Corri o mais depressa que pude até ao túnel. Chegando lá vejo ainda o último Mustangue a sair do santuário.
-Vamos Mustangue Júnior!- disse apressadamente.
-Grrr!
Já fora do túnel vejo os Mustangues a correrem em direcção ao rio.
-Para onde será que eles vão?- pensei.
-Grrrrr...- disse medroso.
-Calma Mustangue Júnior, comigo estás seguro!- Acho eu...- Bem, vamos continuar, de certeza que vão para a floresta perto do vale. Lá há muito alimento. Vamos, eu sei um atalho!
...
O pequeno Mustangue continuava medroso, de cabeça baixa e um olhar desconfiado.
Olho para ele e paro.
-É melhor voltar-mos, a tua mãe pode estar preocupada e bem, eu não me quero meter entre uma mãe e um filho não é verdade?- olhei para ele com um sorriso forçado.
-...Grrr?- disse confuso.
-Deixa.- disse rindo-me da sua expressão.- Vamos...- disse fazendo lhe uma caricia no dorso.
Ao menos tu deixas que eu te toque... (desabafo).
Agaixo-me e espreito por entre os arbustos.
-Mas o que estão eles a fazer?- dizia com os olhos semi cerrados.- Vão, vão em direcção à tribo!- quase gritei.
Levanto-me rapidamente e quando estou prestes a dar "o impulso", o Mustangue Júnior impede-me.
-M-Mas que estás tu a fazer? Assim vamos perde-los!- disse puxando a minha bolsa ao qual o pequeno Mustangue tinha agarrado com os dentes.
Eu puxava de um lado e ele do outro.
-LLLarga!- disse acentuando o início da palavra.- Não tenho mais comida!- gritei.- Finamente!- disse vitoriosamente ao conseguir tirar-lhe a bolsa.
Grrrr...- disse derrotado.
Ri. De seguida pego no meu caderno e lápis e sigo em direcção à tribo.
- Bonito, agora já não os apanho.- bufei.- Mas quer dizer, eles não podem ter ido para a tribo, ou podem? Hum, eles devem se ter seperado e ido por caminhos diferentes...- disse enquanto olhava para o Mustangue Júnior.
- Espera. Mustangue Júnior?- bati com a mão na testa.- Tu não podes vir comigo para a tribo!- queixei-me de não me ter lembrado disso antes.
Grrr?- disse confuso.
Ajoelhei-me e fiz lhe uma festa na face.
-As pessoas da Minha tribo não são como eu. Só vão querer fazer-te mal percebes?- fiz uma retórica obviamente.- Claro que nunca viste outro humano para além de mim, e fico contente por nos termos conhecido, mas, seria um risco levar-te para a tribo. Portanto, vou ter que ir sozinha.- disse levantando-me novamente.
Ele insiste mas eu digo que não.
-Vá, vai ter com a tua mãe.- ele olha para mim. Via-se a tristeza nos seus olhos.
Ele desvia o olhar.- Espera, tu, tu não tens mãe?- disse baixando-me à beira dele novamente.
Grrr...- disse triste.
- Oh pequeno.- fiz-lhe uma caricia.-Hum... Espera! Eu acho que tenho uma solução.- disse levantando-me e seguindo.
Já sem folgo, chego finalmente à tribo.
-E-Eu disse, que, não estavam, cá.- disse com dificuldade por causa da falta de ar.
-Bem. Agora vais te esconder naqueles arbustos Mustangue Júnior.- disse apontando para lá.
-Grrr...
Apareci por entre os arbustos.-Não está aqui ninguém...Estranho.
"Grr!" (...) "Grr!"
-Oh não. Os Mustangues!
Corro o mais depressa possível até à arena.
Nem acreditava no que via. Os Mustangues do vale foram apanhados. Com cordas no seu,pescoço e dorso, imobilizados, tentando apenas defender-se com o que conseguiam.
Eu: Parem!- gritei.
Xx: Olha quem é ela...- disse agarrando nas cordas que prendiam um dos os Mustangues.
Eu:O que lhes vão fazer!?
Xx: Bem, como o teu pai não está cá, vamos prendê-los, mas depois provavelmente vamos matá-los para usar a pele...- interrompio.- Cala-te!
Ele levanta uma sobrancelha.- Quer dizer, porquê que, não me deixas leva-los? Até à jaula.
Xx: Tu? Claro.- revirou os olhos.- Vá, vamos leva-los.-Disse puxando os Mustangues com as cordas pelo pescoço.
Bofei.- Ok... Eu, eu vou ter com o Thero.- disse fugindo.
...
Passado um bocado, fui ter novamente à arena, onde estavam os dois Mustangues presos nas jaulas frias e húmidas.
Calma.- disse quando ja estava perto deles.- Eu vou vos ajudar.- disse abrindo a fechadura.
Eles rosnavam. Não me estavam a dar ouvidos, provavelmente porque ainda à dez minutos tinham sido capturados...
Quando abro a jaula, um deles salta para cima de mim, pondo uma pata na minha barriga, ficandopor cima de mim e eu deitada sem me poder mexer.
-Grrrrr...- rosnou ferozmente, com os olhos semi cerrados.
-N-Não!- disse tentando tirar a pata que estava em cima de mim e que me bloqueava.
-Grr!- rugiu o outro Mustangue, fazendo um rugido curto e grave, como se desse um sinal de atenção.
O Mustangue que me prendia, olha para ele, e depois novamente para mim, desta vez aproximando mais a sua cabeça da minha.- Grr.-rugiu pela última vez, mostrando mais os dentes.
Eu como resposta, reviro os olhos, tentando não fazer confronto visual.
Eles fogem para fora da tribo.
...