Capítulo 2 - Parte 1

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Hannah

O cansaço da viagem deve ter me vencido, pois quando despertei e o céu lá fora já estava claro, estava tão exausta pensando e repensando na situação em que me encontrava que certamente peguei no sono. Sentei na cama um tanto zonza, por um momento pensei estar em meu velho apartamento alugado, mas então olhei ao meu redor e percebi que tudo era real, aquilo não foi um sonho ruim ou um simples pesadelo, não. Aquilo era real, eu estava presa ali, em um país desconhecido com pessoas estranhas que aparentemente pensavam que eu era uma assassina.

Vi minhas malas no chão, alguém certamente as trouxe enquanto eu dormia, pensar em alguém entrando no quarto enquanto eu estava dormindo era muito assustador, meu celular começou a despertar e um fio de esperança se instalou em mim.

— É isso. — Poderia ligar para alguém, enviar uma mensagem de texto ou algo assim, para dar o fora desse pesadelo horrível. — Droga! — resmunguei ao visualizar o aviso na tela de que a bateria estava fraca, isso significava que ele desligaria a qualquer momento e para ajudar não havia sinal.

Saltei da cama e comecei a caminhar pelo quarto, e comecei minha busca por sinal, depois de 10 minutos tentando encontrar qualquer vestígio de antena ele morreu em minha mão.

— Malditos Smartphones! — Sentei no chão e comecei a vasculhar minhas malas a procura do carregador, vasculhei todas elas e nada, lembro-me de ter colocado na noite anterior á viagem o meu carregador no bolsinho de dentro, mas ele não estava lá. Será que mexeram em minhas malas antes de trazerem para mim? — Foco, Hannah... foco... tem que ter uma saída. — Meu estomago roncou de fome e me perguntei se ele pretendia se vingar de mim ou dessa tal de Genevieve me matando de fome.

Fiz uma análise do quarto agora mais calma e vi uma segunda porta do outro lado do quarto, eu não tinha percebido ela ontem, talvez por estar frustrada e cansada demais com aquela situação maluca. Nada fazia sentido, era como se eu estivesse participando em um daqueles programas de entretenimento e tudo isso não passava de uma pegadinha, talvez daqui a pouco apareceriam os câmeras e o apresentador dizendo que tudo aquilo não passava de uma brincadeira.

Me aproximei da segunda porta a fechadura dela era diferente da outra, talvez eu conseguisse abri-la com um pouco de esforço. Um menino no orfanato me ensinou a abrir aquele tipo de fechadura, bastava saber se eu teria sucesso em minha fuga, mas ao menos eu iria tentar. Eu não iria ficar ali como uma donzela indefesa chorando, eu iria lutar até o fim e fugiria dali.

Sabia que não podia levar minha mala, então peguei uma calça jeans, uma blusa branca, jaqueta e tênis para conseguir me locomover com facilidade. Precisava de um banho, então corri para o chuveiro ignorando por completo a banheira de cerâmica. Por que uma banheira num cativeiro? Após o banho e já vestida sorri para meu reflexo no espelho, mesmo desejando chorar e gritar. Eu não podia fazer isso, nem quando estava o orfanato nem agora. Sorrindo senti um aroma de comida e meu estômago se torceu novamente, vi uma bandeja na porta do quarto, com um prato de comida, suco e salada. Como ele chegou aqui sem eu ver era um mistério.

Meu primeiro reflexo foi de recusar qualquer alimento que me trouxessem, porém não era nada inteligente aquela atitude, afinal eu precisava de energia se quisesse chegar a alguma estrada, e aquela comida cheirava tão bem, comecei a comer sentada no chão mesmo. Será que estava envenenada? Deus como fui tola em não pensar nisso antes, ele poderia facilmente me envenenar já que pensava que eu tinha matado sua família ou algo assim. Mas só pensei nisso depois de já ter devorado toda a comida e lamber os lábios.

O que me restava agora era tentar sair dali, se a comida estivesse envenenada eu iria morrer de qualquer forma, então que morresse tentando; peguei dois grampos de cabelo em minha bolsa comecei a trabalhar na porta lateral, sabia que a porta principal daria para o corredor e essa aqui talvez para alguma varanda ou sala de estar privativa onde eu pudesse quem sabe pedir ajuda a algum empregado, seu que eles serviam ao Marshall, mas uma boa alma talvez tivesse piedade de mim e me ajudaria a sumir dali.

Após algumas tentativas frustradas, finalmente o som de um clique, havia conseguido abrir a porta e o nervosismo tomava conta de mim. Eu não tinha nenhuma arma para usar no quarto, ali era como aqueles quartos cheios de colchões em hospitais psiquiátricos, então a única coisa que eu segurava firme era meu prendedor de cabelo metálico. Segurei na maçaneta e abri a porta, entrei em um segundo quarto, uma cama maior que a minha estava no centro dele, a primeira coisa que vi foi a janela, sem grades, o que significava liberdade.

Corri até ela e abri a tranca, senti o vento em meu rosto e olhei para baixo, seria uma queda e tanto, afinal estávamos no andar de cima da casa, será que eu iria conseguir saltar como um gato e não me machucar? Estava pensando na melhor forma de pular dali rapidamente antes que alguém aparecesse que nem me dei conta quando fui puxada com força pelo braço.

— Pensando em fugir Genevieve? — Jared Marshall me pareceu ainda maior agora, ele estava com os cabelos úmidos, uma toalha cor vinho enrolada em sua cintura e seu peitoral forte estava á mostra. Eu era como uma criança perto dele, ele em seus 1,90 e eu com meus míseros 1,66 de altura. — Como abriu a porta? — Perguntou intrigado.

— Meu nome é Hannah e eu tenho meus truques. — Falei furiosa.

— Ah eu acredito Gen, afinal foi assim que conseguiu enganar meu irmão e meus pais, mas não sou tolo como eles e vou destruir você. — Sua voz saiu como um trovão, o que me fez estremecer.

— Qual é a porra do seu problema, eu já disse que me chamo Hannah, nunca ouvi falar dessa tal de Genevieve e nunca estive no Canadá. — Tentei puxar meu braço mas ele não o soltou. — E solte meu braço você está me machucando.

— Machucando você? — Ele segurou em meu outro braço, instintivamente dei um passo para trás.

— Sim, está me machucando. — Ergui meu rosto para encará-lo de volta.

— E a forma como você me machucou? E a forma como você machucou meu irmão, minha mãe e meu pai? O legista disse que eles estavam vivos durante o incêndio, queimaram até a morte, imagine quanto sofrimento você os fez passar, e você agora vem me falar que eu estou machucando você? — Dei mais um passo para trás até sentir uma parede atrás de mim, Jared Marshall estava muito perto e se não fosse essa situação absurda eu provavelmente me sentiria atraída por ele.

— Eu não sou Genevieve! — Rosnei.

Nossos corpos estavam praticamente colados, eu podia sentir o poder e força que o corpo dele emanava, nossos rostos estavam a centímetros um do outro e por um momento pensei que ele fosse me beijar, já que seu olhar demorou-se um pouco mais em meus lábios. Eu não podia ser normal, pois por um milésimo de segundo desejei que ele fizesse isso e ele deve ter percebido isso pois se afastou de mim com uma risada sarcástica.

— Além de mentirosa quer me seduzir também Gen? Saiba que não sinto nada por você a não ser ódio. Agora suma da minha frente.

— O que você pretende fazer comigo? — Perguntei frustrada. — Me mate logo e acabe com isso, e então você vai ver que não sou Genevieve, vai se dar conta de que está se vingando de uma inocente.

— Inocente? — Ele riu mais alto. Me pegou pelo braço e me empurrou para meu quarto me fazendo cair sentada na cama. — É melhor que fique quietinha ai, no corredor há seguranças e se atravessar essa porta novamente vai entrar em meu quarto e então terei certeza de que é Genevieve e que está tentando me seduzir.

— Você é louco! Eu não sou Genevieve! — Ele bateu a porta e trancou dando duas voltas na chave.

Eu estava exausta, a frieza e concentração se foram e tudo o que fiz agora foi irracional, ir para a grade da janela e gritar por ajuda, bater forte na porta do quarto e gritar para que alguém me salvasse. Lembrei do prato, a faca, eu poderia usar a faca, como fui estúpida. Mas é claro a bandeja de comida já havia sido recolhida, certamente enquanto eu estava com Jared Marshall aquele sádico louco. 



OI AMORES, ESSA SEMANA DE LANÇAMENTO DE DOCE ILUSÃO NA AMAZON MAIS O PRÉ-CARNAVAL ESTÁ ME DEIXANDO LOUCA E QUASE NÃO ESTOU TENDO TEMPO PARA TRABALHAR, MAS AI ESTÁ A PARTE 1 DO CAP 2 SE TUDO DER CERTO AMANHÃ SAI A PARTE DOIS...

MAS DEPOIS DESSE FERIADO LOUCO AS POSTAGENS SERÃO DIÁRIAS CONFORME PROMETIDO ♥

Um delicioso engano - Livro únicoOnde histórias criam vida. Descubra agora