capítulo 4

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Após me despedir de Minho, segui o pequeno caminho até o ponto de táxi e esperei breves quinze minutos até que um passasse por ali, eu estava exausto! Queria apenas chegar em casa e ir dormir. Desci do táxi em frente a casa do meu quase - já que ele apenas morava no meu bairro, não necessariamente do lado da minha casa - vizinho australiano, Bang Chan, havíamos combinado de jantarmos juntos e colocar o papo em dia. Após terminamos de jantar, me despedi da Sra. Bang e o mesmo me acompanhou até a porta.

— Se eu não tivesse combinado com o Woojin de ir dormir na casa dele, eu até te chamaria pra dormir aqui. - disse após chegarmos à varanda.

— Qualquer dia desses a gente combina de eu vir dormir aqui. Até amanhã! - me despedi do mesmo, recebendo de volta apenas um acenar e segui até minha casa, que não era tão longe dali.

Enquanto eu me aproximava de minha casa, comecei a ouvir alguns gritos mas nunca imaginei que eles estavam a vir justo do lugar onde eu morava. Corri até a porta e entrei, vendo a cena mais horrível que eu nunca imaginei ver em todos os meus dezessete anos de vida, minha mãe estava no chão e estava sangrando muito. Não pensei duas vezes e corri até a mesma, ela chorava e estava muito fraca.

— Mãe? - chamei-a com os olhos cheios de lágrimas, ela não respondeu, apenas continuou a chorar. — Mãe, oque aconteceu? Por que você está assim?

— V-você... emb-bora... - e ela apagou, fazendo com que eu ficasse ainda mais atordoado.

— Não mãe, por favor acorda! - disse quase gritando, quando senti uma mão puxando-me pela mochila me pondo de pé. — P-pai? O que aconteceu aqui? Oque houve com a mamã...

— Cala a boca!

— Oque tá acontecendo pai? O senhor não é assim! - disse tentando me soltar do mesmo, mas foi em vão. — O senhor bebeu?

— Qual é Jisung... Sente-se aqui comigo, vamos conversar um pouco. - sentou-se no sofá e eu sentei ao seu lado. — Agora, me responda. Quem é o tal garoto que você foi a casa dele hoje? A Jihyo me contou que vocês estão muito próximos.

— Olha pai... - levantei-me do sofá quando senti o mesmo me apertar. — Eu não sei oque está acontecendo aqui, só quero saber oque aconteceu com a minha mãe.

— Eu bati nela! - gritou. — Bati, e a culpa é toda sua!

— Culpa minha? Como assim pai, explica isso direit... - fui interrompido por um soco do mesmo, fazendo com que eu caísse no chão, desnorteado. Ele começou a rir e continuou.

— Oque eu fiz de errado, em Jisung? - eu não respondi. — Responde!

Eu continuei calado, o lado esquerdo do meu rosto latejava. Tentei me levantar do chão, mais fui impedido por um chute do mesmo.

— Você acha que eu te criei pra namorar um homem? Você realmente acha isso, Jisung? - o mesmo se ajoelhou do meu lado e passou as mãos sobre os meus cabelos. — Você sabe que ela é a nossa única salvação, não sabe? Sem ela nós estamos falidos!

— E o que a minha mãe tem a ver com isso?

— Ela te apoia! - gritou novamente, e segurou meus cabelos, puxando-os. — Ela apoia o fato de você ser uma bixinha!

— Você é um monstro... - disse quase que em um sussurro.

— Eu, o quê? - puxou ainda mais os meus cabelos.

— Você é um monstro! 

Empurrei-o e corri até as escadas, entrei no meu quarto e tranquei a porta. Procurei o meu celular no bolso e apenas liguei para a primeira pessoa que apareceu na minha lista telefônica. Ninguém atendeu. Tentei ligar para o Hyunjin, mas ele também não atendeu.

— Mas é muito azar meu mesmo. - me assustei com o meu pai batendo na minha porta, ele estava furioso.

—Abre essa porta Jisung! - e bateu na minha porta novamente, fazendo com que eu ficasse ainda mais atordoado. — Se você não abrir eu vou arrombar essa porta!

— Não vou abrir nada! - tentei novamente ligar para o Hyunjin, mas dava ocupado. Foi aí que optei por ligar para o Minho, após alguns breves segundos, ele atendeu. — Minho? - chamei-o chorando.

— Jisung? - disse meio lento, parecia que ele havia acabado de acordar. — Está tudo bem? Onde você está?

— Não, eu não tô bem e eu tô em casa prestes a pular da janela. - disse correndo até a minha janela abrindo a mesma. — Eu preciso muito da sua ajuda.

— Se você tá pensando em cometer suicídio, te aconselho a se acalmar ant...

— Meu pai tá querendo me matar Minho, por favor me ajuda!

— Jisung calma. Me manda a tua localização agora, eu chego aí em alguns minutos! - disse e eu encerrei a chamada.

Meu pai continuava a tentar abrir a porta, mandei a localização da minha casa para o Lee e pulei a janela. E então eu corri. Corri como nunca havia corrida na vida, corri como se tivesse não  amanhã, eu ainda chorava muito e estava muito assustado. Eu parei para descansar e senti alguém me puxar, gritei e foi quando a pessoa tapou a minha boca.

— Sou eu, Minho. - e eu o abracei, chorando ainda mais. — Tá tudo bem, eu tô aqui!

— Delegacia... - disse em um fio de voz.

— Ok, se acalma.

            [...]

— E foi isso que aconteceu...

— Já mandei uma viatura até a sua casa, não precisa se preocupar mais. - a delegada respondeu após alguns minutos.

— Senhora delegada... - chamei-a e a mesma se virou para mim. — Eu quero ver a minha mãe.

— Espere aqui, certo? - assenti e a mesma se retirou da sala. Eu voltei a chorar, logo recebendo um abraço de Minho. Após alguns minutos abraçados, eu consegui me acalmar, o mesmo se levantou e trouxe um copo de água para mim.

— Beba isso, vai conseguir se acalmar.

— Obrigado. - disse, e observei o mais alta se afastar. — Onde você vai?

— Vou avisar pra minha mãe que onde eu estou, fique aí. - assenti e observei o mesmo se retirar da salinha em que estávamos. Decidi também ligar para um dos meus amigos.

— Isso é hoje de ligar pra mim Jisung? - disse Hyunjin após me atender. — E esse barulho todo? Onde você está?

— Eu tô na delegacia, Hyunjin. - disse e fui seguido por um soluço.

— O QUÊ?!

ღ•°i sαω τнє ℓσvє iท yσυr єyєs°•ღ Onde histórias criam vida. Descubra agora