Eu nunca quis que você fosse embora. Na verdade, tudo o que eu ainda quero é que você pare de fugir de mim.
Se despedir e desaparecer foi realmente uma boa decisão?
Por que estamos assim? Você precisa de mais tempo distante? Eu precisava ser mais delicada quando você apareceu a primeira vez?
Lembro de ter te bloqueado de redes sociais, como um sinal pra você não me procurar mais e você fez exatamente o contrário, quando desfiz, voltou a me seguir quase que imediatamente, voltou a puxar assunto... O que você queria? Não sei. Quando eu perguntei você se esquivou como uma garotinha assustada, fugindo do lobo mau. E então você sumiu novamente.
Não tenho culpa das suas primeiras experiências não terem sido boas ou terminado em tragédia. Eu pensei em te dizer que eu previa que você iria embora cedo, já que você só tinha um grande trauma seguido de relações curtas e superficiais.
Acho que você desaprendeu a consertar as coisas e percebeu que jogar fora é muito mais fácil. Não sei se um dia você soube como consertar as coisas, na verdade...
Meu tom é arrogante, peço desculpas por isso. Mas nossa "relação" não foi a única coisa que eu o vi tratar dessa maneira.
Sinto muito se as vezes é inevitável o descontrole e a raiva.
Você tem uma facilidade enorme em simplesmente fugir e largar tudo pra trás, enquanto abraça essa melancolia latente, que não te resolve nada.
Escrevo com um nó terrível na garganta. Queria poder te abraçar novamente.
Eis a grande diferença entre nós, que sempre julguei almas tão semelhantes: eu quero abraçar o sorriso. Eu quero viver uma vida leve, calma, onde eu possa gargalhar sem medo, me entregar num beijo, me perder no desejo, e ser inteiro. E você tem medo de uma mísera segunda chance.
A vida é baseada em tentativa e erro. Dificilmente bate a sorte de principiante e as coisas dão certo de cara, mas pra isso a gente tenta novamente, analisa o que errou, procura entender como funciona o jogo, até alcançar um nível profissional.
Você, além de principiante, ainda é um desistente. O problema é que nesse jogo em dupla, se um desiste, os dois perdem. O outro problema, é que eu não sei aceitar perder.
Nenhum dos nossos problemas era grave o suficiente pra não querer pensar numa solução. Nenhum de nós deixou de amar, para querer abandonar o barco e ignorar a situação.
Eu escrevo ainda, não apenas porque te amo, mas porque acredito que é uma história que ainda não acabou, que merece ser, além de contada, intensamente vivida.
02.02.2020 - 02h22
