Capítulo 24 (parte 2)

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Bati a porta com força e corri até ao grande salão.

É um edifício no centro da aldeia, onde discutimos os assuntos mais importantes e onde se marcam reuniões... Por vezes também sou lá chamada por causa das asneiras que fiz.

Espero que este não seja o caso.

Abri o grande portão e vejo diante de mim, o meu pai e mais três homens atrás dele, e um deles, era o Kavar.

Ai aquele filho da m...

Eu: Antes de mais, só quero dizer, que não, fui, eu!- disse pausadamente.

Kavar: De que estás a falar?- cruzou os braços.

Eu: Tu sabes muito bem!- semicerrei-lhe os olhos.

Pai/Chefe: Chega!- gritou.- Em, primeiro lugar, chegaste atrasada...

Eu: Eu sei eu sei... É que o Thero foi lá a casa e...

Pai: Não quero saber!- interrompeu.- Chamei-te aqui, por que queremos falar contigo sobre um assunto muito importante.- olhou sério para mim.

Desde que não seja sobre a fuga dos Mustangues, por mim tudo bem...

Pai: O assunto que se trata, é a fuga dos Mustangues.- levantou a voz.

Estão a brincar comigo!?

Eu: Pois é pai... Eu ouvi falar disso.- desviei o olhar.- Mas quem terá sido?...- disfarcei.

Como sabem, eu não minto muito bem.

Pai: Bem, parte daqueles Mustangues foram negociados, iríamos comprar parte deles. Mas, ao que parece, às duas da manhã, o acampamento dos Brancos foi assaltado e soltaram os Mustangues.- dizia aquilo enquanto andava pelo salão.- Não fiquei espantado com a notícia, afinal, quem não quereria vinte Mustangues?

Eu fiquei espantado foi com o facto de os terem soltado!- levantou novamente a voz.

Kavar: É preciso ser-se louco para se ter os Mustangues nas mãos e depois soltarem-nos em vez de ficarem com eles...

Eu: P-Pois é... Quem terá feito isso?- disse nervosa.

Pai: Bem, eu falei com um dos guardas que esteve naquela noite a vigiar os Mustangues, e, ele disse, que eles foram atendidos com uma "visita" inesperada de uma jovem de uma tribo.- continuou a andar enquanto falava, mas desta vez, mais perto de mim. - Eu achei estranho.- olhou para mim.- Quis saber mais, e perguntei-lhe como era a tal jovem... Ele disse que tinha cabelos ruivos e olhos azuis... com sardas.- parou à minha frente.- Interessante, porque essa descrição, parecesse-se, contigo.

Ai pronto, já fui.

Eu: S-Sério pai? Eu não entendo... Q-Quer dizer...- coçava a parte de trás do pescoço.

Kavar: E na verdade...- interrompeu-me.- Essa tal jovem, esteve sempre com os guardas. Portanto, ela devia ter um cúmplice que a ajudou a libertar Mustangues.

Pai: É verdade.- olhou para o Kavar.- Mesmo assim, os Brancos não reagiram muito bem à notícia... Nem nós, pois pagamos muito dinheiro por eles e agora, os Brancos não nos devolvem o dinheiro porque acham que foram pessoas da nossa tribo, que libertaram os  Mustangues .

Eu já não sabia o que fazer, simplesmente olhava para quem falava e tentava parecer o mais normal possível. Mas a verdade pressionava-me. Isso, e o facto de eu não funcionar bem sobre pressão.

Eu: Oiçam, podem... Podem parar com isto?- fugia do assunto.- Eu não sei quem foi, sei tanto como vocês.

Pai: Bem... lá isso é verdade.- coçou o queixo.- Mas, acredita numa coisa, não vamos desistir até sabermos quem foram as pessoas que fizeram isto.- olhou para mim com aquele olhar sério que eu conheço e sei que é um olhar de que eu devo ter medo.

Os outros dois homens que estavam no grande salão, abriram-me o portão e deixaram-me sair, fechando-o logo de seguida.

...

Em casa

Eu: Meus Deus, e agora?- andava às voltas pelo quatro.- O... O que é que eu faço!?

-Grr?- olhou o Júnior para mim com um ar preocupado.

Sorri-lhe.

-Não te preocupes amigo.- pus-me de cóqueras à altura dele.- Eu não vou deixar que nada nem ninguém, te  faça mal. Nem a ti, nem a todos os Mustangues que habitam esta terra.- dei-lhe um beijo no focinho .

-Rrrr...- ronronou, esfregando a cara dele na minha, fazendo carícias.

Eu: Mas, isto já está a ficar fora de controlo.- suspirei, levantando-me.- Quer dizer, eu estou farta de salvar Mustangues aqui e ali, nestas últimas vezes quase que fui apanhada... E agora esta última, foi muito nas vistas, visto que vinte valiosos Mustangue fugiram do acampamento dos Brancos.- virei costas ao Mustangue Júnior.- E-Eu já não sei o que fazer. Não posso andar por aí a libertar Mustangues, mas também não posso deixar que os cacém para depois os matarem.

Já há tão poucos entre nós. E todos estes anos eles foram caçados, preseguidos...mortos.- suspiro novamente.

...

No dia seguinte

-Eu vou para o Santuário, vêm comigo Júnior.- disse pegando na bolsa.- Lá estás em segurança e... eu preciso de visitar alguém lá.- disse abrindo a porta.

-Grr?- perguntou confuso.

-Sim, Júnior. Preciso de ir ter... com o Mustangue negro.

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Oi

Eu fiz um capítulo grande para vocês! :)

Gostaram do Capítulo? Então comentem! ;)

Fiquem atentos ao Capítulo Especial que vêm aí. Ele trará novidades e uma descoberta.

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