Capítulo 4

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A aula passava lentamente enquanto Karina pedia aos céus que tudo acabasse logo. Por mais que tivesse participado poucas vezes de aulas em instituições na infância, a euforia de estar na faculdade não ultrapassava as crises de ansiedade. Seu pai havia escolhido uma educação reclusa, onde a maior parte dos treinos era em casa e durava quase o dia todo. Treinamentos físicos, psicológicos e com armas, tudo para torna-la a melhor das assassinas. Mas ficar longe da sociedade tinha um preço: tudo que envolvia multidões assustava Karina.

O professor dispensou a sala quando o horário acabou e ela agradeceu mentalmente por isso. Andou rápido até o pátio, precisava ficar em locais abertos. Assim que a brisa fresca lhe atingiu o rosto, soltou um gemido de prazer. Sua cabeça acolhia muitos pensamentos de uma vez, a impedindo de penar com clareza. Com isso, andou devagar ate um banco em baixo de uma arvore. Mal sentou e sentiu alguém sentar-se ao seu lado.

— Oi, me chamo Daniel e você deve lembrar de mim da lanchonete. – comprimentou abrindo um largo sorriso.

— Ah, lembro sim. Me chamo Karina Gonzalez. — respondeu soltando um longo suspiro. – Se é sobre seu amigo, não vou pedir desculpas a ele por me insultar.

— E nem deve, ele foi um babaca. – comentou se encostando na árvore preguiçosamente. — Achei muito daora seu lance com as facas. Pode me ensinar?

Karina parou por um momento e pensou na proposta. Se ensinasse aqueles truques, sua identidade poderia estar comprometida. Mas mesmo que parecesse ser errado, uma vontade gritante surgia em sua mente.

— Claro, se quiser, te ensino agora. – disse levantando-se do banco e pegando uma faca pequena dentro da bolsa.

— Uau, você carrega facas com você o tempo todo? — questionou impressionado.

— Uma mulher precisa se defender desse mundo cruel. — comentou com a voz carregada de sarcasmo. — Ao atirar a faca, é preciso que você fique com o pulso firme na hora de joga-la. Foque em um ponto específico e tente não desviar a mão na hora de jogar.

Ele parecia atento a cada palavra que saia da boca de Karina. Como uma boa assassina, ela sempre carregava pelo menos três facas de sua enorme coleção. Segurando firmemente a pequena faca de cabo preto, levou a mão para trás e atirou. Com graciosidade, cravou até o cabo na casca da árvore.

—Nossa, com quem aprendeu isso? - perguntou perplexo com a demonstração de habilidades.

— Se eu te contar, vou ter que te matar. - respondeu soltando uma leve risada. - Agora tente atirar.

Daniel retirou a faca da árvore e segurou firme. Ansioso, olhou para Karina em busca de aprovação e recebeu apenas um balançar de cabeça. Ele respirou fundo e jogou a faca, a fazendo bater no alvo e cair no chão.

— Você foi bem, mas tente jogar com um pouco mais de força.

Demonstrando que entendeu a mensagem, pegou a faca no chão e se preparou para atirar novamente. Inclinou a mão para trás e a lançou, a fazendo cravar na casca da árvore. Ao ver sua façanha, Daniel levantou os braços em sinal de vitória e agarrou Karina pela cintura, a fazendo rodopiar pelo ar. Aquele momento estava sendo mágico e ao mesmo tempo estranho para ela, pois nunca alguém se deu ao trabalho de compartilhar as conquistas com Karina. No meio de tanta emoção, o celular dela tocou, os fazendo parar. Ao olhar o número, sentiu seu sangue gelar.

— Preciso atender, nos vemos depois. — despediu-se abrindo um sorriso fraco. – Bom trabalho!

Daniel apenas sorriu em agradecimento, andando pela estrada de ladrilhos. Com o celular ainda tocando, Karina atendeu, apenas escutando o que a outra pessoa tinha a dizer do outro lado. Aquela era a secretaria da ordem assassina, que recebia todos os trabalhos e encaminhava para as garotas. Assim que encerrou a chamada, ela ponderou sobre as informações dadas a ela. Não seria fácil ter que matar o próprio professor da faculdade.

Com uma saia curta rodada e um decote generoso, Karina não se arrependeria do que faria a seguir

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Com uma saia curta rodada e um decote generoso, Karina não se arrependeria do que faria a seguir. Saber todas aquelas informações sobre o professor despertou certa fúria em seu interior, fúria que usaria a seu favor naquele caso. Segundo a secretaria, uma garota havia pedido o serviço anonimamente. Segundo ela, o professor Mark a estava chantageando para ter nota na matéria dele, usando artifícios sexuais e românticos. Cansada de se submeter a tais atos humilhantes, a mulher havia pagado uma alta quantia para um serviço bem feito. Mas com a raiva que Karina carregava, faria aquele serviço até de graça se fosse preciso.

O sol se punha atrás da Universidade, enquanto andava sensualmente pelo campus, sabia exatamente onde o professor estaria. Apesar de usar seu corpo para distrair os alvos, ela tinha outras cartas na manga, sedução era apenas o primeiro passo caso necessário. Depois de passar pelo emaranhado de corredores cinzas, finalmente encontro a sala desejada.

Ela olhou através do pequeno vidro na porta e o avistou sentado lendo alguns papéis. Karina precisou fechar os olhos e respirar fundo para conter toda fúria que habitava dentro de si. Após abrir os olhos, fez sua melhor cara de inocente, adentrando a sala.

Karina andava sensualmente até professor e ao notar a presença da aluna, ele parou tudo que estava fazendo para vê-la se aproximar.

— Professor, preciso de sua ajuda. – pediu com uma voz manhosa. — Acho que não me sai bem naquela atividade, teria algum jeito de aumentar minha nota?

Com um sorriso afiado nos lábios, Karina sentou na mesa, levantando levemente a saia. Ela apoiava um dos braços, ficando debruçada sobre o professor. Ele a devorava com os olhos, o sorriso de canto entregava as possíveis intenções de Mark.

— Talvez consiga te ajudar com isso.

Lentamente ele foi levando a mão pela coxa da mulher a sua frente, subindo rumo a curta saia. Aquele pequeno gesto fez com que o bile subisse pela garganta, aquele seria o momento em que encerraria aquele teatro, não aguentava flertar com um professor que usava de seu status para chantagear alunas. Ela olhou ao redor e não notou nenhuma câmera de segurança. Sentindo nojo daquela mão acariciando sua perna, alcançou a longa faca guardada nas costas em baixo da blusa. Com extrema agilidade, girou a faca entre os dedos, notando a expressão assustada do professor. Karina mudou seu semblante, o tornando sombrio.

— Sabe professor, chantagear alunas é muito errado. – anunciou riscando a mesa com a ponta da faca. — Não vou sentir nenhuma saudade de você ou de suas aulas monótonas.

Com destreza, Karina segurou a faca na mão direita e com a mão esquerda, segurou os cabelos do professor que se debatia tentando libertar. Com a faca em mãos, cortou o pescoço do homem sem hesitar.

Ele começou a se debater na cadeira até que seu copo pesasse inerte, com sangue por todos os lados. Ela não se deu o trabalho de limpar nada, a perícia faria o trabalho por ela. Saiu da sala como se nada tivesse acontecido, acreditava que aquele homem tinha recebido o que merecia e se sentia tão leve, que não se importou com o sangue sujando as mãos.

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