Acaso - 7

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Terminei meu banho e vesti minha clássica jaqueta de couro, acompanhado de uma camisa branca comum e minha calça preta de couro. Um pouco exagerado pra apenas um programa simples? Talvez, mas eu era vaidoso demais pra se quer ir de qualquer jeito.

— Jisung, você está pronto?

— Quase lá, tudo bem se eu colocar essa sua jaqueta jeans? - Gritou Jisung do meu quarto.

— Sim, claro, coloque a roupa que quiser, se procurar as certas vai encontrar roupas de antes de eu ter... isso tudo de coxas e corpo. Você pode usar um dos meus perfumes também.

— Eu encontrei essas roupas e elas me cairam... - Jisung apenas parou e corou ao me ver naquelas roupas de couro que realçavam minhas coxas, era visível que ele se sentia atraído por elas.

— Que foi? Você gostou? Então, estou bonito?

— Você... você está lindo. Essas roupas de couro... elas ficaram perfeitas em você.

— Ah, obrigado. Vem, já devíamos ter saído faz uns 15 minutos.

— Senhor certinho.

— Não reclama.

Estava tudo planejado de maneira mais perfeita pra aquele dia, primeiro iríamos ao boliche, depois lanchar no Mc Donalds, depois numa casa de jogos e por último ao cinema. Queria ao máximo que Jisung esquecesse toda sua preocupação.

— Minho, podemos ir a um lugar?

— Claro, onde quer ir?

— Só tem um problema, fica em Seul.

— Contanto que seja rápido, sim. Tenho certeza que há homens em Seul de olho em você.

— Vai ser, eu prometo. É na nossa faculdade, eu sei que ela fechou mas eu tenho alguns meios de entrar lá.

— Na faculdade... - Daquele lugar, guardava as pior de suas lembranças, da qual escondia de Jisung e até mesmo de seus amigos.

— Sim, na faculdade, por que? Você ficou sério de repente.

— Tá tudo bem, vamos.

Dirigi por cerca de 45 minutos até estar naquele lugar, na Universidade Central de Seul, o campus mais famoso de todo estado. Ver aquele lugar depredado e fechado trazia uma mistura de sentimentos em mim, eu ficava triste por lá eu ter criado laços de amizade os quais mantenho até hoje mas também fico feliz por ela ter sido fechada após a denúncia anônima de que um dos professores havia violentado um de seus alunos. Esse caso nunca teve solução porque nunca foi revelado quem era o aluno, por isso, pelo mistério, o nome da universidade estava na boca de todos do estado, o que levou ela a falência com a quantidade de encerramento de matrículas de alunos.

Anos depois aquele lugar viria se tornar um lar recluso para jovens que lutam contra o vício as drogas mas isso nunca chegou a acontecer de fato e a grande UCS se tornou apenas um grande prédio abandonado que havia se tornado propriedade do governo. Propriedade essa que nem mesmo o estado queria investir e pretendia demolir. Ao entrar lá com Jisung, pela quadra e em seguida pelos vestiários, logo veio na minha memória a pior das recordações que guardava daquele lugar.

— Cara, eu amava ficar aqui com o Chan e com o Woojin falando sobre os jogos de fim de ano.

— Eu imagino...

— Minho, você está bem?

— Tô sim, pode continuar falando...

— Ok... enfim, a última coisa que eu lembro daqui foi que pouco depois da nossa formatura, com a queda no número de alunos e matrículas, a escola fechou. Eu não consigo me lembrar o porquê.

— Um escândalo... o professor de educação física, o senhor Donkhyun violentou um de seus alunos, o nome do aluno nunca foi levado a público.

Jisung havia notado a diferença no meu tom de voz e estava prestes a me perguntar o porquê mas foi interrompido com dois tiros partidos de dentro da universidade. Eram novamente os homens de Jinyoung vindo atrás de Jisung e precisávamos sair dali o mais rápido possível.

— Se abaixa, eu vou na frente e vejo se está tudo ok.

— Minho, não. Eu tenho medo que aconteça algo com você, eu vou junto.

— Ok... me dá a mão.

Jisung caminhou comigo agachado e de mãos dadas, tomando o máximo de cautela possível pra que não chamasse atenção dos capangas de Jinyoung que sussuravam o nome de Jisung na intenção de amedrontá-lo. Porém todo cuidado foi em vão, na nossa frente estava ele, Son Jinyoung, o chefe do cartel de drogas mais conhecido de toda Coréia.

— Soube que passou seu dia em Incheon, Jisung. Sabe, me cansaria ir até lá mas você me poupou desse trabalho e se rastejou pra cá mais uma vez, e olha só, dessa vez, com o quê? Seu novo namoradinho?

— Isso mesmo, namorado dele. E seus assuntos serão tratados comigo agora, Jinyoung.

— Eu não tenho nada a tratar com você, meus assuntos são com seu namoradinho aí.

— Você não vai encostar um dedo nele, a dívida que você tem com ele, eu quem vou pagar.

— Você, hmm... me diga, estaria disposto a pagar 1 milhão e meio de dólares apenas pra vê-lo livre?

— Acredite, eu estou disposto a pagar até o dobro.

— Estamos falando a mesma língua agora...

— Eu espero que estejamos.

— Mas e se... eu não quiser seu dinheiro e sim o Jisung?

cute but psycho | minsung.Onde histórias criam vida. Descubra agora