catorze - maratona

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Estou deitada na cama há horas,olhando para o teto e escutando as músicas mais tristes do Oasis,a minha cena soltando os cachorros em Drogo não para de rodar na minha cabeça.  Eu não queria sair daquele quarto e esbarrar com ele,sei que tínhamos que conversar mas eu realmente não tinha coragem.

Já estava de noite e minha barriga estava roncando, acabei não indo jantar,menti dizendo que não estava me sentindo bem.  Na minha cabeça a melhor saída era evitar Drogo e ir comer em um horário que ele esteja no quarto ou dormindo.
  Olhei o relógio e ele indicava ser 22:00,todos já deviam estar em seus quartos,ambos dormiam cedo.

Desci as escadas de pijama,imaginando a humilhação se alguém me visse vestindo um short repleto de gatos e uma blusa mais apertada que bêbado.

A casa estava toda escura e em silêncio,cheguei na cozinha e acendi a luz tentando fazer o mínimo barulho possível,preparo um cappuccino e faço um sanduíche.   Assim que mato minha fome lavo as coisas que sujei,assim que termino me viro secando as mãos e levo um susto quando vejo Drogo encostado na porta da cozinha.

Droga,droga,droga,droga!

Coloco minha mão direita no meu coração e fecho os olhos rapidamente,me recuperando do susto.

" Você quase me matou de susto!"    Digo e caminho até a saída mas ele bloqueia.

" Temos que conversar."  Ele diz,eu sabia disso. Mas não queria conversar nesse momento.

"Drogo..." começo a falar mas ele me interrompe.

" Deixa eu falar."  O loiro siliba, sua voz parece agoniada e eu dou dois passos pra trás,me encostando no balcão,indicando para que ele comece.

" Eu sei que o que eu fiz não tem explicação e foi errado pra caralho."  Drogo suspira. "Eu realmente não sei o que deu em mim... Eu acabei não indo para aquele 'encontro '  e decidi ir na festa.  Assim que cheguei me enfiaram  naquela sala,e, quando eu ti vi lá,sei lá,senti que deveria fazer aquilo."   Ele diz e eu não sei o que responder,não era essa a explicação que eu queria,não era a explicação que eu esperava.  "A bebida contribuiu."

" Você simplesmente sentiu que deveria beijar a garota que está morando na sua casa e que aparentemente você não gosta?"  Junto minhas sobrancelhas.

"Porra, não."  Drogo murmura.  "Me desculpe,vamos esquecer isso. Isso nunca mais vai acontecer."  Ele pontua e sinto um aperto no peito.

" Já esqueci."  Respondo saindo cozinha fora mas paro no meio do caminho e o olho.  " Você ia me contar ou ia deixar eu fazer papel de trouxa ?"  Pergunto e ele parece surpreso com a pergunta.

" Foi só um beijo Gaia,igual outro qualquer. Não significou nada."  Drogo responde.

Não tinha como eu simplesmente esquecer que eu e Drogo nos beijamos,não tinha como eu falar que não significou nada. Merda,eu não gosto dele,mas minha parte carnal é louca por ele.

  " Olha,eu sei que não comecei legal.  Mas,quero paz.  Amigos ?"  Os olhos de Drogo me encaram atentamente e eu arregalo os olhos.

Agora ele quer ser meu amigo?

Ele acha que me beijar foi igual um aperto de mão?

Eu deveria xingar ele de todos os nomes e sair correndo dali,mas eu fiz totalmente ao contrário.

"Amigos."  Sorrio de lado,com meu lado racional me condenando,pra falar a verdade,o Drogo era legal e eu queria viver em harmonia.

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burning for youOnde histórias criam vida. Descubra agora