Tudo ou Nada!

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Como um vidro embaçado,assim estava a visão de Diane aquela manhã,mas já era melhor do que a total escuridão que estava presa após a tentativa de estrupo. Sua barriga doia,sentia muita fome,Freda não tinha aparecido ainda para lhe alimentar,e a falta de sua medicação já lhe causava muita dor de cabeça. Sentia pequenas elevações sobre sua pele,onde o ardor era quente ao toque,causados por todas as marcas roxas e aranhões que estavam espalhados por todo seu corpo,se estar ali já era algo torturante,a imagem daquele homem invadindo seu corpo,o tocando sem permissão,a causava pesadelos,jamais iria esquecer.
Ouviu passos pesados no corredor,e logo o barulho de ferro enferrujado que a porta fazia toda vez que era aberta. Mas dessa vez não foi o bom dia da velha enfermeira que ouviu.
- Trouxe sua comida,e seu medicamento.
Sentiu o peso do homem, largando o corpo,e se sentando ao seu lado,a cama afundou rápido num ranger irritante.
- Antes do que imagina, você vai estar com sua filha,mas pra isso temos que garantir que ela saiba que está bem,e sendo tratada como uma rainha, então vamos esquecer tudo que aconteceu antes dessa conversa,e garantir que você continue - soltou o ar forte pela boca- respirando. Vai falar com ela hoje,e se não repetir direitinho o que eu orientar,ao invés de inteira,vamos mandar você em partes pequenas e bem coletadas,pra puta da sua filha,será que fui claro?
Diane ouvia calada, não conseguia mais sequer elaborar qualquer resposta,estava em desespero,tomada pelo medo e insegurança que toda a situação a colocava. Ao fim assentiu com a cabeça,e então a mão gelada do homem entrou em contato com a sua.
- ótimo.
A fez comer, garantindo que todo alimento passasse por sua garganta, após isso se levantou a pegou pelo braço a guiando para outro local,fora daquele cômodo com fedor de ferrugem e umidade. Piscatella discou o número de Alex,e logo foi atendido.
- Certo quero a grana hoje,puta, não quero polícia, não quero que tente me fazer de idiota,entendeu?????
Do outro lado da linha Alex tentava manter a calma,o policial estava a acompanhando e orientando,a chamada estava sendo rastreada e gravada.
- Já estou com o dinheiro,em espécie,como me pediu. Mas quero garantias,quero falar com a minha mãe.....por favor..
Piscatella pois o telefone sobre o ouvido de Diane e com a outra mão lhe pôs sobre a cabeça seu revólver,o bico estava frio,e cheirava a pólvora,Diane engoliu em seco,suas mãos os dedos estavam inquietos,por fim começaram a sair as frases que lhe foram impostas.
- Alex filha, estou bem,mas você meu bem tem que fazer o que eles estão falando, senão eles podem ser bem ruins,eu te amo...filha te amo....
Nada mais,ele lhe tirou o telefone e deu o ultimato.
- as dez e meia da noite, no parque da ponte do Brooklin, lá você vai deixar o dinheiro, escondido atrás de um banco de madeira...mas sua mãe,a ela não,a deixaremos em outro ponto,pra você não tentar bancar a espertinha,assim que eu confirmar o pagamento,a deixaremos perto ,onde se tem a vista de Manhattan Bridge,mas a localização exata você irá receber somente depois que eu estiver com o dinheiro.
- Não a troca tem que ser no mesmo lugar,qual garantia que tenho de que....
- CALA BOCA PORRA, você não tem que questionar nada,se não levar o dinheiro, amanhã o belo corpo de sua mãezinha vai estar servindo de comida para peixe.
E assim desligou o telefone. Mandou um de seus homens levar Diane para cela, novamente estava naquele lugar,parecia que seu pesadelo não tinha fim,e agora o aperto em seu peito era maior,sua filha estava também em perigo e ela não podia nem imaginar,se algo ruim viesse a acontecer com Alex.
- mandem a velha da Freda,dar um jeito nela antes de a levarmos pra filha. Cadê o Cezar?
Não o viu nas últimas horas, questionou olhando aos arredores,e não vê-lo.
- Foi buscar mais comida.
Disse um dos homens. Piscatella assentiu.
//
Após ouvir toda a conversa pelo telefone Cézar soube que essa seria sua última chance de levar a grana sozinho, inventou uma desculpa qualquer para o companheiro e foi novamente fazer uma ligação para Joe.
- Quero falar com Joe Caputo,diga que é sobre Diane Vause.
Esperou balançando as pernas agitado,tinha que convencer o homem a lhe dar o dinheiro,isso antes de Piscatella conseguir fazer a troca.
- Primeiro se identifique,como eu vou negociar? Primeiro tenho que saber quais dos homens que contratei dá valor a vida.
Dizia Joe do outro lado da linha,mesmo sabendo que aquela era sua única pista a horas, ele não deixava de ser um otário presunçoso.
- Me chamo Cezar Jefe,quem nos procurou foi um tão de Sam,nos apresentou a um dos seus.
- Cezar, gostei de seu nome. Me de a informação e depois eu vejo o quanto ela vale.
O latino não estava gostando do rumo que aquela conversa estava tomando. Mas agora era ganhar ou perder o tempo era curto.
-Mierda....que seja, Piscatella está negociando pelas suas costas,ele vai te dar a volta, ficar com sua grana e a da dançarina.
Joe fez silêncio.
- Certo, então o seu bando todo,sairia com mais dinheiro do que eu pagaria pelo serviço. Não vejo prejuízo para você,por que então você está agora,me dizendo tudo?
Cézar ria de nervoso, o que esse velho tinha com isso? Afinal o estava ajudando,ele tinha que aceitar e ainda ficar grato.
- Bem,digamos que não gosto de dividir. Prefiro a grana pra mim. Agora chegamos ao ponto jefe ,sei que cê não estourou o cativeiro até agora é por que, não sabe por onde estamos..
Joe ficou em silêncio, somente a respiração pesada era ouvida do outro lado da linha.
- a troca já foi negociado, e você está perdendo tempo não fechando esse negócio,vou mandar os dados da conta pra depósito,quero vinte mil dólares,acho um preço justo pela informação, jefe,assim que cair o pagamento te mando a localização.
- Tá me achando com cara de idiota,e se você estiver de conluio com o maldito Piscatella?
Cézar ascendeu um cigarro,pois a boca e deu um trago longo, soltando a fumaça lentamente pela boca.
- maldito cuerno sou sua melhor opção,acho na verdade que a única.
Desligou. Mandou os dados de sua conta e ficou no aguardo.
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- Agora todo mundo deu pra me intimidar,o que está acontecendo nessa maldita cidade.
Falava Joe com o chefe de segurança.
- primeiro Balic,mas esse já está dançando conga no inferno,aquela vagabunda policial,Sam, Piscatella e agora até um merda que nem é americano.
Com as mãos para trás,andava de um lado para o outro.
- Senhor,estamos a procura de Piscatella,mas se o que ele lhe informou for verdade estamos sem tempo para esperar,a polícia já está de olho, não sabemos o que eles tem contra o senhor, será que é hora de arriscar?
Nesse momento um dos funcionários da mansão bateu a porta do escritório.
- Senhor,tem um policial lhe procurando,diz que o assunto é somente com o senhor.
Passou as mãos no bigode e seguiu para a entrada da casa. Foi só falar nos desgraçados que um lhe bateu a porta.
- Pois não?- riu falsamente.
O policial lhe estendeu um papel,se tratava de uma intimação polícial.
- O que significa isso?
Disse Joe em tom arrogante.
- Bom dia,o senhor está sendo intimado para prestar esclarecimentos na delegacia sobre um inquérito policial em andamento, com o intuito de identificar o que aconteceu através da apuração dos fatos .
Joe quis dar de desentendido.
- Que inquérito? Apuração do que? Sou um homem que anda de mãos dadas com a lei,deve estar me confundindo.... -foi devolvendo o papel sem assinar.
- Senhor, você está sendo investigado sobre o desaparecimento de Diane Vause,por enquanto é só uma notificação,preciso que assine aqui. - o policial indicou nas linhas pontilhadas- e não preciso lhe avisar que não pode sair da cidade,do país,ou sair de seu imóvel principal sem atualização ao departamento.
O homem saiu,guardando sua canela dentro do bolso da camisa,sem nada mais dizer a Joe. O papel foi amassado no mesmo instante,e largado próximo a porta da mansão.
- Ligue para o escritório,mandem fazer o depósito agora mesmo, não temos tempo a perder.
Disse Joe.
//
No Brooklin as ânimos também não estavam dos melhores, Alex havia acabado de chegar em casa quando o telefone tocou,e após o ultimato do sequestrador estava apreensiva.
- Nick estou com muito medo,aquele homem não está para brincadeira, ameaçou minha mãe,Nick ela tinha a voz tão fraca e triste....e se der errado? E se o plano for um fracasso?
As duas estavam sentadas no sofá,estavam esperando o policial mandar as atualizações para Figueiroa, Alex estava com as mãos sobre a cabeça.
- Al,fique calma,o pior já passou,veja agora nós duas estamos sentadas aqui, hoje com um plano,e com pessoas totalmente dispostas a nos ajudar, diferente de horas atrás, quando estavamos perdidas sem saber o que fazer,sem o dinheiro,sem ajuda. Tenha calma, Piper te auxiliou, Fig é muito competente,e eu mesmo não sendo de total ajuda agora -levantou o pé machucado-,estou aqui também por Diane e por você. E agora precisamos confiar em todas essas pessoas que estão envolvidas,dar a elas o voto de confiança.
Alisava as costas da amiga.
- você está certa.
O policial foi ao encontro das duas mulheres na sala.
- Senhorita Alex, já passei todas as informações para Figueroa. Ela garantiu que já vai preparar todo esquema de segurança para que tudo ocorra bem. mesmo sendo em dois pontos diferentes,temos homens o suficiente para agir nas duas linhas de frente, está tudo sob controle. Mas que fique claro,a senhorita vai ter que ficar no ponto A na operação,Piscatella tem que acreditar que você está seguindo o plano dele,isso vai garantir que façamos a nossa parte.
Alex olhava atentamente algumas marcações que o policial fazia num papel.
- Logo Fig estará a caminho para lhe passar o plano em mais detalhes.
- Certo polícial,vou fazer o que vocês mandarem.

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