Vem, amor, vamos viver a nossa serenata,
Há um chão de estrelas e um luar de prata,
Facho de lua a se espelhar nas ruas,
Lâmina d'água a sussurrar nas matas,
Vindo na brisa uma canção ao longe,
Tudo em contraste à agitação de hoje.
Vem, amor, vamos fazer nosso luar de prata,
Nesse minuto tudo é serenata,
Há uma explosão de fogos em cascata
Iluminando esse doce momento,
Vindo na brisa uma canção ao longe,
Tudo em contraste à agitação de hoje.
Vem, amor, fazer por nossa conta um paraíso,
Colhendo estrelas e rosas do abismo,
Vamos valer o nosso romantismo.
Quando isso acontece,
Há que cultivar cada flor que nasce,
Sem medo de amar.
Quem dera fosse para sempre assim,
Um mundo tão doce, de poesia sem fim.
Sonhar é tão bom!!!
Vamos fugir dessa vida insensata,
Vamos encher o mundo de lirismo
Enquanto o tempo não nos arrebata
Sob a chibata inútil do concreto.
No eldorado voraz do progresso,
Vamos cantar o nosso romantismo.
Mas, meu bem, nosso romance já está indo embora,
Quem sabe quando voltará?
Agora, a realidade é tudo o que restou.
Abraça-me, amor.
O sonho acabou.
Que dor!!!
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Repente
PoetryPoemas que vêm de repente ou às vezes demoradamente, lentamente, como um raio de luz ou como uma pesada nuvem chuvosa, trazendo versos, rimas, sentimentos, luminosidades ou penumbras, exposições, recolhimentos, introversões, olhares tristes ou alegr...