— O quê? — Desacreditado, Trent interrogou, buscando compreender se havia escutado corretamente. — Tens tanto direito de ser cidadã do Reino Unido como outro qualquer! Não fizeste nada ilegal. — Não resignado, exclamou, escondendo o rosto entre as suas mãos.
— Arnold, podemos falar? — Naiane solicitou, indicando na direção do armazém. Era o momento para lhe narrar os restantes capítulos do seu — ainda — curto livro.
— Falar sobre o quê, Nay? — Confuso, interrogou. — Nós precisamos de ir em busca de uma solução para esta situação. Não é justo.
— Por favor. — Face à súplica na voz da emigrante, o defesa cedeu, virando costas e caminhando de regresso ao espaço, anteriormente, ocupado.
— Vai ficar tudo bem, filha. — O casal buscou apaziguar a tensão e preocupação emanados pela latina.
— Tudo irá resolver-se da melhor forma possível. — Joseph proferiu, depositando um afago no magro braço da mexicana.
— Estamos cientes de que a única forma possível de resolução é ceder às exigências da lei britânica. — A forma como os mais velhos haviam fixado o seu olhar no chão adornado por um bonito tijolo conduziu-a à conclusão que, verdadeiramente, não havia forma de reconversão. — Não posso desrespeitá-la. Pelo menos, não mais do que já o fiz.
E com as expressões de lamento nos rostos dos seus chefes, Naiane dirigiu-se para o amplo compartimento localizado nas traseiras, empregando a totalidade dos seus esforços a fim de conter as emoções, assim que nele penetrou e encontrou o jogador sentado no chão, com o seu corpo de atleta suportado na gélida parede, a cabeça erguida e o seu castanho fixo no teto branco.
Em lentos e silenciosos passos, a jovem alcançou-o, abancando do seu lado. Repousou a cabeça no largo dele e entrelaçou os seus braços, sorrindo assim que o moreno depositou um beijo nos seus cabelos.
— Arnold... — A rapariga começou, contudo, a risada que escapou por entre as cordas vocais do atleta obstrui-a a continuar. — O quê?
— Já voltamos ao Arnold? — Com humor, o 'golden boy' interrogou, provocando na latina uma gargalhada.
No mesmo instante, as risadas cessaram e toda uma tensa atmosfera pairou sob o casal.
— Não sou perito na área do Direito mas penso que a ordem de remoção de um país é dada àqueles que nele permanecem de forma ilegal. — Face às palavras do futebolista, a aspirante a empresária engoliu em seco cerrando, momentaneamente, as suas pálpebras.
— Desculpa. — O genuíno pedido de perdão expresso pela estrangeira fora a confirmação que o europeu necessitava.
— Não tens de pedir-me desculpa por nada. Eu só quero compreender e tentar tudo isto resolver. Tem de existir alguma forma de o fazer. — O movimento negativo de cabeça por parte da do sexo feminino provocou no de vinte e um anos de idade um suspiro de frustração.
— O acidente que vitimou os meus pais é, apenas, uma parte da minha história, Trent. — Começou, tomando a coragem de modificar a posição em que se encontrava, movendo a cabeça para o colo dele e estendendo a sua esguia fisionomia. — Aliás, é apenas o início dela e de como Inglaterra tornou-se o meu novo lar. Tinha apenas dezassete anos quando fiquei órfã. Não tinha irmãos mais velhos que pudessem cuidar de mim... — Pausou, a fim de apreciar o momento em que os dedos do inglês imiscuiram-se nos seus fios negros, acariciando-os. — E nenhum outro familiar meu disponibilizou-se para encarregar-se da minha educação...
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Yes, I do | Trent Alexander-Arnold
FanfictionAs leis do Reino Unido ordenaram-lhe que fosse. Alexander-Arnold pediu-lhe que ficasse.