Capítulo 5

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O sol da manhã invadia boa parte do apartamento naquele momento. Por mais que gostasse de calor, não se sentia à vontade com os raios solares. Gotas de suor escorria pelo rosto e pelas costas, a fazendo xingar o sol mentalmente. O calor definitivamente não combinava com treinamento.

Karina derrubava Ariane no chão no momento que cultivava esse pensamento. Com um dos braços pressionando o pescoço da adversaria no tatame, ela se vangloriava do tanto que derruba-la foi fácil. Ariane ciente da comemoração mental, usou uma das pernas para chutar Karina no estômago, a fazendo levar as duas mãos ao local. Ariane levantou-se rapidamente, terminando de derruba-la no chão com um chute.

— Da próxima vez, seja menos narcisista. — ironizou tomando um gole de água da garrafinha. —Maya foi realizar um serviço, não espere treinar com ela hoje.

Karina se levantou, tomando a garrafinha da mão de Ariane, jogando todo o liquido frio no rosto. Um leve gemido de prazer escapou do fundo da garganta da assassina, um certo alívio apoderou-se de seu corpo. Apertou ainda mais o rabo de cavalo que havia se afrouxado com a queda. O cabelo preto se encontrava grudado nas costas suadas. O apartamento possuía um quarto apenas para o treinamento, com um tatame, facas e alvos.

Karina entrou em modo de combate novamente e Ariane entendeu o recado. As duas começaram a se rodear, esperando que uma das duas começasse a luta. Ariane avançou contra a oponente, tentando agarra-la, mas Karina foi mais rápida. Agarrou o braço estendido da Riverside e o dobrou, o fazendo enforca-la e com o outro braço, segurou o braço de Ariane nas costas. Tentando se desvencilhar, ela se contorcia contra o corpo da oponente. Sentindo-se sufocada, Ariane levantou um dos braços em sinal de rendição.

— Da próxima vez, tente ser mais esperta. — disse soltando um riso de escarnio.

Ela finalmente soltou a oponente. Com as mãos no pescoço, Ariane abriu um leve sorriso vitorioso. O que ela mais queria era despertar o lado selvagem da colega, tentava descobrir até onde iria em um ataque de raiva.

— Hoje à noite tem uma festa em uma das fraternidades da universidade. Quer ir? — perguntou enquanto se dirigia a porta do quarto.

— É melhor que não se atrase.

Ariane saiu do quarto, a deixando pensativa. Nunca tinha ido em uma festa e imaginaria que o pessoal da Ordem Assassina não ficaria feliz em vê-las se arriscando muito, mas Ariane parecia não se importar com o que a Ordem pensava. Ansiosa para participar de sua primeira festa, Karina pegou uma das facas pregada na parede e a atirou no alvo.

                                                          

                                                          

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Eram nove horas da noite quando Karina ficou pronta. Depois de muita dúvida, escolheu um cropped preto e uma saia preta rodada. Os cabelos soltos e a franjinha destacava sua maquiagem escura e o batom vermelho sangue. Caminhou até o elevador e desceu até a entrada, andando rumo a calçada. Ariane aguardava ela encostada no portão com um cigarro entre os lábios. Ao ver a colega se aproximando, expeliu a fumaça de seus pulmões no rosto dela, fazendo Karina tossir.

— Se fizer isso de novo, arranco seus dedos fora. — ameaçou jogando o cigarro no chão, pisando em cima da chama.

— A gatinha está colocando as garras para fora. — comentou abrindo um sorriso cínico. — A Maya não vai na festa, precisa resolver umas coisas com o pai.

Como a casa da fraternidade ficava próxima ao apartamento, as duas foram caminhando. A brisa fria acalmava a ansiedade que o tio invadia o corpo de Karina, ela sentia as mãos suarem de acordo que se aproximavam da casa. Assim que colocaram os pés no gramado, a música alta a atingiu como um soco. Elas adentraram a casa, se espremendo entre os corpos no caminho. Ariane se dispersou, deixando Karina sozinha no meio da multidão. Ao começar a ter uma crise de pânico, sentiu uma mão tocar em seu ombro.

— Ei, você veio! — Daniel exclamou abraçando-a de surpresa. — Vem ficar comigo, gosto de sua companhia.

Os dois caminharam até um canto, onde alguns garotos estavam conversando. Daniel apresentou Karina a todos os garotos que estavam na lanchonete naquele dia e ela apenas acenava a cabeça em sinal de comprimento. Adam se aproximou trazendo bebidas em um copo de plástico vermelho.

— Desculpe por aquele dia. Trouxe isso em oferta de paz. — ofereceu enquanto entendia o copo.

— Não se preocupe, já esqueci isso.

Cansada de se sentir deslocada, virou o copo de uma vez, sentindo todo o liquido descer rasgando pela garganta. Todos urraram em comemoração ao feito e Karina virou mais dois copos antes de sentir a vontade de ir para a pista de dança. Andou até o centro e começou a dançar de acordo com as batidas agitadas, cada movimento a fazia se sentir livre e prometeu a si mesma que de ali em diante deixaria todo medo de lado.

A música mudou para “Go Fuck Yourself – Two Feet”, a fazendo dançar de uma forma mais sensual. Enquanto se libertava de todas as amarras, sentiu alguém a abraçar por trás e dançar junto com ela. O nível de álcool a convenceu que naquele dia ela poderia fazer o que quisesse. Ao se virar para ver quem era, se deparou com Logan segurando sua cintura. As tatuagens que cobriam os braços despertou a atenção dela. O longo cabelo loiro estava preso e o leve sorriso de canto deixava Karina ainda mais extasiada. Ela sentia seu corpo em chamas, aquele homem despertava diversos pensamentos obscenos em sua cabeça e em um impulso o puxou até o lado de fora. Ela não queria conversar e então colou os lábios no dele. A boca quente dava passagem para língua, cada beijo despertava chuva de sensações no corpo dela. As mãos dele seguravam os cabelos de Karina com carinho enquanto ela o puxava para perto com urgência. O celular na bolsa tocou, a fazendo parar subitamente. Ela sabia exatamente de quem era aquele toque.

— Já volto. — disse enquanto caminhava para um local mais afastado.

Parou perto de uma arvore e atendeu o telefone.

—Oi Sandra, qual o serviço?

— O cliente quer que você mate Etan Coleman, mas nesse caso você terá que espiona-lo, pois ele é muito influente e não anda sem seguranças. — anunciou soltando um longo suspiro. — Dessa vez o cliente quer acompanhar cada momento da investigação, até o momento da morte, então ele ficará junto com você. Não se preocupe, ela assinou um acordo de confidencialidade e pagará três vezes mais por esse adicional. Amanhã o adiantamento estará na sua conta.

— Mas quem é o cliente e como vou encontra-lo?

— Logan Coleman e ele a encontrará.

Perplexa com a revelação, Karina encerrou a ligação. Ainda não acreditava que seu cliente era o cara que acabará de beijar, sentia sua cabeça zonza e em um impulso correu até Logan que se encontrava encostado em uma pilastra. Em frações de segundos, Karina estava acertando um soco no rosto dele, que apenas levou a mão ao hematoma na bochecha.

— Você sabia seu idiota, sabia que eu era a assassina que contratou. E ainda por cima me beijou. — urrou sacudindo ele pela camiseta azul. — Por que não me contou antes que tudo acontecesse?

— Eu tentei te contar enquanto estávamos dançando, mas você saiu me arrastando aqui para fora. — respondeu se defendendo. — E aliás, foi você que me beijou.

— Quer investigar comigo, então você terá o que deseja. — anunciou o soltando. — Mas não espere que eu facilite para você, espertalhão.

Karina se virou e saiu andando pelo gramado, precisava chegar em casa e tomar um longo banho gelado. A dor de cabeça pela bebida e música alta a deixava tonta. Quando estava quase saindo do gramado, escutou alguém gritar.

— Também gostei de te conhecer.

Ela não precisou se virar para saber de quem era a voz. Não gostava de companhia nos casos, mas aquela decisão não pertencia a ela. Logan sofreria por se meter na investigação do alvo, era o que ela esperava. Só queria ficar sozinha, mas teria que aguentar um cara do seu lado como uma sombra. Enquanto caminhava até o apartamento, sentia extrema necessidade de gritar por ter que dividir o espaço de trabalho

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