Capítulo 2 - Uma Ajuda Providencial

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Audrey também adorava a época do Natal, vendo Sabrina e Fernando se despedirem pela janela, sentou na poltrona e iria começar a ler o seu romance. Se não fosse visitada naquele momento por algumas lembranças...

Era um sábado quando Audrey e Marcos foram até o Orfanato Lar de Maria, logo ao estacionar na frente da entrada, constataram o quanto aquele lugar precisava de ajuda. Irmã Filomena, encarregada do local veio logo recebê-los.

- Boa tarde, vocês vieram olhar as crianças? Disse a senhorinha que apresentava uma dificuldade em andar, abrindo um imenso portão de ferro onde a ferrugem já havia quase que tomado por completo, ela usava óculos com aro de tartaruga e tinha a pele muito branca, quase ofuscante, dava para notar quando ela saiu da cadeira de balanço na varanda e veio atendê-los.

- Na verdade viemos ajudar, sou Marcos e esta é minha esposa Audrey. Marcos estendeu a mão e aproveitou para ajudar Filomena com o portão.

-Ah, você é o anjo Marcos! Minha ajudante disse o quanto o senhor foi generoso ampliando nosso anúncio, estamos passando por um momento bem difícil aqui.  E Graças à sua ajuda, estamos recebendo muitos donativos. Filomena voltava a sentar na sua cadeira de balanço oferecendo um simples banco de madeira para Audrey e Marcos, que se acomodaram e ficaram olhando o lugar.

-  Mas Senhora Filomena... Porque achou que viemos aqui ver as crianças? Audrey tentava olhar pela janela enquanto falava. Na sua cabeça era meio que impossível com o teto quase desmoronando, ter crianças naquela propriedade.

Filomena contou das dificuldades que o Orfanato passava, sem rodeios e de forma bem franca. A Paróquia local ajudava bastante, mas era necessário uma obra de fato para garantir a segurança do local. As crianças menores se dividiam em apenas dois quartos e a ala dos recém nascidos parecia a única que não precisava de tantas intervenções, tamanha era a dedicação das freiras.

Nesse momento Audrey viu um bêbê que não parava de chorar, e ao ver os três ali passeando pelo lugar, parecia chorar mais ainda pedindo colo.

- Ah, seu pequeno danadinho! Esse aqui é o nosso novo hóspede. Filomena pegou o bêbê no colo e afagou com carinho e engolindo o choro, ele começou a se aninhar sentindo-se protegido novamente.

- Posso segurá-lo? Audrey não parava de olhar aquele bêbê, era um turbilhão de emoções do qual ela nunca havia sentido. Era como se ela tivesse virado um imã. Atraída por aquele choro sentido.

- Claro! Vocês tem filhos? No momento em que  Filomena passou o  bêbê para os braços de Audrey, nem se percebia as dificuldades da velhice que habitava agora seu corpo.

- Sim, temos uma filha, Sabrina, ela tem 3 aninhos. Deixamos na casa de uma amiga. Mas na próxima vez prometo trazê-la para lhe conhecer.

 Quando Audrey olhou dentro dos olhos daquele bêbê que se ajeitava em seu colo e sorria, ela foi tomada por um sentimento que nunca tivera antes. A mão do bêbê segurou seus dedos e algo parecia surgir da manga do macaquinho verde que o vestia, era uma pulseirinha dourada com um pingente de Tsuru.

Após a visita ao Orfanato, Audrey e Marcos estavam felizes, era como se tivessem voltado aos tempos de Faculdade onde se mobilizavam para os trabalhos humanitários que tanto se comprometiam em ajudar. Só que dessa vez ao retornar para casa, eles haviam levado Fernando junto.

- Meu Deus Marcos! Só de pensar que ele poderia ter morrido queimado no incêndio. Audrey apertava-o com mais força. Perder a mãe assim tão novinho. Eu nunca irei esconder isso dele, nunca.

- Calma meu amor, vai dar tudo certo.  O importante agora é pensarmos no bem estar da Sabrina e ver será sua reação com seu novo irmãozinho. E estou feliz por termos conseguido ajuda na obra do pavilhão que estava mais comprometido. 

*Obrigado pela leitura do 2º Capítulo - Pode comentar no espaço abaixo! ;)

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