• Primeiro capítulo •

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6:45 _

Geralmente meu dia começaria só depois de 13hr da tarde por causa das férias de final de ano, mas hoje é meu primeiro dia na faculdade então acho que vale a pena o esforço de me acostumar com o horário. Minha cidade não é muito grande, todos aqui se conhecem, por isso tenho certeza que os mesmos rostos que conheci na escola vão estar na Universidade, um ou outro sai daqui e quase ninguém entra, por tanto nos termos de me adaptar com novas pessoas não terei que passar.

Toc toc

O barulho da porta me faz ter certeza de que realmente estava acordada, espero por um outro sinal para ter certeza de que estou pronta para levantar, por um segundo fico pensando em como seria ser "adulta", agora na faculdade decisões seria minha responsabilidade, e isso pra mim sempre foi um problema, decidir sozinha oque deveria fazer.

Toc toc

- Alissa se não levantar vai se atrasar!

A voz calma e destraida da minha mãe atravessava a porta meio abafada, eu não precisava vê-la para saber exatamente de sua aparência. O cabelo loiro acinzentado provavelmente estava amarrado em um coque bem feito dando contraste no seu rosto magro e levemente maquiado, a roupa certamente era um terninho moderno de cor apagada dando um ar de mulher prática e eventual, o salto fino e baixo se entregou quando ouvi se afastando em passos lentos pelo piso de madeira do corredor.

Me levanto preguiçosamente, tão preguiçoso que não consigo por os pés no chão, apenas me sento e esfergo os olhos como se isso fosse me despertar. Olho para o meu celular que estava no criado mudo ao lado da minha cama, ele vibrava descontroladamente quase saindo do lugar.

Mensagem on

Amanda: Chego aí pra te pegar em 20min

Amanda: Eu acho bom a senhorita estar acordada

Amanda : Alissa pelo amor, esteja pronta daqui a 20min

Amanda : 19min

Amanda : 18...


Alissa : Não se preocupa, já acordei desesperada.

Mensagem off

Bloqueio a tela de volta revirando os olhos, Amanda costumava a ser bastante controladora no quesito pontualidade, taí uma coisa que eu nunca vou ser

Finalmente fico de pé, me arrasto para fora do quarto em direção ao banheiro, no corredor olho para baixo e consigo ver minha mãe sentada no sofá mexendo no celular exatamente como eu havia imaginado, as vezes ela pode ser bastante previsível.

Entro no banheiro me olho no espelho, minha pele estava muito pálida oque destacava as olheiras fundas e escuras em baixo dos meus olhos, a boca seca e desedratava entregava a pouca quantidade de água que tomei esses dias e o meu cabelo que já não parecia mais um cabelo e sim um ninho de passarinho em um coque super mal feito.

Ligo a torneira e jogo água fria no meu rosto, isso realmente me acorda então faço todas as minhas higienes matinais.

Já no quarto olho para o meu guarda-roupa, oque se deve vestir no primeiro dia da faculdade? Não sou um guru da moda e nem tento ser, por tanto deixo minha pergunta pra lá e visto um suéter cor de creme e uma calça escura jeans dando complemento com o tênis branco nos meus pés, o cabelo estava preso como sempre, mas dessa vez eu fiz um esforço para deixá-lo bem penteado.

Pego a bolsa que eu tinha separado ontem a noite e levo para baixo junto comigo.

- Bom dia!

Eu digo para chamar a atenção dos meus pais sentados na mesa de café da manhã.

- Bom dia querida! - Meu pai diz sem olhar para mim, os seus grandes olhos azuis e enrugados prestavam bastante a tenção em alguma notícia que estava no jornal em suas mãos.

Ele pega a xícara provavelmente de café amargo e da um gole ainda frenético no jornal.

- Animada pro seu primeiro dia? - Minha mãe pergunta olhando para mim enquanto me cento em uma das cadeiras de madeira escura em frente a mesa redonda recheada de comida.

Confirmo com a cabeça sorrindo sem mostrar os dentes.

O resto do café da manhã foi em silêncio, tem sido assim desde que essa casa recebeu uma escuridão e frieza eterna depois da morte da minha irmã, nos primeiros anos até tentamos torná essas pequenas coisas em família mais alegre, mas isso foi morrendo junto com a esperança de que tudo voltaria como era antes.

Olho meu celular no bolso, já tinha três ligações perdidas da Amanda, a qualquer momento ela iria perder a paciência e começar a buzinar na frente da minha casa.

- Preciso ir, a Amanda ta me esperando lá fora. - Digo me levantando arredando a cadeira para trás.

- Mas você não comeu nada... - Meu pai finalmente levanta os olhos para me olhar.

- Eu compro alguma coisa no caminho!

Digo por fim e pego minha bolsa saindo do cômodo.

Abro a porta de casa e encontro o jeep azul claro de Amanda parado na porta de casa com ela impacientemente mexendo no celular, provavelmente mandando mensagem para mim já que meu celular tinha voltado a vibrar.

Abro a porta do passageiro chamando sua atenção.

- Finalmente, achei que ia ter que entrar la e te arrastar! - Ela diz como se fosse voar no meu pescoço.

- Tava tomando café - Me defendo, mesmo que não tinha comido nada, mas café era uma ótima desculpa já que Amanda se importava muito com a boa alimentação, não e atoa que vai fazer gastronomia.

Ela não diz mais nada sobre meu atraso, mas não significa que o silêncio reinou naquele carro, pelo contrário, Amanda começou a tagarelar sobre seu curso e outras coisas que eu costumo chamar de "assuntos que só a Amanda quer falar" , as vezes concordava com a cabeça para mostrar que estava prestando atenção e outras vezes comentava uma coisa ou outra.

Continua...

Helloooo!!! Espero que gostem da história de verdade mas como eu não sou de ficar mendigando estrela não vou falar nada.

Quem também não gosta disso deixa deixa uma estrela.

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