Histórias Cruzadas - 9

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Minho's On

Em pleno dia de festa de fim de ano, o Chan tinha me chamado pra conversar com ele, ao que parece e pelo o que ele me disse por mensagem, o que aconteceu ontem com ele tinha a ver comigo e bom, isso me preocupava, um aluno havia corrido perigo por algo que me envolve na história.

— Você faz ideia do porquê do Chan te chamar pra conversar? - Disse Felix enquanto se arrumava pra festa que estava em seus últimos preparativos.

— Não faço a mínima ideia mas acho que é algo grave pra ele ter levado um golpe na cabeça e um ex-aluno ter morrido.

— Mas e se o aluno era um psicopata e te observava de longe e o Chan impediu que ele continuasse? - Changbin quase acertou, um vidente nato.

— Cara, você precisa rever o que você tá comendo, tô começando a pensar seriamente que estão batizando o que você tá comendo.

— Ele viaja, não sei porque se surpreende. - Se o Felix debochava de Changbin, por que eu não, não é mesmo?

— Uhum, e a mala tá pronta, quer ver? - Changbin encarava Felix maliciosamente e sinceramente eu não precisava ver e ouvir aquilo.

— Ok, eu estou saindo, não transem, eu acabei de arrumar o quarto.

Fui ao encontro de Chan e ele também já estava arrumado pra festa, Chan era um dos meninos mais gentis e bonitos da faculdade e muitos já pediram pra ficar com ele esse ano mas ele só tem olhos pro Jackson, que fofos.

— Pronto, eu tô aqui, o que quer me dizer?

— A gente pode se sentar, tenho muita coisa pra contar.

— Claro, por favor.

— Bom, vou começar te contando algo que levei dois meses pra conseguir provas, você estava errado sobre o Jisung o tempo todo.

— Por que eu não desconfiei que viria falar dele?

— Você quer por favor calar a boca e me ouvir?

— Ok.

— O Jisung não mentiu quando disse que não havia furado os pneus do seu carro no dia do seu aniversário.

— Como assim?

— Quem realmente aquilo foi um ex-aluno chamado Dokhyun.

— Dokhyun... o tal aluno que morreu ontem pela polícia?

— Exato.

— Eu soube que ele e o Jisung tinham algo.

— E eles tinham mas não passava de um caso, Jisung o amava mas Dokhyun o queria apenas por diversão.

— Ok, eu sinto muito pelo Jisung mas o que isso tem a ver com os pneus.

— O que acontece é que um dia, numa festa do Dokhyun, Jisung resolveu dar um basta nisso e terminar com isso de uma vez.

— E então...

— Bom, Dokhyun não gostou que Jisung fez isso na frente de dezenas de pessoas que eram seus amigos, não gostava da ideia de ter sido dispensado por algum de seus ficantes.

— E isso lhe custou caro, eu presumo.

— Exato, Dokhyun naquele dia prometeu se vingar de Jisung e por um longo tempo vigiou Jisung de dentro da faculdade mesmo depois de ter terminado os estudos.

— E como ele fez isso?

— Câmeras, por toda a escola e até dentro do quarto de Jisung, câmeras que apenas ele tinha acesso e passavam despercebidas facilmente pelo resto dos alunos que pensariam que aquelas eram câmeras implantadas pela própria escola.

— Que bizarro...

— Não acaba aí, ele sabia a rotina de Jisung as pessoas com quem se relacionava e esperava apenas que Jisung se apaixonasse de novo pra que ele destruisse isso.

— E ele se apaixonou?

— Sim, por alguém que ele jurou reprimir seus sentimentos por medo.

— E essa pessoa...

— Sim, Minho, ela é você. Mas por Jisung reprimir isso e passar o tempo todo te infernizando, isso foi mais fácil pro Dokhyun até que ele decidiu se declarar pra você e contar tudo que sentia e o porquê.

— E ele fez isso no meu aniversário, não é?

— Sim, ao menos ele tentou, já que Dokhyun descobriu e furou seus pneus pra que você pensasse exatamente o que pensou, que Jisung tinha feito isso.

— Era mais fácil...

— Exato. E por ele ser um ex-aluno, jamais desconfiariam dele.

— E eu só gritei com ele... eu fui um idiota.

— Não vou negar, você foi mesmo.

— O que eu faço agora?

— Eu acho bom você falar com ele antes que ele decida te esquecer... antes que ele passe a te odiar.

Eu não tinha outra reação além de ficar de cabeça baixa pensando no que tinha feito, eu tinha errado com ele e não acredito em sua palavra quando na verdade ele pretendia dizer que me ama.

— E onde você entra nessa história?

— Bom, diferente do Jisung, eu não podia deixar você achando o pior dele e comecei a investigar sobre.

— Você se arriscou demais.

— Eu sei mas o que não fazemos por um melhor amigo?

— E como foi essa pancada?

— Ele estava na sala de máquinas me esperando e golpeou minha cabeça pra que eu ficasse desacordado.

— Meu Deus... eu sinto muito, isso é minha culpa.

— Não precisa se desculpar, aqui está o vídeo daquele dia, você pode ver se quiser. - Eu tinha passado a gravação pro meu celular pra ficar mais fácil e eu não precisar levá-lo a sala de máquinas.

— Eu preciso resolver isso...

— Sim, precisa... agora eu preciso ir, sabe como é ser o mais velho do grupo, manter as coisas em ordens pra que o quarto não vire uma zona.

— Sei como é, muito obrigado por isso, Chan...

— Só... faça a coisa certa ok?

— Ok...

Era minha vez de resolver as coisas, eu tinha que me desculpar com ele depois de tudo, tinha que pedir perdão pelo meu erro, eu tinha que falar com ele de uma vez e implorar pra que ele me perdoasse por não ter acreditado nele e por ter gritado com ele quando eu estava perto de conhecer o verdadeiro Jisung que tanto falavam.

Meu medo era sua reação, que me mandasse para o espaço e gritasse comigo da mesma forma que gritei com ele. Que dissesse que me odiasse e que me esqueceria porque passou a me odiar. Eu não podia perdê-lo porque também o amava e me sentia culpado por tudo isso. Enquanto ele ia confessar seu amor por mim, eu gritava com ele, todas as confirmações do mundo de que eu sou um babaca.

cute but psycho | minsung.Onde histórias criam vida. Descubra agora