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Em pouco tempo Josh e Micael já haviam esvaziado a casa.

Eu já não estava tão bêbada. Micael havia me obrigado a beber quase um oceano de água mineral.

Agora ambos tentavam me ajudar a organizar um pouco da bagunça, enquanto a dona da casa roncava no sofá.

"Eu não sei o que deu na cabeça de vocês. Fazer um festa enquanto os pais da Olívia estão fora? Sem contar que ficaram embriagadas numa festa sem supervisão" - Josh reclamava enquanto colocava garrafas de cerveja dentro de uma sacola de lixo.

"Não é muito diferente das festas que dão nas fraternidades" - respondi.

"Talvez a diferença esteja em vocês serem menores e organizarem uma festa com bebidas alcoólicas" - dessa vez foi Micael que completou o sermão - "se a polícia chegasse antes de nós..."

Revirei os olhos irritada.

Eu sabia que o que tínhamos feito era errado, mas eles não tinham o direito de nós dar sermão.

"Certo, vou levar Olívia pro quarto" - falei deixando o saco de lixo de lado e me voltando para o sofá onde minha amiga dormia - "se vocês quiserem podem ir pra casa, vou ficar com ela"

"É claro que não vamos. Tem quarto de hóspedes aqui, não? - Josh perguntou enquanto colocava sua sacola ao lado da minha.

"Tem sim, vários. Escolham qualquer um que não seja o último do corredor"

Micael se manteve em silêncio e eu percebi que me observava. Josh se ofereceu para carregar Olívia e subimos para o quarto.

Enquanto os dois saíram para o reconhecimento dos quartos, aproveitei para tomar banho. Vesti um baby-doll preto de seda que eu sempre guardava no closet da Olívia pra quando fosse necessário.

Algum tempo depois minha barriga já roncava e eu decidi descer pra preparar uns sanduíches.

A cozinha estava um caos. O relógio marcava 01:10h quando terminei de organizar tudo, eu não conseguiria fazer qualquer coisa numa cozinha bagunçada.

Retirei queijo, presunto, salada e tomate da geladeira. Alguns potes de requeijão e um suco de uva integral. Peguei alguns pães e comecei a montar minha obra prima.

Como toda pessoal normal, eu me sentia a master chef quando fazia qualquer coisa pra comer.

Foi só quando eu terminei meu lanchinho que percebi Micael parado na entrada da cozinha me observando como uma águia a uma presa.

"Tá maluco? Quer me matar do coração?"

Toquei meu peito e o vi desviar o olhar por alguns segundos.

"Precisamos conversar" - foi tudo que ele disse antes de sair.

Acompanhei seus passos até a área da piscina. Micael sentou em uma das cadeiras plásticas ao redor da borda.

Puxei uma e me sentei um pouco mais afastada dele. Eu não sei se suportaria ficar tão perto sem ceder facilmente a ele, não podia fazer isso agora.

"Seu irmão e eu conversamos"

Meus olhos se arregalaram no mesmo instante. Não era possível que Josh contara a ele sobre meus sentimentos, eu não admitiria tal traição.

"O quê... exatamente?"

"Eu precisava conversar com alguém que me fizesse entender o que estou sentindo" - ele me olhou, seus olhos tinham um brilho confuso.

Minha vontade era abraçá-lo e nos livrar de todos aqueles sentimentos ruins.

Conto 1 - Quase irmãos, quase.Onde histórias criam vida. Descubra agora