Sai do quarto e vi minhas duas colegas de quarto de braços cruzados sobre o peito, me esperando bem em frente à porta.
-Como você consegue? –as duas perguntaram juntas.
-Parem com isso, parem de falar a mesma coisa ao mesmo tempo, isso me assusta. –falei passando por elas e indo até a cozinha.
-Você chegou aqui ontem e esse dois caras bateram na porta e ficaram te olhando como se fossem te devorar. –falou Elisa sentando na pia da cozinha.
-É verdade, eu estou aqui há dois anos e só consegui namorar um garoto, por dois meses. –falou Grace sentando em uma cadeira.
-Nada a ver. Eles só vieram entregar meu celular, e ficaram do mesmo jeito que ficaram se tivesse sido uma de vocês a abrir a porta usando apenas um pijama minúsculo. – dei de ombros pegando uma lata de coca do frigobar e me sentando ao lado da Grace.
-É sempre assim, a garota que faz o coração de todos os rapazes derreterem, nunca enxerga o que realmente acontece. –falou Elisa balançando a cabeça negativamente.
-Vocês estão imaginando coisas. Eu vou falar com a Natasha. –falei me levantando e saindo do dormitório.
Mas quando finalmente me senti sozinha um garoto apareceu logo atrás de mim e falou:
-Oi, você é a Larissa, não é?
Ele até que era bonitinho, magro, um pouco mais alto do que eu, cabelos cacheados e loiros, olhos castanhos, um sorriso encantador e covinhas super fofas.
-Sou. –sorri – E você é?
-Gabriel. –ele enfiou as mãos nos bolsos da calça - É verdade que você é uma mestiça? –ele perguntou parecendo meio envergonhado.
-Foi o que me falaram, mas ainda não estou acreditando muito nisso. –ri vendo que ele brilhava um pouco.
Eu estava nervosa, o garoto ao meu lado estava brilhando, o brilho era fraco e dourado, mas mesmo assim, ele tava BRI-LHAN-DO.
-Deve ser um pouco difícil de saber que é a ultima mestiça. –ele deu de ombros e corou
-É. –falei desviando de uma pedra que era quase do tamanho da minha lata de coca.
Já estávamos quase na frente do escritório da Natasha e eu a vi sentada em uma cadeira que estava presa a correntes no teto, com uma xícara de café na mão e balançava para frente e para trás calmamente.
-Eu vou indo, ta? – falei me afastando em direção ao escritório – Tchau.
Corri até Natasha e parei a sua frente.
-O que queria falar comigo? Que se enganou e que na verdade eu sou normal, e que você esta com alguns parafusos soltos? –perguntei enquanto ela se levantava e eu a seguia para dentro do escritório.
-Sua mãe te mandou quatro caixas super pesadas, e não, eu não me enganei, só queria saber se esta se enturmando, já que você é a única mestiça por aqui. –ela sorriu e apontou para quatro caixas enormes, no canto do escritório, ao lado do divã.
-Se eu sou uma mestiça, me prove. –cruzei os braços sobre o peito, eu não queria ir embora daquele lugar. Não queria voltar para casa para ter que ouvir minha mãe fala: “Você não tem jeito mesmo. Até foi expulsa do acampamento”.
-Aqui esta. –ela me entregou um envelope lacrado e eu deixei meu refrigerante sobre a mesa – Foi seu pai que escreveu. E ele sentiu muito orgulho de você.
-Por quê? –perguntei sentindo algo dentro de mim, eu não sabia o que era, mas não tinha gostado.
-Ele gostou de você não ter deixado ele ser enterrado com aquele terno branco. – ela riu
-É, eu dei um ataque no velório e só parei de gritar depois que ele já estava usando a roupa que eu tinha escolhido. –ri segurando a carta contra o peito.
Fui até uma das caixas e tive um pouco de dificuldade de levantá-la, mas consegui.
-Você quer que eu peça para alguém te ajudar? –perguntou Natasha e vi seus olhos brilharem.
-Não, mas pode abrir a porta para mim? –pedi e ela o fez.
Na metade da subida eu já estava um pouco cansada, mas ainda tinham três caixas, para levar para o dormitório, antes que eu tivesse tempo para ler a carta que poderia ser ou não do meu pai.
Assim que entrei no dormitório, corri para meu quarto deixei a caixa na frente do meu armário e já fui saindo para pegar a próxima caixa, mas assim que sai do quarto, dei de cara com James, Grace e Elisa.
-Agora fala se você não fez alguma coisa. –falaram minhas colegas de dormitório ao mesmo tempo.
-Olha, eu ainda tenho que pegar algumas coisas no escritório da Natasha, então depois agente conversa. –falei jogando o envelope em cima do sofá, arrancando meus sapatos e os deixando ao lado da porta do meu quarto.
-Antes de sair você tem que explicar algumas coisas pra gente. –elas falaram
-Olha, depois eu lhes respondo tudo o que vocês quiserem, mas agora tem três caixas enormes me esperando, então, eu to indo. –falei saindo do dormitório, mas elas vieram atrás de mim.
***
-Você...
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Acampamento Imortal
FantasyCamp immortal fala sobre uma garota que logo depois da morte do pai é mandada pela mãe para um acampameto, onde descobre que na verdade não é humana, e sim uma mestiça, a unica que exite no mundo inteiro. No acampamento ela conhece James, um cupido...