Quarta pétala

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Tem coisas que nem com palavras podem ser ditas.

Olívia

Olívia desliga o telefone preocupada com sua melhor amiga. Claramente Tara está sofrendo e se apagando a fatos que talvez não sejam verdade, mas de uma coisa ela sabia, não importa a loucura que Tara fosse inventar, ela sempre estaria ao seu lado e a apoiaria.

É bom que tenha tantos amigos ao seu lado para ajudar a passar por toda essa situação pirada, inclusive um deles acaba de chegar. O caminhão da cede atravessa a entrada pelo portão aberto da cerca em velocidade moderada, quase parando, e estaciona próximo a loja.

A filial número um é uma inspiração a vida sertaneja e a filmes de velho-oeste, próxima a fazendas e a torneios de montaria, seu estilo rustico formado por flores, frutas, cestas e vegetais dão vida ao armazém das Flores&Campos, muitos clientes vem e vão por essas bandas, até o uniforme daqui é customizado com detalhes xadrez. De vez em quando Olívia gosta de vistoriar os funcionários e entregas com chapéu e botas de montaria, o lugar a agrada e a deixa muito feliz, não mais do que os cowboys que namora com frequência, moradores da região.

— Está conhecendo todas as lojas, senhor braços fortes? Sabe, foi minha a ideia de dar este cargo a você, Tara estava em dúvida entre entregas ou ter que passar o dia corrigindo planilhas.

— Então nesse caso, muito obrigado. Confesso que não sou bom com computadores.

— E no que é bom? — Pergunto mesmo querendo saber de coisas mais profundas do que esta pergunta superficial, mas me contento em me sentar no alto do caminhão enquanto o observo tirar caixa por caixa e formar uma grande pilha no chão.

Josias acena para mim de longe querendo minha assinatura, mas faço um gesto para que minha secretária me ajude, tenho total confiança na minha melhor amiga e sei que sob a sua fiscalização nada de errado acontece. Sempre admirei seu talento, às vezes me pergunto se Tara nasceu com uma flor na mão e a inteligência na outra. Sua dedicação ao trabalho e a família são admiráveis.

— Sou bom com papéis e lápis.

— Então é escritor?

— Não, não. — Ele ri daquela forma tímida como se quisesse se esconder em algum lugar. Sorriu o acompanhando e me aproximo mais querendo chegar bem perto, o ajudo com a última caixa fazendo nossas mãos se tocarem, mas ele gentilmente a pega não querendo que eu faça esforços. — Gosto de desenhar, meu pai nunca aprovou, mas nada me impedia de fazer o que amo enquanto ele não soubesse.

Uma ideia genial me ocorreu.

Ah, então você pre-ci-sa ver isso! — Quase gritei o puxando, Ryan se assustou por um instante, mas logo me seguiu curioso. — Venha, você vai gostar!

Caminhamos dando a volta na loja pelas laterais e quando nos aproximamos dos fundos, ele viu a grande pintura inacabada nas portas de saídas do galpão. Sua boca abriu em um grande "Uau" e seus olhos se arregalaram para ver os grandes desenhos e cores que sobressaiam das portas, janelas e iam até o telhado.

Aponto para a grande cesta de tintas e os pinceis de todos os tamanhos e cores. A grande lona preta com respingos das tintas ainda está sobre o chão e a área interditada, mas meu coração já bate acelerado pela animação de em breve poder usar este lugar.

Ryan coloca a mão sobre a parede e vislumbra cada detalhe. Ainda não está terminado, mas falta pouco.

— É um mural e uma surpresa pra mãe da Tara. O senhor Tiago, o pai dela, está trabalhando nesse espaço há meses, ele vem aqui todas as manhãs para retocar e continuar, aqui tem todas as coisas que a deixam feliz.

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⏰ Última atualização: Aug 28, 2020 ⏰

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