- Filho você está aí?
Não aguentei, cai de joelhos no chão, eu não tinha voz nem para responder.
- JIMM abra a porta!
Eu estava ainda meio atordoado, levantei e fui em direção a porta, passei pela janela que estava a minha direita, olhei para fora e estava tudo um caos, percebi que tinha alguém no topo de um desfiladeiro, estava encapuzado, segurava algo na mão com um brilho vermelho em sua ponta, parecia ser um cajado, nunca o vi por aqui, perguntei para mim mesmo, em meio a essa bagunça o que ele estaria fazendo lá em cima?
Continuei indo até a porta, ao abri-lá estava meu pai, não estava como eu o vi da última vez, olhei para ele e quando eu ia falar sobre o que aconteceu, ele me abraçou e disse.
- Filho nem tudo na vida e fácil, somos separados daqueles em que amamos, e enfrentar essa dor nos torna ainda mais fortes.
Mesmo com a voz falhando e com a garganta travada e sabendo da resposta, olhei em seus olhos e perguntei.
- A mamãe está bem?
Ele se ajoelhou olhou em meus olhos e disse.
- Sua mãe não está mais com nós em vida, mas ele permanece viva em nossos corações.
Meus olhos não paravam de lacrimejar, meu pai com toda calma do mundo passou a mão sobre o meu rosto enxugando as lagrimas.
- Jimm preciso que você seja forte, posso te pedir uma coisa?
- ESPERA!!! - Respondi com uma voz trêmula.
Oque você é? O que aconteceu lá em baixo?
- Filho quando isso acabar eu prometo te contar tudo!
- Pode falar agora, só estamos nos dois aqui!
- Filho, outros lá fora precisa de minha ajuda, vou acabar com isso e volto para ficar com você tudo bem?
- E se você não voltar pai o que vou fazer? - Minha voz quase não saia.
- Eu vou voltar, eu prometo. - Disse meu pai com um sorriso no rosto, como se nada estivesse acontecido.
- Por favor fica aqui no quarto, vou trancar a porta e não converse com ninguém!
Fiz um sinal de afirmação com a cabeça.
Meu pai levantou-se e foi em direção a porta, antes que a porta se fechasse eu gritei.
- SÓ VOU SAIR DAQUI QUANDO VOCÊ VOLTAR!
Ele sorriu, saiu e fechou a porta, escutei novamente ele falando algumas palavras, mas eu não consigo entender, no mesmo momento que ele para de falar, aparece um clarão por de baixo da porta, tento abrir, mas foi em vão, nada se mexia, virei e fui em direção a janela, tomei um susto pois a mesma já não estava lá, não tinha nenhuma janela no meu quarto, ainda dava para escutar os barulhos e gritos lá de fora, o que será que estar acontecendo? Sentei na beirada da cama, pensando o porquê deste caos, me deitei, e ainda dava para escutar os barulhos, fico ali parado por um tempo meu corpo foi relaxando, meus olhos começaram a fica pesados, os barulhos foram ficando distantes, tudo ficou escuro, neste momento eu adormeci.
O tempo se passou, me acordo com um barulho nas escadas, olho para os lados assustado, cheguei perto da porta, alguém estava subindo, não consigo escutar nenhum outro barulho lá de fora, só esses passos subindo as escadas, estava chegando , saio de perto da porta e vou para o outro lado do quarto, eu estava com medo, escuto novamente a mesma palavras que eu escutei quando meu pai saiu, mais uma vez não consegui entender o que foi pronunciado, novamente veio o clarão, meus olhos ficarão debilitados por causa da luz, pisquei várias vezes até voltar ao normal, enquanto isso meu pai abriu a porta e me viu esfregando os olhos, olho para ele com a visão ainda um pouco turva, ele se aproxima e me abraça.
- Me desculpa filho
Meus olhos voltaram ao normal, desta vez vejo normalmente, meu pai não estava com aquelas roupas, fiquei aliviado por ver ele novamente, eu estava arrasado, não dava para acreditar que minha mãe estava morta, olhei nos olhos do meu pai e o vi com os olhos cheios de lagrimas, ao ver ele desse jeito fiquei triste, parecia que ele estava tirando o peso das costas e transformando em lagrimas, senti a tristeza emanado do seu corpo, ele estava paralisado me olhando, seus olhos não paravam de lacrimejar, eu o abracei e ficamos ali por um bom tempo juntos, isso não acontecia fazia muito tempo.
Ali estava nos dois, pai e filho, ajoelhado no chão, abraçados um consolando o outro sem falar uma só palavra, dava para sentir a tristeza no ambiente, virei para o meu pai, encostei a minha cabeça com a dele, seus olhos estava fundos parecia que ele tinha perdido tudo nesse dia, e eu concordo com ele, a mamãe era o pilar da nossa casa, sempre alegre, nunca tinha visto ela triste, sempre sorrindo, meu pai não ficava muito em casa, minha mãe sempre me dizia que ele tinha um trabalho muito importante no povoado mas nunca me falava o que ou aonde ele trabalhava.
Agora calmos dá para conversar.
- Pai o que está acontecendo e o que o senhor é?
- Bom meu filho vou começar a falar sobre sua mãe e eu.
Eu venho de uma linhagem de Guerreiros, hoje somos em sete além de mim e o seu avô, que por sinal foi quem nos deu todo o treinamento e ensinamentos.
- Onde está o meu avô?
Bom filho o seu avô vive na montanha Fhaltz, ele não e de sair de lá, mesmo sendo o fundador deste clã de guerreiros, poucos conseguem chegar até onde ele mora, então mesmo com sua idade avançada ele não corre perigo, mas não se engane com a sua idade, ele e muito poderoso, tudo que eu aprendi até hoje foi graças a ele, e não foi nada fácil filho, nada na vida vem fácil, e tudo aquilo que vem fácil não dura muito, no final do meu treinamento com seu avô eu o deixei, eu queria conhecer o mundo, saber como é tudo, conhecer lugares diferentes e pessoas, fiquei por dezesseis anos me dedicando aos ensinos do meu pai, dia após dia, chegava a desmaiar de tão intenso que era, ao sair para explorar o mundo, meu pai com uma voz meio roca disse...
FILHO, O DESTINO É UM SÓ, O SEU DESEJO NÃO FAZPARTE DO SEU DESTINO, MAS O DESTINO FAZ PARTE DE VOCÊ.
- Esse era o jeito dele de dizer que me amava. (Risos)
Continua...
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Agora somos um
FantasiO mundo está perdido, não existe compaixão ou amor ao próximo, perdi a pessoa que eu mais amava por motivos banais, ainda vou me vingar de todos aqueles que fizeram de meu lar um deserto, vou em busca da verdade e do conhecimento, dependo de mim mes...