Capítulo 12- o Segredo

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Apanho a carta e abro-a.

"Volto dentro de dois dias. Trazemos Mustangues connosco e ouro. Falamos melhor quando chegar. - Pai".

Trazem? Yey... espera. Há Mustangues para la das planicies?

Hum...

...

No dia seguinte

Quando bato a porta de casa, viro-me e vejo o Thero colado a mim.

Eu: Sim?- disse olhando para ele com cara sarcástica.

Thero: Oh, nada...- disse olhando para o chão.- Eu apenas queria saber, os segredos de caça!- gritou.

Eu: Desculpa?- olhando para ele torcendo o nariz.

Thero: Tu sabes, o que tens no teu caderno.- disse cruzando os braços.

Eu: ... Agora não tenho tempo.- disse  inventando uma desculpa.

Thero: Porquê? Vais "fugir" outra vez para não sei onde e voltas só ao final do dia?- disse zangado.

Eu: Arrr... És chato sabias?

Thero: Sei!- disse sorrindo.

Eu: Ouve, o que eu tenho no meu caderno é meu e só meu, ok?- disse afastando-me.

Thero: Ao menos, podes-me dizer onde vais todos os dias?!- disse correndo atrás de mim.

Eu: Não...- disse já irritada

Thero: Mas porquê?...- disse fazendo beicinho.

Aquilo fez com as palavras me saissem as palavras da boca.

Eu: Quando tu e todos respeitarem os Mustangues, eu mostro!- gritei.

Thero: ...Quê?- disse confuso, arregalando os olhos.

Eu: N-Nada... Esquece.

Corri o mais depressa que pude até fora da tribo, deixando o Thero sozinho.

...

-Aquele Thero...- disse enquanto olhava para o chão, caminhando apressadamente até ao santuário.- ... ele é mesmo...- a minha fala imterrompeu-se quando olhei em frente.

Arbustos cortados, árvores "raspadas"... sangue? hum...

Agacho-me e passo o dedo pelo chão.

-Cinza?... Não, pólvora! Espera, quem é que... os Brancos! Eles é que tem armas!- disse pensativa.Andei mais uns metros e vi pontas de lança no chão.

- Oh não... O meu pai esteve aqui? C-Com os Brancos... não é bom sinal.

Levantei-me e vi nesse momento,Pegadas. Muitas, de vários tamanhos, que seguiam...- olhei em volta- para, o santuário!

Apressei-me (corri) até ao santuário.

As pegadas despressaram-se para vários lados. Olhei em redor confusa.

Cheguei perto do túnel. Felizmente as as lianas que o tapavam continuavam lá...

- Mas que estranho... esta não percebi.- disse torcendo o nariz.

Entro no vale, e lá estavam, os Mustangues.

Parecia tudo normal, estava intacto, tal como da última vez.

Desci e desta vez, fui pelo meio do vale, como já sei que ao que parece os Mustangues do vale "não me ligam", nem me vêem como uma ameaça.

Andei mais um pouco até chegar ao lago.

Lá estava, o Mustangue negro de olhos verdes, que cobria a minha alma de paixão e felicidade.

Olá...- disse elevando um pouco a mão.

Ele olhou para mim mas ignorou-me.

Aproximei-me estendendo o braço.

Ele imediatamente rosna-me e foge.

O que se passa?

No momento em que ele vira costas, sigo atrás dele.

...

Ele atravessa uns arbustos e vai ter ao que parece um ninho? Onde estavam fêmeas e os seus filhotes.

Muitos estavam feridos, com arranhões, cortes no rosto.

Arregalei os olhos. Espera. Aquelas pegadas, a pólvora. O sangue... Oh não!Os Brancos estiveram aqui? Não... só se, atacaram os Mustangues quando  saíram para caçar! Deve ter sido isso.

...

Amigo...?- disse saindo dos arbustos.

Grrrr...- rosnou-me.

- Eu não tenho culpa do que aconteceu...- disse avançando vagarosamente.- Não fui eu que te fiz mal, ou à tua manada, nem se quer foi a minha tribo. Acho...

Grrr... Rosnou novamente.- Grr! Grrr! (...)- rogiram outros de seguida.

-Calma! Calma!Eu...vou me embora.- disse virando costas.

Já perto do rio

-Ainda estou para descobrir o que realmente aconteceu...- pensava enquanto comia de "pernas à chinês" uma sandes.

(sim, eu estou sempre a comer isso, mas que esperavam? Não vou trazer um bife para aqui não é?).

"Snif", "snif".- cheirava um bebé Mustangue a minha bolsa.

O seu pelo era de um azul escuro apaixonante, e os seus olhos eram azuis também em forma de amêndoa.

Era pequeno e frágil, porém energético. A sua cabeça dá-me pela cintura e parecia-se com uma das fêmeas que encontrei no ninho (provavelmente era a sua mãe).

-Olá...Queres um bocado?- sorria de canto.- O Mustangue negro gosta, portanto tu também deves gostar.- disse estendendo-lhe um pedaço da sandes.

"Snif" "snif".- cheirou novamente a minha mão.

"Glup"

- Rrrr...- ronronou depois de engolir o pedaço que lhe dei.

-Parece que gostas-te!- disse olhando para ele que ainda cheirava o chão à procura de mais.

...

Ouve-se um rugido alto e todos os Mustangues adultos o seguem.

-Outra vez? Este rugido parece-me como o da última vez...

Sabes para onde vão Mustangue Júnior?- disse olhando para ele que estava atento também ao som.

(sim, Mustangue Júnior, ele precisava de um nome)

Um Mustangue negro e mais quatro do vale saem do Santuário.

-Eles...Eles vão caçar!

Levanto-me rapidamente e corro até ao túnel.

O pequeno Mustangue olha para mim confuso e corre apressadamente atrás de mim tentando acompanhar-me. (parece que ganhei um novo amigo).

.................

Foi um bocado improvisado, mas lá consegui escrever o capítulo... (tive muito pouco tempo para o fazer)

Votem e comentem please! :)

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