Tá Difícil

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Pense nascer sem preocupações,ter acesso a tudo o que quer, não saber o que é necessidade,dificuldade.Para uma pessoa concebida em berço de ouro,ter o que se quer é algo natural. Joe Caputo,nasceu em uma família de renome,teve acesso a boa educação,mas seu caráter era duvidoso. Um homem cheio de caprichos,um velho mimado, egoísta envolvido na luxúria. Não tinha herdeiros,ora por que o destino amaldiçoaria alguém com um sangue podre de tal forma?
Sua vida amorosa era resumida a fracassos,casamentos nada duradouros, relacionamentos conturbados,com terminos envolvendo polícia, advogados,e acordos de confidencialidade,pois era violento e manipulador. Mas portador de muito dinheiro,e isso o tornava um cavalheiro aos olhos dos demais de seu círculo social, qualquer que fosse o escândalo o envolvendo,era abafado com alguns malotes de dólares,ou doações a nobres causas. Após conhecer o trabalho de Alex na boate,ficou obcecado,afinal ela era jovem,bonita e para ele um troféu a ser lapidado,estava indo com calma,lhe dava presentes,a tratava como uma dama,mas nada a convencia de ele ser seu parceiro ideal. Tentou comprar seu carinho,lhe dava objetos de valor,de luxo muitas vezes de sua própria marca feitos em exclusivo para ela,mas mesmo assim ela continuava irredutível,então ele decidiu ir a fundo,em sua fraqueza,especulou sobre sua vida passado,presente,e com o que descobriu usando o dinheiro,manipularia os peões para ter a rainha. A obrigaria a ceder. Pagou uma pequena fortuna para um bando de meliantes,que invadiram e levaram sob cárcere a mãe de Alex Vause,Diane,e a mando dele o plano era levado adiante.
- Piscatella,como ainda não fez o segundo contato seu maldito?temos que ser rápidos, não quero a polícia envolvida,Alex ainda não entrou em contato comigo,o que está fazendo de errado seu bastardo?
Andava de um lado pro outro,envolto em um roupão de banho do mais fino algodão,achou mais conveniente se hospedar em um hotel,na suite principal de luxo,pois para todos os efeitos,ele estava em uma viagem,e ser flagrado em sua residência não era conveniente no momento.
- Senhor,tentamos o contato mas foi em vão,parece que o telefone não funciona,não sei dizer o que pode ter acontecido,tentarei novamente,e não vou parar até conseguir.
Na pequena sala com as pernas cruzadas sobre a mesa de madeira velha,Piscatella tentava manter a calma com Caputo,tinha que terminar o serviço,e se ver livre daquele maldito,mas pra isso tinha que fazer a troca da prisioneira pelo dinheiro, dinheiro o mesmo que voltaria para as mãos do mandante do crime,mas para isso Alex teria que contatá-lo primeiro.
- ENTÃO FAÇA,MALDITO...ACABE LOGO COM ISSO INCOMPETENTE DE MERDA...RESOLVA JÁ..
E desligou. Era questão de tempo até os ânimos entre os dois se aflorarem. A falta de comunicação de Alex deixava Joe preocupado,seu plano não podia dar errado,ela tinha que procura-lo implorando sua ajuda e assim fazer o que ele quisesse,se não, ele não sabia do que mais seria capaz.
- Cézar, sinceramente não aguento mais os chiliques daquele puto.
//
Era horário de almoço, Nicole e Alex, não conseguiam comer nada. A energia havia finalmente voltado,e ambas estavam na sala,e por incrível que pareça em total silêncio. Talvez esperando um milagre. Nicole havia convencido,por meio tempo,o plano de Alex de procurar Joe. Mas sabia que a amiga era uma bomba relógio,era questão de tempo até ela fazer algo precipitado.
- Nick, será que vão ligar novamente? Tá tão difícil tudo isso...
Sentada com a cabeça baixa,os braços apoiados sobre as pernas,a morena girava seu celular sobre os dedos, não ousou vizualizar a amiga a frente enquanto falava, parecia exausta.
- Espero que sim....mas tomara que não antes de termos uma solução... Alex vamos dar um jeito, você sabe disso não é?
Não obteve respostas.
- Lembra quando tinhamos quatorze anos? E eu tava puta com você,por que você tinha ficado com a Liza?
Finalmente Alex a olhou,e deu meio sorriso.
-A Liza peitinho rosa?
Nicole a olhou incrédula.
- PORRA. Mas não tinha sido só um beijo Vause?
Ela arqueou a sombrancelha,com um gesto que dizia "sabe como é né".
- Não quero saber dos detalhes._ lhe parou com a mão_ Mas continuando,eu tava decidida a nunca mais olhar pra sua cara, afinal você pegou a minha primeira crush da adolescência.
Gesticulou com as mãos em negação.
- Diane,me pegou chorando no banheiro,e me disse que família é família,que damos um jeitinho em tudo,mesmo você sendo uma filha da puta babaca, você é minha família,Diane é minha família,e mesmo quando achamos que tudo vai pra puta que pariu,temos que ter calma e ver as coisas com clareza, juntas Alex.
Alex se levantou,e seguiu até onde a amiga estava sentada,lhe acarinhou os cabelos rebeldes,sentou-se ao lado dela.
- Eu te amo.
Se olharam,os olhos brilharam com o acúmulo que as lágrimas faziam por ali,e se abraçaram,os corações ficaram aquecidos,tinham esperança,no fundo a esperança de que tudo se resolveria.
- Nick, ela não era tudo isso.
- Não mesmo Al... Não mesmo.
//
Após o encontro com Polly, Larry estava decidido a esclarecer as coisas com Piper,mesmo sabendo que a mesma não o queria ver nem pintado de ouro,lhe devia uma explicação,tardia,por seus motivos,mas ela merecia saber de toda a verdade,se algo o martirizava todos os dias,era a lembrança das lágrimas dela no dia que seria o casamento deles,sim ele estava lá,mesmo de longe,ele estava. Foi até seu apartamento,era conhecido por todos ali,afinal um dia foi noivo da loira,escolheram cada parte daquele imóvel,e se tudo tivesse sido diferente,se o destino não tivesse sido contra,a família que formaria com  ela estaria reunida numa tarde chuvosa como aquela em frente a lareira. Logo foi autorizado a subir,o nervosismo era tanto,que nem se preocupou em ser anunciado,ou saber se a mesma estava em casa. No elevador seu coração batia forte,assim como na noite na boate, quando Balic os apresentou.
- Certo Larry, você fez a merda,agora você resolve.
Dava alguns pulinhos nas pontas dos pés,como se fosse entrar num ringue de luta,se aquecia. No andar certo, saiu do elevador e seguiu até a porta,o apartamento de número 251,passou a mão pela madeira requintada,a cor fora escolhida por ele,Piper perdeu na aposta. Se permitiu rir das lembranças tolas,mas que faziam parte de algo muito importante de sua vida. Tocou a campainha,o som calmo ecoava pelo interior,uma,duas, três vezes e nada. Bateu na porta, primeiro fraco depois com certa irritação. Resolveu dar meia volta ela não devia estar,ou simplesmente não o queria atender,pois a mão no bolso deu alguns passos,e ao sacudir seu chaveiro parou imediatamente,pegou o molho de chaves que ali estavam,e as observou. Olhou para os lados, não viu ninguém.
- Certo não é,mas que se foda.
No meio de tantas uma dourada se destacava,ele ainda tinha seu par de chaves do apartamento,se Piper não tivesse trocado a fechadura,ele poderia entrar, só queria dar uma olhada,nada de mais. Olhou a tranca refinada e tomou coragem.
Pós a chave,bem encaixou,se o destino quisesse a porta abriria. As mãos trêmulas,fechou os olhos e a virou,"click", a porta abriu.
- Isso!!!
Ao entrar no imóvel, percebeu que realmente Piper não estava,as luzes estavam apagadas,somente sobre a mesa de centro da sala havia um abajur acesso,ali ele viu muitos papéis,deu uma olhada por cima,uma das fotos lhe chamou atenção,a pegou,uma linda morena de pele branca,os olhos verdes magníficos,nela ela sorria, não lhe era estranha, mas não levou a análise adiante,devia ser algum material de trabalho. Andou pela sala e avistou a lareira,deu um sorriso de tristeza, praticamente todo interior havia sido modificado,os móveis,as cores, até mesmo as decorações,viu alguns porta retratos,Cal,Bil e Carol faziam parte da maioria das fotos,a loira mesmo que de certa forma fosse um pouco distante da família,com toda certeza os amava muito, até que ao lado uma literalmente lhe tirou um sorriso largo de orelha a orelha,mas dessa vez de felicidade. Sim ali estava uma foto dos dois,no meio das recordações de Piper,de momentos especiais,ele estava ali,era do tempo de namoro,um passeio incrível a praia, Piper estava realmente feliz na imagem e ele também. Alisou a foto.
- O que eu fiz com a gente...
A colocou de volta em seu lugar de direito,e continuou o tour pelo apartamento. Chegou até um quarto,o bom gosto entregou que ele pertencia a Piper,ali um aroma maravilhoso lhe tomou,sim se lembrava daquele cheiro,uma mistura sensual doce, porém suave de rosas e baunilha,o perfume dela estava por todo o ambiente, ele fechou os olhos e aproveitou aquele momento,quanta saudade tinha do cheiro da pele dela. Viu sua cama,passou a mão por toda extensão do fino tecido,pegou nas mãos uma das almofadas,sentou a beira do colchão,aproximando do seu rosto,e abraçou, ficou assim por alguns minutos. Seu celular tocou,e no visor viu que se tratava de Polly, talvez alguma novidade sobre os papéis,mas não atenderia agora,mas isso serviu de estalo o fazendo perceber o que ele estava fazendo.
- Merda Larry,seu burro.... tenho que sair daqui.
Se levantou ajeitando o tecido, não queria que a mesma percebesse qualquer mudança por ali,e foi seguindo para a saída.
"Click"
Era tarde,na entrada deu de cara com uma Piper sem expressão,ela estava com suas chaves a mão,a bolsa de lado, parecia ter acabado de entrar,era tarde....era tarde.
//
Figueroa tinha recebido por email as informações de Piper,eram amigas,de famílias próximas,aquelas que se reúnem para um churrasco,e isso a muitos anos,haviam até trabalhado em alguns casos juntas,antes de Piper decidir tocar seu próprio negócio na área de advogacia adiante,sem influência direta e poder dos Chapmans. Fig,rapidamente foi ao encalço de Healy,numa busca rápida obteve respostas,as quais seriam úteis para obter do detetive as informações de que precisava. Acompanhada de dois policiais,que eram totalmente discretos e leais,se dirigiu para o endereço,para um serviço não oficial.
"Tock tock"
O homem grisalho nem imaginava quem estava do lado de fora,e abriu. Com seu distintivo em mãos,ela sorriu travessa,vendo a cara de "fodeu" do homem a sua frente.
- Senhor Sam? Sam Healy?
Ele engoliu em seco.
- Hanm,sim,em que posso ajudar?
Ela olhou para um dos policiais que acompanhavam.
- O que sabe a respeito do desaparecimento de Diane Vause?
Healy,cruzou os braços,olhava cada um a sua frente,agora sabia do que se tratava,porém não era nenhum ingênuo. Olhou no destintivo novamente observando o nome ali gravado.
- Agente Figueroa,preciso de um advogado? Isso é uma interrogação oficial?ou algo assim? Você tem um mandado? Só pra eu saber a que pé está isso aqui.
Riu debochado. Um dos policiais pois a mão sobre a cintura,ali dentro do cós da calça,tinha um revólver,um trinta e oito. Fig fez sinal em negativo.
- Você quer fazer do jeito difícil Samantha? Sério? Alguém com sua vasta ficha criminal...
Lhe jogou sobre a mão um papel,onde tinha impresso,a imagem dele falando com a enfermeira de Diane,antes do sequestro.
- Devia pensar bem antes de dificultar uma investigação federal _ mentiu, Piper queria sigilo,mas isso era outra história_ Agora....vamos direto ao ponto,onde está a senhorita Diane Vause? E seja rápido, não tenho todo tempo do mundo,ainda mais para gastar com um cara fracassado,que se afundou numa carreira promissora como você. _ limpou embaixo das unhas_ Mas se preferir pode conversar,com meus amigos aqui,eles adoram uma diálogo saudável.
Era isso Healy estava sem saída,a mulher a sua frente não estava para brincadeiras,mas nesse impasse ele tinha que tentar salvar sua própria pele, Caputo literalmente não estava em seu juízo perfeito,e afinal seus trabalhos particulares como detetive, não serviam como evidências para nenhum crime,ele apenas havia investigado alguém,o que não é ilegal,nada de mais, Joe que arcasse com seus devaneios,e se fosse para escolher quem iria para prisão,que fosse o cara que podia comprar a prisão.
- Calma senhorita,aceita um café?.
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Diane estava em recuperação,mas assim como Alex era uma mulher muito bonita,tinha olhos azuis,os cabelos agora eram mais curtos,por conta do procedimento cirúrgico feito a algum tempo,estavam um pouco acima da orelha,o corte era atual,os fios negros e bem cuidados.Alex sempre orientou as cuidadoras sobre a vaidade da mãe. Após lhe obrigarem a se alimentar,o que era somente de um pão e uma fatia qualquer de frios para dar um gosto e água,nada mais,algumas vezes Fredda a trazia escondido uma fruta,ou algo doce,dizia ela que ajudaria pra mesma manter-se menos ansiosa. Mas isso era impossível,ainda mais que estava sendo observada de perto por um dos capangas do grupo,o único fora Fredda que não escondia seu rosto,cada vez que ele adentrava no pequeno cômodo Diane sentia um arrepio de medo.
- Olha só,"que mami mas deliciosa eres".
Disse o homem a olhando dos pés a cabeça,mordendo os lábios,a pobre estava usando apenas uma camisola,que trocou na primeira noite,mas as belas pernas estavam bem visíveis,lizinhas e torneadas, graças as atividades que realizava diariamente para sua recuperação seu corpo não havia mudado muito. O homem tinha o olhar negro,era forte,e tinha algumas tatuagens espalhadas, no pescoço uma grossa corrente,parecia de prata. Ele observava ele se alimentar.
- Debe caber mucho en esa hermosa boca carnosa, en mamá, ¿sabes sostener un palo como tu hija bailarina?
Diane não conseguia entender uma palavra,parecia que ele não era de Nova Iorque, falava em outra língua parecia espanhol,mas o que ficou claro era que nada de bom podia estar sendo direcionado dele,seu nome sabia, parecia ser Cézar,era nojento e metido a machão,ela não ousou lhe olhar,estava com medo,e parecia que sozinha com ele ali.
- TÔ FALANDO COM VOCÊ maldita perra...
Lhe apertou pelo braço,aquilo doeu,e concerteza deixaria uma marca,a fez levantar da pequena cama,e muito rápido agarrou sua cintura,começou a beijar seu pescoço.
- NÃO...POR FAVOR...ME SOLTE
o homem era muito mais forte do que ela,seu coração começou a bater muito forte,e nesse momento ele começou a esfregar seu sexo na coxa de Diane,o desgraçado estava excitado a mulher entrou em Pânico e não conseguia reagir.
- CERRAR LA FOLLADA BOCA. Eu sei que você gosta, é que nem a puta da sua filha,a bailarina,_ forçou seus lábios contra o dela_ vocês gostam de se exibir eu vi você me olhando _ passou a mão em suas nádegas,dando apertões fortes_ queria que eu fizesse isso. _desceu a mão até o meio das pernas de Diane e lhe acariciou o sexo sobre a lingerie.
Nojo,aqueles toques estavam lhe causando nojo,ela estava fraca,sozinha,quem poderia lhe ajudar? Não sabia nem mesmo onde estava,e suas forças estavam esgotadas.
- "Oh Deus me ajude"
Pensou, enquanto uma lágrima caiu de seus olhos,nesse momento sentiu uma forte dor de cabeça,e nada mais viu.


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