Alex? O que houve? Oh... Não me diga que algo aconteceu com sua mãe....Deus....
Subiu de joelhos na cama e tratou de ascender o abajur ao lado da cama,o quarto estava em total breu,passou as mãos nas costas da amiga, esperava respostas,e apenas ganhou um negativo com a cabeça,mas de certa forma também foi um conforto, se não era nada com a mãe de Alex, poderia ser resolvido,ou esquecido,sentia aquela tristeza em si,mas sabia que não teria respostas tão cedo,o que podia fazer por ela era estar ali ao seu lado,conforta-la, e foi o que fez.
- Não sei o que houve,mas sei que daremos um jeito,eu tô com você certo? Não esqueça jamais disso,para tudo!
Deitou atrás de Alex,a abraçou, acariciando os cabelos negros,lhes cobriu com o edredom,e assim ficaram por horas até o sono as vencerem,nada de pizza ou cerveja para Nick.
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- Pipes? Você está bem?
Polly estava arrependida por ser a portadora de tais notícias para a amiga,mas se sentiu obrigada assim que Larry mandou uma mensagem para a mesma contando as novidades. Piper olhava para o nada,estava com o semblante irritado,mordia o interior da boca, quando rapidamente seus olhos se voltaram para a mão onde carregou por anos a aliança do noivado,o qual por meses foi seu sonho,o qual planejou cada detalhe,o casamento perfeito,as rosas brancas que infeitariam a igreja,os mínimos detalhes de seu vestido,os móveis de seu apartamento,a festa,as centenas de sabores de bolos que experimentou até achar o perfeito para agradar a todos,os filhos,os cachorros,a vida perfeita que ela imaginou que teria.
- Polly quando?
Não olhou para amiga para fazer a pergunta,seus olhos se mantinham fixos na mão,que alisava com os dedos, parecia em outra dimensão, aérea,ausente de qualquer tipo de sentimento.
_ Pipes ele não disse, veja aqui a mensagem.
Deu o celular nas mãos de Piper,notou que elas estavam muito frias,e quando ela o pegou percebeu o tremor incistente. Piper então começou a ler a tal mensagem enviada para Polly.

"Hey Poll. Tudo bem? Espero que sim,sei que as coisas entre nós não serão mais como antes,mas quero concertar de certa forma meus erros, tô voltando para Nova Iorque,essa vida de viagens cansa kkk! Até."

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