▪︎ Não Sei Como Lidar Com Isso

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Axel

Estava enjaulado que nem um animal no quarto da minha melhor amiga.

Fiquei observando o quarto dela pra falar a verdade, é a primeira vez que venho aqui, já que o pai dela é rígido e a única regra que ele impôs pra mim, vir aqui é ''Fique longe do quarto da minha filha''.

A decoração era bem diferente do quarto das outras garotas que já fiquei, não tinha nada de delicado as paredes eram pretas com alguns detalhes roxos, na parede havia algumas fotos de nós dois juntos, dela e da Naomi, com os seus pais e também a foto do nosso trio, alguns livros de capas escuras e outros de romance tudo perfeitamente organizado.

— Está bem, meu querido? — Kimberly chegou perguntando.

— Estou sim, tia — respondi.

— Porque você e a minha filha discutiram? — perguntou curiosamente.

— Sim — respondi sem esconder a verdade — Falei palavras que a magoaram muito — falei me sentindo envergonhado.

— Está com medo de tudo que está acontecendo, né? — perguntou.

— Sim — respondi — Bruxas pra mim, eram só no mundo da ficção e agora descobri que é tudo verdade — falei.

— Quando eu tinha mais ou menos sua idade descobre sobre os meus poderes, admito que fiquei assustada, mas agora lido de boa com tudo isso — falou — É questão de tempo — explicou.

— Mas será que eu terei esse tempo? — perguntei vendo ela desviar o olhar.

— Sinceramente não sei — respondeu — Mas minha filha está lutando para que tenha esse tempo, ela te ama mais do que poderia imaginar — revelou.

Engraçado que nunca notei o sentimento grande que ela tinha por mim e eu por ela apesar que nunca parei pra pensar realmente nela de outra maneira até aquela noite que a venda que tinha em meus olhos foram tiradas.

Senti algo estranho no meu corpo, vi ela me olhar assustada, olhei pras minhas mãos vêem que estava sumindo aos poucos, não entrei em desespero no fundo, estava aceitando que logo iria sumir desse universo.

Rubi

Ainda estava meio atordoado com o que havia acabado de ver. Algo na mente dela não estava certo, finalmente havia chegado em casa, fui direto para o meu quarto, quando entrei vejo a minha mãe chorando desesperadamente colocando a mão na boca, olhei para o lado da gaiola vendo que Axel havia sumido.

— Cadê o Axel, mãe? — perguntei mesmo já sabendo da resposta.

— Filha, ele se foi — respondeu controlando o choro — Me desculpe, não pude fazer nada — pediu.

— Está tudo bem mãe — falei me fazendo de forte — Poderia me dar uma licença? — pedi, ela me deu um beijo na testa e saiu.

Me ajoelhei no chão começando a chorar, tocou a jaula que havia feito, desejando com todas as minhas forças que ele aparecesse novamente, mas nada dava certo. Lembranças de um acontecimento de algumas semanas atrás invadia a minha mente.

Algumas semanas antes...

Estava tendo o festival anual da cidade. Os adolescentes estavam reunidos perto do palco eu estava ao lado da Naomi que havia me obrigado a ir com ela.

Apesar de eu ser fã da banda Greta Van Fleet nunca me senti à vontade no meio de uma multidão.

Meu pai começou a falar na minha mente "Seu tio está aqui, ele quer te ver, está no horto florestal. "

Havia me perdido da minha amiga Naomi, ignorei o recado do meu pai ao ver uma barraca que vendia suco de acerola o favorito do meu crush ops melhor amigo Axel então comprei um copo, me lembrei de tê-lo visto um pouco perto do palco passei pela multidão ao chegar lá vejo ele aos beijos com uma moça desconhecida.

Sei que não temos nada, mas aquilo me doeu como ao lado do lugar que havia show tinha um horto florestal fui pra lá vendo um estranho monstro do pântano.

Ele era enorme verde com o corpo coberto de folhas saindo correndo de lá não entendi o motivo de estar com medo dele.

Minha mãe estava no meio de lá pelo jeito me esperavam.

— Viu o seu tio? — Minha mãe perguntou.

— Um monstro da floresta é o meu tio? — a questionei.

— É sim — respondeu — Vergonha das suas origens? — perguntou.

— Não — neguei.

Escutamos barulho de avião então fomos correndo ver o que estava acontecendo, eram caras estranhas pegando o meu tio.

Minha mãe segurou no meu pulso me fazendo ficar parada, entendi bem o que ela queria fazer, colocou a mão no chão fazendo que os cipós pegassem os homens.

No meio de todo esse tumulto ele foi despedaçado se tornando apenas um pequeno serzinho.

Meu pai chegou nos teletransportando para longe.

Um ser da natureza não pode ser tocado por pessoas malvadas humanas.

— Filha, você tem que ajudá - lo — mandou.

— Porque eu? — a questionei — Meus poderes não são elementares — falei assustada.

— Eu não tenho 100% dos meus poderes e jovem irá conseguir — insistiu.

Estava segurando ele na minha mão parecia ser um bebezinho de terra, minha mãe me encarou gravando as unhas no chão fazendo aparecer três pequenas pontes. Ela fez um sinal pra mim, ficar no meio de ambas às três, desejei que ele ficasse bem e que a maldade do mundo não o atingisse. Aos poucos ele voltou ao normal como estava a minutos atrás.

— Foi incrível filha — Minha mãe falou tocando na minha testa.

— Você é a guardiã da floresta minha sobrinha, por isso nasceu com esse rubi na testa sempre se orgulha das suas origens e não se esqueça que quando precisar de mim basta tocar em uma árvore e se lembrar de mim — Meu tio falou desaparecendo com a brisa do vento.

Tempos atuais.....

As minhas mãos foram envolvidas por uma fumaça preta, minha mãe já havia me avisado que quando tenho emoções fortes os meus poderes se descontrolam.

Não sei como e nem o porque fui parar no hospital no quarto que o Axel estava, vejo Alex caído no chão e a uma pessoa vestida com um sobretudo vermelho com o colar que havia dado para o meu amigo quebrado em seus pés

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Não sei como e nem o porque fui parar no hospital no quarto que o Axel estava, vejo Alex caído no chão e a uma pessoa vestida com um sobretudo vermelho com o colar que havia dado para o meu amigo quebrado em seus pés.

Quando a pessoa se virou não acreditei no que estava vendo, nunca havia suspeitado que seria capaz de tal ato tão cruel.

Star Purple City (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora