22.02.2020
Por favor, atende esse telefone e me escuta.
As coisas não são mais as mesmas agora. Nós não somos mais crianças e não nos traímos, não nos agredimos e temos plenas condições de sentarmos e resolvermos todos os problemas que tivemos e parar com o que fizemos para nos machucar.Eu sei que eu me recusei a falar o que não gostava, eu tenho dificuldades em me abrir e falar dos problemas enquanto eles me afetam e nisso você deveria ter aprendido a respeitar o meu tempo de falar dos problemas que eram meus, mas nós podemos muito bem sentar e resolver tudo isso.Não havia um só problema que não fosse passível de resolução, e agora, depois de toda a água ter corrido debaixo da ponte, eu tenho mais certeza do que nunca do que exatamente eu sinto e, eu juro, estou realmente disposta a corrigir os erros que cometi.Sabe, é uma questão de estar disposto, de fato, a fazer as coisas acontecerem de outra maneira, de construir algo diferente. Nós somos reais. Sim, somos, no presente, pois nós ainda somos. Não há motivo para você se recusar.
Escuta o que eu to te dizendo. Me atende só dessa vez! Presta atenção.
Aceita esse convite pra andar comigo qualquer dia e falar das luzes noturnas da cidade, pra resgatarmos os trechos de conversas que tínhamos antigamente. Por favor, deixa eu me apresentar novamente.
Eu nunca entendi muito bem como funcionam algumas das tuas ideias, especialmente as que não se parecem com as minhas, por óbvio, mas eu sei que você também sabe que esse sentimento que nós, involuntariamente, nos permitir deixar crescer, não é coisa que se acabará rápido.
Que essa distância toda seja uma turbulência, aquele vento de tempestade que conversamos também lá no início de tudo, e como diz uma de tuas canções favoritas: "todo sopro que apaga uma chama, reacende o que for pra ficar"...