Como não quebrar alguns ossos.

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Andamos em silêncio até os estábulos. Quis perguntar sobre seu pai, e o porque ele não poderia ficar com o mesmo. Mas me pareceu errado, não era da minha conta.

Ele parecia ter dificuldade em segurar os fenos, mas não fiz nada.

Assim que chegamos, lhe entreguei mais um fardo para ter uma mão livre, e abri a área em que estava o meu cavalo.

Ele era grande, sua cernelha tinha pelo menos a minha altura, 1,67. Se eu parecia pequeno perto dele, Dominic parecia ainda menor.

Olhei o mesmo para conferir, mas acabei me distraindo com sua expressão.

Estava completamente hipnotizado pelo enorme animal a sua frente, seu queixo caído e os olhos brilhando. Nem parecia mais que os fenos existiam em suas mãos, porque seu foco no momento era um complemente diferente.

ーPosso fazer carinho?

Olhei para meu cavalo:

ーFúria não costuma deixar outras pessoas se aproximarem dele. Não normalmente.

ーPosso tentar?

Ele parecia tão determinado que me soou errado contrariar. Pedi que ele me passasse o feno e então separei-o corretamente. Ainda chocado com o enorme animal, ele já foi se aproximando.

Segurei seu pulso, devagar

ーJá esteve perto de um cavalo antes?ーele negou.ー Ótimo, vamos por partes então. Sem movimentos bruscos, sem passar por detrás dele, e sem falar muito alto.

Ambos olhamos para baixo, e eu soltei seu pulso rapidamente.

ーSem movimentos bruscos, né?

Fúria relinchou. Eu apenas fiz uma careta para ambos.

ーNão pode usar minhas palavras contra mim.

ーJá usei.

E então ele foi suavemente até o cavalo. Hesitante, esperou que o cavalo o notasse antes de passar uma primeira vez a mão em seu pelo.

ーComo era a história dele não gostar de pessoas, mesmo?

ーNormalmente.ーacrescentei.

As vezes gostaria de ser tão atraente como Fúria.

Seus pais eram grandes vencedores de exposições e por até alguns anos o dinheiro que eles rendiam ajudava em muita coisa.

Já, por outro lado, Fúria é teimoso e só deixaria eu montar em si. Nem a tia gosta muito de se aproximar dele.

Ele continuou fazendo carinho, fascinado. Gostaria que fosse minha primeira vez vendo o Fúria, para que eu pudesse me impressionar tanto quanto ele.

Continuamos andando pela propriedade. Não era tão grande, mas ele poderia se perder facilmente até então. Lhe mostrei meu lugar favorito, mas não gostei de levá-lo lá.

Era um pequeno riacho, que cortava a superfície profundamente. Entre a separação, havia um pedaço de madeira por onde eu passava. Do outro lado era possível ver uma grande árvore bem cuidada. Costumava estudar lá, embaixo daquela árvore em especial. Poderia até parecer clichê, mas era o meu mundo. A tia não vinha para essa parte porque não havia nada para de fazer aqui. Era o meu canto. Era apenas o meu mundo. Como uma parte minha que eu tivesse transformado no que as pessoas se referem a lar. Um lugar onde eu me sinta confortável o suficiente pra querer voltar sempre.

Me senti incomodado com sua presença em meu lugar especial, mas ele parecia impressionado demais pra me ouvir dizendo que deveríamos ir. Me afastei e continuei insistindo, sem sucesso.

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