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Um mês se passou daquela conversa minha com o Félix e Jeongin, finalmente eu me sentia preparado para expressar o que sentia por Changbin.

Eu acordei cedo, me arrumei - coisa que eu não costumo fazer -, peguei meu violão e fui até o táxi do meu pai.

— Está animado, viu?
— Eu sei, agora vamos! Sinto que vai dar tudo certo hoje.

Ele sorriu com minha animação e começou a dirigir até meu colégio; eu estava tão animado que minhas pernas não paravam quietas nem por um segundo sequer. O tempo pareceu passar devagar dentro do carro e isso me deixava ansioso, e para resolver essa ansiedade eu mordia meu lábio os machucando mais do que já estavam.

— Finalmente! Tchau pai!

Eu beijo a bochecha dele e saio do carro quase caindo, o que fez o mais velho rir da minha cara e sair como carro depois. Eu entro no colégio e quando me encontro com Seungmin ele me leva até sua sala sem parece suspeito para eu guardar meu violão.

— Ok, você treinou?
— Sim! — Guardo o violão e o olho. — Posso fazer uma pergunta meio estranha?
— Pode, mas dependendo da pergunta eu não vou responder.
— Como é beijar?

Assim que eu falei aquilo, ele ficou completamente envergonhado e me olhou sem acreditar que aquela era a pergunta.

— P-Por que quer saber? E logo de mim?
— Eu nunca beijei antes, e você namora faz um tempo... Como é?
— Como eu posso explicar? — Ele pensa um pouco e se senta na sua carteira olhando para o teto. — Se você beijar alguém que tem um beijo bom, não é ruim... Eu acho. Nunca beijei alguém sem ser o Channie.

Eu acabei soltando uma risada e apertei as bochechinhas dele, e o que eu recebi em troca? Uma risada fofa? Um biquinho? Não, uma carinha feia que me fez rir mais.

— Vai para sua sala. — Ele falou substituindo o som de 's' para 'x' por causa do aperto que eu fazia.
— Fala peixinho.
— Vai se ferrar.

Eu saio dando tapinhas em seu ombro e vou em direção a minha sala como se nada tivesse acontecido. Mesmo que o sinal não houvesse batido, eu já estava na minha carteira esperando algum professor surgir, mas na verdade quem surgiu foi um Soobin completamente bravo na minha direção.

— Han Jisung, eu vou te dar um soco!
— Mas-
— Sem mas! Você está ignorando o Changbin faz um mês e eu não aguento mais ver vocês dois afastados! Ou você levanta e vai falar agora ou eu vou te arrastar!
— Eu vou me desculpar com ele, e no intervalo.
— Como? — Naquele momento, ele ganhou uma expressão curiosa e se sentou na minha frente me olhando.
— Você vai descobrir.

Ele ficou bravo de novo e foi ao seu lugar quando viu o professor entrar, e assim minha ansiedade aumentou e meu peito acelerou. Preciso apenas esperar algumas horas e vou finalmente falar com ele, dá para esperar.

Narradora focus. . .
( algumas horas depois... )

Finalmente o intervalo havia chegado, todos os garotos estavam ansiosos para o plano de Jisung e torciam para dar certo. Os mais novos estavam perto de uma fonte sentados na grama enquanto Jisung afinava o violão melhor, e o trio de amigos do terceiro estava em um canto.

Quando o violão finalmente estava pronto, Jeongin fez um sinal discreto para seu namorado que entendeu o recado rapidamente.

— Jae hyung, eu vou ao banheiro.
— Não demora ok? — Jaeyoon disse bagunçando os cabelos do mais novo que saiu.

O trio estava perto dos banheiros como combinado, e assim que Taeyang se aproximou, ele tocou o ombro de Minho.

— Ei, vamos perto das flores, estou me sentindo um pouco mal e acho que preciso de ar.
— Claro. — Changbin e Christopher acompanharam o amigo, mas sem antes ele fazer um sinal discreto de positivo para seu amigo mais novo.

Assim que Jisung viu Changbin se aproximando, ele abaixou o olhar até o violão e começou a tocar a introdução de 'My only one' fazendo com que todos do jardim ficassem em silêncio para escutar, e logo depois ele cantava a música enquanto tocava. Em determinada parte da música, eles levantou e foi andando sem parar de tocar até o mais velho e começou a tocar olhando em seus olhos.

Seo via aquela cena encantado. O garoto mais tímido de todo o colégio estava agora tocando uma música romântica para ele.

O peito de Changbin acelerou ao sentir aquele olhar sobre ele com aquele lindo sorriso de esquilo que Jisung tinha. Aquela cena era com certeza uma das mais adoráveis que já tinha visto.

Ele estava literalmente colocando toda sua vergonha de lado e dizendo o que sentia por meio de uma música que Changbin adorava.

Quando chegou a parte em espanhol, Jisung fechou seus olhos e começou a corar aos poucos pela sua pronúncia espanhola não ser uma das melhores, mas seguiu cantando com todo o amor que sentia pelo mais velho.

Assim que ele abriu os olhos, ele viu o rosto de Changbin com um lindo sorriso apaixonado e ouviu aplausos das outras pessoas do jardim.

— Nesse exato momento, eu estou vendo mais de mil estrelas cadentes em seus olhos. — Han disse com aquele sorriso largo que Changbin amava.
— Não consigo acreditar que você fez isso para mim.
— Ainda fiz mais.

Jisung deu o violão para Changbin segurar - mas o mesmo pôs no chão - e foi até uma pastinha. Ele entregou um papel para Changbin que começou a rir.

— Você e Christopher fizeram uma música por causa das cantadas?! Eu não acredito!
— Ela se chama 'Wow', o que achou?
— Muito boa! Sem contar que é até um pouco engraçada.

Ambos riram e Han tomou a folha das mãos de Seo fazendo uma expressão provocativa.

— Com licença, hyung, você tem namorado?
— Não tenho não, por quê?
— Porque eu conheço o garoto perfeito para você!
— Quem é esse garoto? — Eles seguravam a risada enquanto "interpretavam" aquele dia.
— Ele se chama Han Jisung.
— E como ele é?
— Super chato, insuportável, implicante, incompetente, babaca, desgraçado... — Hyunjin começou a falar fazendo todos rirem. — Mas também é muito fofo e divertido.
— Gostei desse garoto. — Changbin disse rindo e pegou a mão de Jisung o fazendo girar.
— Sério? Mesmo que ele tenha sido idiota em não contar o que sentia?
— Mesmo que ele tenha sido idiota em não contar o que sentia...

Jisung sorriu e beijou o garoto na bochecha, e como resposta ele ganhou um biquinho fofo e que dava muita vontade de beijar. O sinal tocou interrompendo o momento romântico fazendo com que eles de despedissem e fossem para suas respectivas salas, mas não antes de Changbin beijar a mão de seu amado.

As horas de passaram voando, e logo eles estavam conversando pelos corredores do colégio sobre algo aleatório.

— Binnie, como é beijar?
— Beijar?
— É! Como é?

Changbin olhou para os lados e levou o garoto até a parte de trás do colégio. Jisung o olhou confuso quando sentiu as mãos dele em sua cintura e o abraçou pelo pescoço.

— O que está fazendo?
— Te mostrando como é a sensação de receber um beijo.

Assim que ele terminou sua fala, ele beijou Jisung - que ficou surpreso e tímido - que retribuiu ao perceber o que estava acontecendo. Aquilo estava mais para "toque de lábios" do que para beijo, mas Seo achou melhor ir com calma até Han se acostumar; alguns segundos depois o beijo se aprofundou aos poucos e Jisung tentava fazer as mesmas coisas que Changbin fazia torcendo para não errar. Quando o beijo foi separado, os dois garotos olharam um para o outro e sorriram.

— É assim que é beijar, o que achou?
— Eu gostei, mas eu tenho mais uma dúvida.
— Pode fazer.
— Nós estamos namorando?
— Eu quero, não sei você.
— É claro que eu quero seu doido!
— Então estamos namorando.

Han sorriu e o abraçou com força como não fazia um mês atrás; aquele era um abraço de amor verdadeiro entre dois jovens, que mesmo sabendo que poderia não ser eterno o que sentiam, preferiram arriscar e ser tão infinito quanto puder.

Pois como foi dito em 'A culpa é das estrelas', de John Green: Alguns infinitos são maiores que outros - e como Jisung gostava de adicionar: não importa que não saibamos a validade de nosso infinito, gostamos de arriscar para vivê-lo intensamente.

the end...?

Com licença, hyung, você tem namorado?Onde histórias criam vida. Descubra agora