2.4.

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Draco ficou parado do lado de fora com uma mão na barreira de madeira e ouviu. Outras coisas estavam se quebrado, o que poderia ser, ele não sabia. Isso continuou assim por muito tempo e Draco começou a pensar que Harry estava concertando as coisas para quebrá-las novamente. Ele sentou-se no chão ao lado do arco de passagem e descansou a cabeça contra a parede.

Algum tempo depois, ele abriu os olhos do sono e espreguiçou-se. Aliviando seus músculos da posição desconfortável, ele ergueu-se lentamente. No meio de um bocejo, ele se lembrou da razão de ter caído no sono no chão, em primeiro lugar, e colou o ouvido na, ainda fechada, cozinha para ouvir... nada. Mordeu o lábio inferior e se perguntou se ele deveria bater para ver se o dono da casa estava vivo. Por estar a tanto tempo na casa, ele conhecia a quantidade de vidrarias da cozinha e se tivesse explodido tudo de uma vez, quem sabe o que poderia ter acontecido lá dentro. Draco ergueu uma mão para bater. Ele então pausou a centímetros da barreira, se perguntando se isso era a coisa certa a fazer. E se o barulho o fizesse recomeçar? E se ele realmente não estivesse bem e praticamente morrendo? Draco não saberia o que fazer, ele não seria capaz de ajudar. Não seria como se Potter estivesse num estado em que pudesse dizer o que fazer como da última vez.

Então ele parou, pensando na última vez, quando Harry tinha arriscado múltiplas aparatações estando machucado a fim de perder o rastro do Auror que os seguia. Tudo para que Draco pudesse escapar. Malfoy se aproximou novamente da porta, sabendo de alguma forma que se ele batesse ninguém responderia, de qualquer jeito. Mas ele estava determinado a passar para o outro lado. Ele girou no mesmo lugar para pensar, e pausou abruptamente quando notou a porta da frente.

As portas que levavam do jardim à cozinha não estavam trancadas e houve silêncio na noite quando elas abriram. Draco estava grato por isso porque parecia que o mais suave dos barulhos faria Harry se partir. Ele andou cuidadosamente, evitando o vidro no chão e apertando em volta do corpo o roupão do qual ele tinha se apropriado algum tempo atrás, para afastar a brisa da noite. Harry estava sentado à mesa, encarando o jardim através da janela, ou talvez o reflexo de si mesmo, Draco não tinha certeza. Ele não piscava, Draco pôde ver, ou ao menos não se movia. Mas Draco sim, lentamente, mas de propósito, tendo certeza de que Harry podia ver seu reflexo também, então não se assustaria. Quando alcançou o lado do moreno, inclinou-se com suas costas para o jardim e cruzou os braços.

Os dois permaneceram em silêncio por um tempo, o único som no cômodo era o ritmado tic tac do relógio acima da passagem bloqueada.

"Eu te mandei ficar longe da cozinha."

O olhar de Draco caiu em Harry. Ele não tinha se mexido. Se ele não conhecesse a voz tão bem, juraria que ela veio de lugar nenhum.

"Eu tinha que ver se você ainda estava vivo. Não sei o que eu faria se fosse deixado com um corpo numa casa que não me pertence." Draco continuou olhando direto para o guarda-louça da cozinha, então ele não viu se Harry reagiu àquilo ou se tinha olhado para ele.

Quando nenhuma resposta veio do homem de cabelo escuro, ele olhou para baixo para ver que Harry não tinha se movido e suspirou. Isso não estava indo a lugar nenhum.

"O que aconteceu?" Ele tinha que perguntar. Que se danem as conseqüências.

Aquelas três palavras pareceram ser as piores que ele podia ter pensado em dizer, pois Harry levantou-se tão rápido que a cadeira caiu para trás e bateu no guarda-louça atrás dele. Draco pulou e deu um passo para trás. Enquanto Harry queimava internamente, suas mãos fechadas em punhos e seu corpo completamente rígido. Ele inclinou-se para frente com seus dedos sobre a mesa. Sua respiração estava pesada e incontrolada, e ele parecia pronto para partir a mesa em dois.

One Month Stand • drarry [pt/br] Onde histórias criam vida. Descubra agora