O Órfão

8 de Outubro (1988)

  Era uma noite escura, mas não escura como as outras, era escura de uma forma especial, de uma forma obscura e fria, era como se tivesse predestinado a acontecer algo, algo terrível, algo repugnante. Eram 21:53 horas de um sabádo, o Sr. Relish se encontrava na sala de estar sentado no sofá, à espera do novo seriado que iria começar as 22 horas, "Superboy". Desde pequeno o  Sr. Relish acha que estorias de super-heróis são o melhor tipo de entretenimento existente  tanto quadrinhos, livros e filmes. No segundo andar em um quarto até que grande, com um berço no canto próximo da janela, onde a luz da lua refletia estava a Sra. Relish botando o seu amado filho para dormir, mal sabia ela que aquela seria a última noite a ver o filho. Depois de sua mãe ler alguns capítulos de sua estoria preferida antes de dormir Theo, sem pestanejar apagou em um sono tão profundo que não acordaria nem que acontecesse um terremoto, a Sra. Relish abre um sorriso carinhoso, o beija e desce as escadas até o marido que rapidamente a pergunta:

- Então... ele dormiu?

- Sim, caiu rapidamente no sono após eu ler para ele alguns capítulos de IT. 

- Eu ainda acho que você é bastante extrema lendo isso, ele tem apenas 6 anos. -Retrucou o Sr. Relish 

 No momento em que a Sra. Relish ia responder o marido de uma forma bastante pejorativa, é audível um som na cozinha, era como se alguém estivesse mexendo em alguma gaveta. Há um silencio imediato no ambiente, de repente um frio estranho nos músculos da perna do Sr. Relish diziam que não era para ele se levantar e ir checar, porém, a chance de ser alguém invadindo a casa era extremamente baixa já que a porta de entrada estava ao lado da sala de estar e na casa  não havia porta dos fundos. 

- Eu irei lá checar. - disse o Sr. Relish um pouco nervoso.

- Vá e volte rápido por favor! - respondeu a Sra. Relish com a voz meio trêmula.

 Deixando a esposa na sala de estar, o Sr. Relish avança lentamente em direção a cozinha atravessando o corredor, a cada passo o barulho fica mais alto e claro, realmente havia alguém mexendo nas gavetas mas quem? por qual motivo? Ainda tenso chegou perto da porta e rapidamente a abriu, tomou um susto quando viu a gaveta de talheres no chão e um guaxinim um pouco agitado cavando a gaveta de talheres, rapidamente ficou aliviado e gritou para a sua esposa que estava na sala de estar:

-  A janela estava aberta e um guaxinim entrou, foi apenas isso! - gritou com um certo tom de alívio, porém, não houve resposta de sua esposa.

 Rapidamente pegou uma luva e botou o guaxinim para fora pela janela, fechou-a, botou os talheres em cima da pia o qual lavaria mais tarde e voltou para a sala de estar aliviado, no relógio que havia no corredor percebeu que já eram 22:23, ainda estava passando o programa! Apertou o passo para chegar mais rápido na sala de estar, chegando no fim do corredor, percebeu um certo liquido escorrendo no chão, a cor era meio avermelhada, um vermelho escuro, Rapidamente pensou consigo mesmo "Será que era a geleia que havia deixado mais cedo em cima da mesa? Não! Não teria como ela cair sozinha, e se tivesse caído ela teria pego." Rapidamente ele sente um aperto no peito, "Ela não me respondeu quando eu a chamei, será que..." o Sr. Relish não conseguiu completar seu pensamento, provavelmente morreu sem perceber que havia sido faqueado nas costas.