9.

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"Casa comigo."

"Casa comigo."

"Casa comigo."

O quê? Não posso. — Envolvida numa simultânea perturbação e surpresa, a jovem latina desocupou a confortável cadeira e caminhou para o outro lado do estabelecimento comercial, enquanto procurava digerir a informação e a situação. — Não posso casar contigo, Trent.

Nay. — O rapaz replicou o seu gesto — erguendo o seu corpo de atleta do cómodo e contemporâneo assento —, e caminhou para a beira da mexicana, abolindo o espaço disponível existente entre o casal de jovens. Com a mão dela ao seu alcance, o prodígio britânico segurou-a na sua, entrelaçando os dedos.

Não posso colocar-te numa posição tão delicada quanto esta, Arnold. — A natural da Cidade do México contrapôs, nunca conquistando a suficiente coragem para encarar com as emoções encerradas no encantador castanho do responsável pelo flanco direito da formação ao comando do alemão Jürgen Klopp. Quebrou o contacto físico e — de novo — dirigiu-se para a mesa, voltando a sentar-se. O cidadão europeu imitou-a, tomando a sua posição frontal e ocupando a totalidade do seu campo de visão. Defronte das bonitas órbitas do jovem, Naiane optou, ao invés, por focar a superfície do móvel idóneo ao consumo da refeição, marcando encontro com a esplêndida jóia, o que resultou na compressão do lado esquerdo do seu peito. — Deste o melhor de ti para que te fosse possível encontrar o melhor para mim e adoro-te por isso, Arnold. — Não guardou um sorriso povoado pela tristeza. — Mas estamos a falar sobre casamento, cuja celebração deve ser ponderada e acertada. Como tu próprio o afirmaste, é algo que mudará, em muito, as nossas vidas. E não quero colocar-te em tão delicada situação, Trent, para e apenas o meu próprio benefício. — Voltou a proferir, enquanto combatia as lágrimas agrupadas no seu brilhante azul — e que permanecia a encantar o jovem natural de Terras de Sua Majestade. — E além disso, desejo que aproveites as diversas e bonitas fases que o amor pode oferecer aqueles que, verdadeiramente, o sabem dar. Tu, mais do que ninguém, sabes como o ofertar, Arnold. — Ela, mais do que ninguém, havia testemunhado e sido alvo dessa insigne capacidade que ele parecia possuir. — E quero muito que possas encontrar alguém com quem o partilhar. Que te possas apaixonar. Que possas namorar, aproveitar, te aventurar e, só mais tarde, decidir assentar e, com isso, casar. Não posso ser a causa que te vai impedir de o vivenciar. Não posso, e nem quero, te prejudicar. Adoro-te, Arnold, e por essa mesma razão, vou ter de recusar. — E sem esconder as lágrimas e consternação, Nainane abandonou o pequeno espaço reservado àquela conversa, com o primordial objetivo de desocupar o restaurante.
Todavia, a mão do futebolista no seu braço impediu qualquer outro movimento da sua parte.

Escutei o que tinhas a dizer. Agora é a tua vez de o fazer. — Ainda que buscando digerir as palavras da rapariga, persistente, o profissional na área do desporto rei demandou, nunca quebrando o contacto entre o casal. — São tudo tretas, Nay. Tretas. — Minimizou a distância que os apartava, friccionando levemente os seus narizes. — Até quando é que te vais enganar a ti mesma? Já me apaixonei e essa rapariga que dizes ser preciso eu encontrar, tu sabes que já a encontrei. — A mexicana susteve a respiração, assim que tais palavras abandonaram os convidativos lábios do camisola sessenta e seis do primeiro classificado do campeonato inglês. A proximidade que os demarcava e a vontade de ir mais além que os assoberbava ameaçava a réstia de racionalidade da morena. Ela queria beijá-lo. — Estou cansado de tentar esconder os meus sentimentos. Não quero saber de namorar, aventurar ou esperar. Quero casar. Contigo. Já. Se é algo que estava na minha lista de objetivos para um futuro próximo? Certamente que não. Se, em normais circunstâncias o faria? Não no imediato. Mas perante isto, é o que quero e, por isso, estou a fazê-lo. Peço-te que não justifiques ou decidas algo que, em primeiro lugar, coube a mim decidir. Tu escolhes aceitar ou recusar. Mas foi só minha a escolha de com este pedido avançar. E esta situação não te beneficia apenas a ti. Mas também a mim. Não quero que vás. Queres ficar e eu quero muito que fiques. Lembra-te que com o ''sim' podes, finalmente, inscrever-te na tua universidade de sonho e visitar a tua família, após meia década sem os ver. Não te vou obrigar a aceitar mas lembra-te que não o fiz por obrigação. Tudo depende de ti. Se disseres o ''sim' que desejo que me possas dar, lembra-te que comigo, também, poderás ficar. — A delicada forma como o polegar do jovem acariciava a sua bochecha e os seus lábios raspavam nos dela conduziam-na à loucura. — E se, um dia, encontrares outro alguém que te faça apaixonar, teremos à nossa disposição a opção de nos divorciar. — Naiane não guardou uma risada aquando da última sentença de Arnold e na dificuldade expressa por ele na exteriorização da mesma.

Yes, I do | Trent Alexander-Arnold Onde histórias criam vida. Descubra agora