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Assim que cheguei da escola, me arrumei rapidamente e corri para o carro. Depois de mais de uma semana sem vê-lo, eu finalmente iria encontrar com ele.

Eu encontraria com Micael em uma das construções que a empresa estava responsável. Em poucos minutos eu já estava em frente a obra. Meu coração batia descompassado e eu precisei secar minhas mãos suadas.

Me dirigi a um segurança que tomava conta da entrada do prédio que estava sendo construído e pedi pra falar com o engenheiro responsável.

Ele me olhou de cima a baixo antes de deixar o local para procurar por Micael.

Meu coração quase saiu pela boca quando eu vi o moreno alto se aproximando do portão improvisado.

"Princesa" - ele me abraçou me levantando do chão, o abraço apertado que ele sempre me dava todas as vezes que me via - "Que saudades que eu estava de você, a que devo a honra da visita?"

Claro que neste momento todas as borboletas e pássaros e tudo que voa, brincavam felizes na minha barriga.

Ele estava com saudades de mim.

"Eu-Eu vim porque a mamãe pediu pra trazer as plantas que você tinha deixado com ela"

"Ah sim, certo. Eu ando tão ocupado que já havia me esquecido" - ele passou a mão pelos cabelos curtos e eu pude ver seu bíceps se contrair sob a camisa preta fina que ele usava.

"Estão no carro"

Ele arregalou os olhos.

"Você veio dirigindo?"

Sorri. Ele sabia que no começo eu tinha muito receio de estar atrás de um volante.

"Sim, faz pouco tempo que perdi o medo"

Ele me abraçou de novo animado.

"Minha maninha está crescendo"

Ele me soltou e foi aí que tudo se murchou dentro de mim. Ele ainda me considerava uma irmã, e aquilo me machucava.

Micael era mais velho que eu cerca de dez anos, e sempre me tratou como sua irmã caçula. Eu sempre achei que quando eu crescesse talvez aquilo mudasse, mas parece que não tem jeito, ele sempre vai me achar sua maninha.

Ele recolheu as enormes folhas de papel do carro e eu o observei enquanto voltava para o portão.

"Quer dar uma olhada no meu trabalho, princesa?" - me convidou com um sorriso.

Talvez eu aceitasse se ele não tivesse cortado minhas asas tão cedo, mas agora eu só queria voltar pra casa e lamentar minha vida.

"Talvez outro dia, Mica"

"Vai ficar me devendo, mocinha"

Me despedi dele com um aceno e voltei pro carro. Tive vontade de gritar, xingar, chorar, mas não consegui fazer nada, apenas dirigi de volta pra casa.

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A sexta-feira chegou voando, e foi de última hora que Olívia decidiu qual vestido compraria. É claro que fui obrigada a comprar algo pra mim também.

Foi quando eu me vi no vestido tubinho vermelho com um longo decote nas costas e parte dos meus seios do lado de fora que eu realmente acreditei que Olívia queria que eu perdesse a virgindade com um desconhecido da faculdade.

Ela se posicionou atrás de mim e analisou o trabalho dela. Maquiagem, ondas no cabelo, vestido e salto, tudo obra da minha amiga.

Ela segurou meus seios e os levantou com vontade.

Conto 1 - Quase irmãos, quase.Onde histórias criam vida. Descubra agora