O sol já apareceu, mais um dia se inicia, acordo ainda meio sonolento mas continuo deitado até me acorda por completo, me levanto ainda com os olhos pesados de sono, essa noite perdi a noção do tempo, estava lendo alguns pergaminhos que eu tinha conseguido, consequentemente acabei dormindo tarde.
Abro a janela, percebo que o sol está em seu ponto mais alto, já deve ser meio-dia, olho em volta tudo parece bem tranquilo, até porque o último alvoroço que teve por aqui já fazia alguns anos, me lembro perfeitamente daquele dia, e o que não da minha cabeça foi ver diante dos meus olhos minha mãe morta na minha frente e não pude fazer nada, até hoje escuto a sua voz me dizendo para me esconder e que meu pai iria nos proteger.
Oito anos atrás
Meu pai chegou, mas não a tempo, eu estava embaixo da mesa, em meio as cadeiras, com a cabeça entre as pernas, meu corpo estava tremendo, eu só escutava o som das pancadas e eu não conseguia me mexer, eu estava com muito medo, meio que em pânico, com muito esforço levantei a cabeça, nesse momento meu pai olhou em minha direção e sorriu tentando me deixa calmo, mas eu vi em seus olhos pesado a dor de uma perda, ele estava lutando com dois mercenários porem chegou outro, este por sinal parecia ser muito forte, olhei para meu pai novamente ele ainda estava olhando em minha direção com um sorriso no rosto, meu medo foi passando mas ao ver novamente a minha mãe deitada no chão meus olhos enchem de lagrimas e eu não consegui me segurar. O homem que estava na porta percebeu a minha presença, e veio em minha direção, ele esticou seu braço por de baixo da mesa para me agarrar, fechei meus olhos, e só escutei um som de dedos estralando, abri meus olhos devagar, levantei a cabeça lentamente, tinha uma mão agarrada no pulso daquele homem, estava apertando com muita força, consegui escutar o som de dedos estralando, era meu pai, agora com um semblante diferente, parecia estar com raiva, ele estava sério, acho que eu nunca o tinha visto assim, olhei rapidamente atrás dele procurando os outros dois que estava lutando com meu pai, eles já estavam no chão desacordado, meu pai puxou o homem de volta olhou no seus olhos e disse.
- Sua luta e comigo!
- Ok, depois de acabar com você eu termino com esse moleque! – Disse o homem sorrindo.
Meu pai ainda serio responde.
- Você não tem a mínima ideia de quem eu sou.
- E eu deveria saber? Para mim vocês são a mesma coisa, apenas mais um para morrer em minhas mã...
Antes que ele terminasse de falar o primeiro soco apareceu, indo direto no lado direito de seu rosto, em fração de segundos levantou seu braço direito apoiando em seu rosto para se defender, foi uma pancada forte, mas ainda conseguiu ficar de pé.
O homem percebeu que não se tratava de uma pessoa qualquer, ele quase não viu o soco vindo em sua direção, nem mesmo percebeu meu pai o agarrando em seu pulso, saltou-se para trás tomando um pouco de distância cautelosamente foi ficando em posição de ataque.
Neste momento escutei meu pai falando algo, mas não consegui entender, senti rajadas de vento e alguns flashes de luz, escutei meu nome.
- JIMM!
Disse meu pai.
Não consegui responder, meu pai continuo.
- Saia daqui, vá para o seu quarto e não saia de lá por nada.
Continuei paralisado, minhas pernas não se mexiam, meu corpo estava mole, foi quando meu pai falou mais alto.
- AGORA JIMM!
Parecia que eu tinha entrado em um estado de adrenalina, meu coração começou a ficar acelerado, me levantei e comecei a correr, passei no meio dos dois, olhei para meu pai, nunca o tinha visto desse jeito, nem mesmo eu sabia o que era aquilo, suas roupas brilhavam, seu rosto estava sério, parecia confiante diante da situação, olhei para o outro lado, lá estava aquele homem grande, cheio de músculos, com o corpo cheio de cicatrizes, uma delas me chamou a atenção, começava no meio do nariz, descia para o canto esquerdo da boca e terminava em seu pescoço, na hora me perguntei, o que ele havia feito para ganhar essas marcas.
Continuei correndo, seus olhos me acompanhavam, isso me deixo com calafrios.
Cheguei no meu quarto e tranquei a porta, a adrenalina foi abaixando, não me sentia muito bem, alguns segundos depois escutei um estrondo, me assustei, eu não queria perde meu pai, na minha cabeça só passava o pior, será que ele está bem? A imagem da minha mãe voltou em minha cabeça, meus olhos se encheram de lagrimas, não dava para acreditar, hoje pela manhã ela me acordou com um grande sorriso e me deu um beijo na testa, eu adorava isso, seu carinho, seu amor, e agora como vai ser?
Uma agonia me consome, não consigo me segurar, tentei ser forte, mas não aguentei, comecei a gritar bem alto pela minha mãe, parecia que tinha arrancado um pedaço de mim, me senti vazio, fui para o canto da parede, chorando com as mãos na cabeça eu me pergunto. Porque isso está acontecendo? Porque logo a minha mãe? Porque meu pai não estava em casa quando isso tudo começou?
Eu estava arrasado, me deitei no chão, eu queria entender o que aconteceu lá em baixo, num minuto tinha três homens do nada só restou um, foi tudo num piscar de olhos, quando o homem forte veio me pegar os outros dois logo atrás estava de pé, assim que eu ia ser pego ao abrir meus olhos vi que eles já estavam no chão foi tudo muito rápido, fico me perguntando várias vezes, quem é o meu pai?
Passou pouco tempo, não muito após o estrondo lá em baixo, escuto passos, meu coração palpita mais forte, levanto rapidamente e vou para o canto da parede, minha garganta travou, não consigo nem engolir minha própria saliva, seria esse o sentimento da morte?
Chegou na porta, minha respiração estava ofegante, o medo me deixou tonto, não conseguia sentir minhas pernas, escuto bater na porta, meus olhos regalaram-se, eu estava muito assustando para fazer qualquer coisa, a minha direita tinha uma janela, mas eu não conseguia me mexer, de repente escutei uma voz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Agora somos um
FantasyO mundo está perdido, não existe compaixão ou amor ao próximo, perdi a pessoa que eu mais amava por motivos banais, ainda vou me vingar de todos aqueles que fizeram de meu lar um deserto, vou em busca da verdade e do conhecimento, dependo de mim mes...