10 de Fevereiro de 2014, Sentidos Aguçados.

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Olá!

Resolvi dispor a primeira interação como casal do Jimin e do Jungkook, ver como desenrola-se a relação deles.
Agradeço a quem estiver lendo, agradeço também se puderem comentar caso estejam gostando, até o momento sigo no escuro. haha

Boa leitura!

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Uma das grandes dádivas agraciadas ao ser humano, sem sombra de dúvida foi o sentido nomeado visão, esse merece ser superestimado, ainda quando considerado que me encontro disposto sobre um banco alto defronte a ilha da cozinha, cotovelos apoiados, um sustentando o queixo e o outro, quem se importa? A visão era tudo o que eu mais apreciava, Jeon Jungkook completamente focado no prato à sua frente, mexendo o alimento no prato antes de levá-lo à boca, os lábios adornando o garfo enquanto apreciava o alimento. Observava-o pois não sentia fome o suficiente para acompanhá-lo, dado que este se alimentava de forma deveras desenfreada.

Quando considerava que só me restava o paraíso visual, noto-o erguer o garfo em minha direção, o braço estendido esperando que eu abocanhasse o que era ofertado.

– Vamos hyung, você me conhece melhor que ninguém – De pronto atendi ao seu pedido, mastigando o alimento enquanto continuava a observá-lo.

Como se não bastasse tudo o que havia me sujeitado na última vez a qual nos vimos, também hei de concordar que o assunto não parecia finalizado. Alguma parte da soma faltava para fechar as contas finais, quando no verão anterior voltamos a nos reunir em Malibu e após algumas garrafas de Soju não pude evitar me jogar no precipício que podemos chamar de declaração de amor.
Com toda a gentileza a qual Jungkook nasceu, foi capaz de dizer-me que deveríamos aguardar e conversar melhor quando estivéssemos apenas os dois e eu estivesse em mim, todavia o dia seguinte chegou e esse não esteve a minha procura, a compreensão não me falta então a dedução foi objetiva, estava dispensado com meia dúzia de palavras no bolso.

O intercâmbio me caiu justamente após o último encontro, o que me fez pensar que pelo menos uma vez o destino sortudo estava a minha soleira, querendo que as coisas fluíssem e eu pudesse iniciar uma nova etapa da vida, abandonar antigos hábitos e amores, talvez conhecer alguém estrangeiro que fizesse meu coração palpitar. Contudo cá estava, ao lado daquele o qual achava que ficaria ao menos um ano sem encarar, aquele que daqui um ano fingiria que nada aconteceu e continuaríamos melhores amigos.

Eu já comentei o fato da audição ser uma dádiva incrível dada ao ser humano? Seria o melhor de todos os sentidos? Caso não, exemplifico com o fato de após alimentados, Jungkook se encontrava diante da pia da cozinha, logo a minha frente comentava incessantemente do fatos de ter sido aceito na faculdade de Seoul, sua voz tinha a sonoridade aliciadora e deleitante, quando me debruçasse sobre ele deitado no sofá gostaria de ouvir-lhe me contar sobre todos os detalhes do seu dia, como escovou os dentes e quantas vezes respirou, como se tudo dependesse da sua voz. Recobro a consciência quando este chama a minha atenção.

– Jiminssi, você tá mais aéreo que o normal, tá tudo bem? – Noto o avental em torno da cintura, as luvas de cozinha nas mãos e o olhar sob mim, atravessando o meu centro como uma flecha ferrenha e impiedosa.
– Claro, apenas pensando que daqui a poucos dias estarei estudando e finalmente me tornando um adulto – Movimentando-me entorno da ilha, trazendo a louça usada a mão, fazendo menção de aguarda-lo afastar-se da pia para que pudesse dar cabo dos pratos – Pode tirar as luvas – Este fez-se em protesto, o qual ignorei veemente.
– Você já me disse que serei seu serviçal, pode deixar tudo comigo! – Continuei prostrado ao seu lado, no aguardo das luvas, esteve viu que minha expressão permanecia impassível e dispôs as luvas, tirando-as das mãos sem inverter os lados.

Quando digo que o tato, ah! Esse é incrível, sentido admirável este. Me imagino sob o quarto, entre os edredons com a claraboia aberta, a luz do sol adentrando o recinto e você de bruços entre os lençóis, claramente despido de qualquer peça de roupa, sua pele alva ofertando um grande bom dia quando a luz do sol o tocasse e eu pudesse deslizar apenas a ponta das digitais pela sua coluna, descendo até o topo de sua bacia, onde estaria o resto do seu corpo, coberto apenas pelo edredom... Um ressalto me puxa de volta para a atual conjectura, você ao meu lado esperando qualquer ação da minha parte enquanto eu devaneio, que lamentável.
O exato momento em que suas mãos fizeram questão de resvelar meu braço, minha pele inteira efervesceu ao toque, minimamente ridículo, pode me acusar. Mas a imaginação estava me deixando fora do eixo, ainda mais quando contava com você ali, disposto a ser meu serviçal como o mesmo dissera.

– Vou considerar que você vai lavar já que eu fiz a comida, mas pode contar comigo para ajudar você enquanto eu estiver aqui, na verdade eu adoro serviços domésticos – Passou as cordas do avental sob a cabeça, retirando o item e seguindo para passar esse sob a minha, o que permiti em vista que já estava com as luvas postas a mão e úmidas. A proximidade cruzou nossas respirações, seu hálito se chocando com o meu enquanto me analisava e dispunha de toda paciência enquanto me vestia com a veste de cozinha. O mais rápido que pude, desviei o olhar à louça, a sensação de tê-lo me analisando, cavando no fundo das minhas emoções através do olhar me deixava fora da órbita, não poderia permitir que fosse jogado novamente no precipício que era minhas emoções infundadas.

– Obrigado, você vai ficar muito tempo? – O tom o mais próximo possível de lisonjeiro para que não nota-se meu incômodo em toda situação que se transcorria, desviei a atenção dos pratos até ele, que permaneceu disposto ao meu lado na pia, observando enquanto as palavras eram proferidas.
– Quanto tempo você me permitir ficar, temos assuntos inacabados, recorda? – Nada mais do que flerte poderia descrever o tom arrastado da sua voz, a forma como permanece a me avaliar sem ser o menor comedido possível. Insolente.
– Bom, pode ficar o tempo que achar necessário, já que está por aqui – Seu corpo descolou da pia e se moveu, sempre espreitando próximo de onde eu estava, sentia sob a pele seu olhar furtivo contra mim – Se bem que você precisa ir para a faculdade, então tem de voltar logo não?

Como se fosse difícil delimitar tudo que podemos considerar digno de "pisei no céu, o que será de mim?", posso afirmar, dentre os quatro sentidos, o que mais se torna estimável seria o paladar, todavia, o almoço já havia sido servido, os pratos estavam lavados e dispostos na seca louças, o som da sua voz nada mais dizia enquanto também não se fazia possível ver seu rosto e corpo delgado quando este se prostrava as minhas costas, como tudo pode ser imprevisível e avassalador, nada se faz mais importante do que o paladar. As papilas gustativas podem saborear mais do que doce, salgado, azedo.

Antes de me render e cruzar a linha direta para o precipício, seu cheiro me embargou e afogou-me, suas mãos já estavam em mim antes mesmo que pudesse dizer-lhe que estava a ponto de falhar os joelhos e cair ali mesmo diante seu aroma, que em pouco tempo passou de um adolescente para o de um homem que tomava todos os meus desejos mais reentrantes.

Quando menciono paladar, que belo macarrão a carbonara me viria a mente poucos minutos atrás, quando agora posso afirmar que provei aquilo que mais me causou furor durante toda a vida, seus lábios pressionaram os meus sem brandura, submergiu-me com os seus grossos e furtivos, tomando meus inferiores para ele como se fosse-lhe dado por contrato. Uma das mãos permaneceu a segurar minha cintura, enlaçando-me contra a pia da cozinha apenas para que a mão livre navegasse pelo meu tronco e seguisse em direção da nuca, firmando ali um contato tão necessário que de fato meus joelhos estavam a ponto de falharem para o resto da vida. Quando seus lábios abandonaram os meus, de pronto meus olhos estavam instalados em sua direção procurando por respostas.

– Podemos tratar dos nossos assuntos inacabados agora?

Sem ao menos aguardar a resposta, ele estava novamente todo sob mim, sob meus pensamentos, sob meus sentimentos, e pela primeira vez sob meus lábios e corpo.
Drenando toda aflição do meu peito, seus lábios tinham a aveludagem a qual eu já havia tanto sonhado e um gosto que nem o melhor poeta poderia descrever.

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Foi curtinho apenas para ter uma noção de como seria, vamos ver o decorrer!

Beijos.

Summer Malibu ➵ pjm + jjkWhere stories live. Discover now