2.5.

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Os olhos de Draco se abriram e olharam para Harry surpresos, como se ele não soubesse que o moreno pudesse falar. Potter afastou suas mãos dos quadris de Draco e deixou o punhado de vestes em sua mão cair. Ele cobriu seus olhos e nariz antes que um soluço escapasse dele.

"Sete. Ela estava bem, eu não entendo. Ela estava fora de perigo, sem mais complicações. Então, duas horas depois, ela tinha partido." A cabeça de Harry balançava da esquerda para a direita. "Isso não devia ter acontecido. Ela estava bem." Aquelas três palavras se repetiam como se fossem um mantra, enquanto Draco o puxava para mais perto e o abraçava. Ele o afagou gentilmente e ignorou a fisgada entre suas pernas.

"Você foi ao hospital hoje?" ele sussurrou, sabendo muito bem que era onde ele tinha estado, considerando que Harry tinha dito que estava indo para lá quando partiu pela manhã. Sentir o outro assentir contra ele o fez abraçá-lo mais forte quando um estremecer e outro soluço escapou dele. "Um hospital trouxa?" Perguntou silenciosamente. Quando Harry balançou a cabeça, Draco finalmente entendeu.

Harry Potter, 'Médico Trouxa,' se culparia pela morte da garotinha e talvez os pais dela também, mas com o tempo ele superaria isso.

Harry Potter, 'Salvador do Mundo Bruxo e Homem Que Viveu,' se culparia e sentiria em seus ombros o peso de uma sociedade inteira. Frases como: 'Ele consegue derrotar um bruxo das trevas poderoso, mas não consegue salvar uma inocente criança de sete anos?'Afastando isso de sua mente, Draco sacudiu a cabeça para clareá-la. Ele não seria capaz de seguir em frente, Draco sabia, quando tudo o que esse Harry Potter fazia era mostrado em um jornal no dia seguinte. Draco interiormente suspirou. Sem dúvidas ele precisava desabafar. Draco apenas acontecia de ser o unico que o empurrava a isso.
Deus sabe que aqueles amigos dele não se atreveriam.

Harry parecia agarrar-se a Draco enquanto soluçava, e Malfoy não fazia nada, ele apenas o segurava sussurrando tudo e qualquer coisa que vinha a sua mente. O abraço desesperado foi retornado e as desculpas quebradas por machucá-lo foram todas aceitas.

Ele tinha prática em acalmar as pessoas, por mais ultrajante que isso pudesse parecer. Em sua vizinhança seus vizinhos ficavam transtornados com freqüência. Frases como: 'Shh, está tudo bem, tudo vai ficar bem amanhã, você vai ver,' e, 'isso, respire. Respire fundo... muito bem,' eram repetidas várias e várias vezes, e elas pareciam ser ideais neste caso também, porque aparentemente o homem de cabelos negros estava se acalmando lentamente. Os soluços se tornaram silenciosos e foram se reduzindo até que ele estava conscientemente respirando através de sua boca, e fungando.

"Pronto?" Draco perguntou.

Harry assentiu em seu ombro antes de erguer a cabeça. Ar frio atingiu a pele de seu ombro onde as lágrimas o molharam,fazendo-o estremecer de leve. Ele esqueceu-se completamente do frio com a visão do verde puro, descobertos do vidro dos óculos, piscando para ele, vermelhos depois das lágrimas, mas claros.

Draco estava orgulhoso de si mesmo por engolir a arfada que quase deixou escapar ao ter aqueles olhos tão perto e... tão cheios de emoção. Foi quase surreal.

"Sim," Harry respondeu assentindo, desapercebido dos efeitos que estava causando. "Estou bem." Ele fungou e piscou um pouco mais.

Draco, mais para evitar olhar naqueles olhos, distraiu a si mesmo arrumando o roupão de volta sobre seu ombro e usando a ponta da manga para secar o rosto de Harry. Isso efetivamente fez o moreno fechar os olhos. Ele sorriu de sua genialidade.

"Ótimo. Acho que você pode me deixar descer agora?" Falou como se estivesse conversando sobre o tempo. A verdade era que ele dificilmente poderia ignorar aquilo por mais tempo. Sentado sobre a mesa, ainda intimamente conectado a Harry Potter entre suas pernas era realmente difícil de ignorar.

One Month Stand • drarry [pt/br] Onde histórias criam vida. Descubra agora