Co- habitação

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Nada nem ninguém poderia impedir nossa estadia neste lugar chamado Terra. Aqui havia tudo que precisávamos para montarmos nosso grande e indestrutível QG. Nosso antigo reino já não podia mais ser recuperado. Não num momento próximo. Gostava de pensar que um dia, no futuro, quem sabe, poderíamos retomar o que havia sido perdido mas, por agora, a joia azul nos era de grande ajuda para a execução de nossos planos.

Como comandante de uma batalha que levou-me a expor meu descontentamento com um reinado que já não me satisfazia, incapaz de dar lastro ao meu ímpeto de modernidade, quebrei todas as regras, me expus totalmente. Esta exposição forçada causou-me tremendo estrago. Meu maior sucesso foi alcançado pela luta não declarada. Na surdina ou disfarce como quiserem chamar, consegui amealhar grande parte de meus guerreiros. Exposto a força fui forçado a cair fora daquilo que aprendi a amar mas me foi tirado.

Descobri, na prática, que em uma batalha quanto menos você se expõe, menos você é alvo de contra-ataques. Se não se sabe contra quem ou o que se esta lutando e onde está o oponente consegue-se uma significativa vantagem. Por isto havia decidido que ficarmos na sombra, sem sermos vistos pelos humanos era uma boa tática! Isto já havia dado certo antes, disfarçar tinha sido perfeito, uma tacada de mestre.

Depois da invasão continuaríamos aqui, habitando conjuntamente com eles, os humanos, no mesmo espaço mas o mais discretamente possível.

Seria difícil manter-se nas sombras, na escuridão, mas o sucesso foi consequência direta da discrição então, já estava decidido – Nossa invasão e posse seria totalmente invisível, sub-reptícia, maquiada. 

Conto da TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora