Sete anos depois, Oregon, Estados Unidos
Hannah
Estava uma noite agradável na minha despedida, eu podia sentir o aroma de madressilvas sempre que saia do bar/cafeteria para ir tomar um ar, queria gravar aquele cheiro em minha memória, para que eu nunca me esquecesse das pessoas incríveis que conheci naquele trabalho.
— A Hannah é uma boa companheira...A Hannah é uma boa companheira...ninguém pode negar...ninguém pode negar... — Todos cantavam em uníssono, já um pouco alterados devido à grande quantidade de cerveja ingerida. Trabalhava ali desde os 18 anos quando sai do orfanato em que vivi minha vida inteira e ali ao lado daquelas pessoas criei um vínculo. Agora com vinte e seis anos, depois de estudar muito finalmente iria finalmente partir para uma nova aventura e estava extremamente excitada.
Havia sido finalmente descoberta pelo meu talento artístico, pois além de trabalhar no bar eu também fazia trabalhos de jardinagem para juntar dinheiro para terminar meu curso de artes. Mas cuidar do jardim das pessoas era mais um Hobby para mim do que qualquer outra coisa, eu amava a natureza e as plantas e poder colocar em prática minha arte era prazeroso demais.
Como nada me prendia nos Estados Unidos, já que fui criada num orfanato, aceitei a oferta irrecusável de emprego, de mudar para o Canadá e trabalhar nos grandes jardins da mansão dos Marshalls. O sonho de qualquer paisagista amador.
Os Marshalls eram donos da maior fazenda de lavanda na província de Ontário, claro que também eram famosos pelo desastre que havia acontecido há sete anos quando 4 membros da família Marshall faleceram em um terrível incêndio, sobrando apenas Jared Marshall que todos relatavam como um chefe difícil e sombrio.
Mas eu não teria muito contato com o chefe, já que teria de dar explicações dentre outras coisas apenas para o chefe dos empregados o senhor Anderson White que havia me ligado e me contratado. Como os Marshall me descobriram ainda era um grande mistério e mesmo Anderson White tendo mencionado que foi devido ao meu trabalho nos jardins dos Cooper eu ainda estava um tanto cética. Mas quem se importa com isso, certo? Teria um emprego incrível, ganharia um salário incrível e poderia voltar a estudar tranquilamente para me aperfeiçoar ainda mais e ter uma vida boa e sossegada. Para uma órfã que fora jogada aos 3 anos de idade na frente do orfanato aquela era sem dúvida uma oportunidade única e eu não iria abrir mão dela.
As despedidas foram um tanto melancólicas e sentimentais demais, todos haviam se apegado a mim e eu havia me apegado de certa forma a todos eles, mas por mais que eu os amasse, existia uma força latente dentro de mim que sentia que eu não pertencia a aquele lugar.
Dias depois...Condado de Norfolk, Ontário, Canadá.
É oficial, eu estava aqui, era real. Eu sequer conseguia acreditar, havia recém desembarcado na pista particular nas terras do Senhor Marshall e estava à espera do senhor Anderson que viria me buscar, o voo fora mais rápido que o esperado. Primeira vez em um avião e quem diria que Hannah Christie iria iniciar seu voo em um jato particular. Olhei a minha volta e vi diversos seguranças espalhados pelo local, todos armados e apostos.
Deus, esse homem deve ser paranoico, afinal quem precisa de tantos seguranças assim? Logo avistei um Jeep se aproximando, um homem loiro de aproximadamente uns 40 anos estava no volante, quando me viu ficou pálido, não compreendi sua expressão assustada, mas estava tão contente que não me importei.
— Olá Senhor White — Estendi minha mão. — É um imenso prazer finalmente conhece-lo e poder ligar um rosto a um nome. — Ele me encarou enigmático, e então apertou minha mão.
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Um delicioso engano - Livro único
RomanceESSA OBRA É INADEQUADA PARA MENORES DE 18 ANOS Quando a órfã e solitária Hannah recebeu a excelente proposta de trabalhar como paisagista na fazenda de Lavanda dos Marshalls no Canadá, ela jamais imaginou que o sonho de sua vida se tornaria um pesad...