▪︎ Asas Do Amor

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Rubi

Até agora a ficha não caiu. Justo a minha melhor amiga acabou matando o amor da minha vida. Ela estendeu os braços dando um sorriso de canto e desaparecendo, mas antes disso pude ouvir ela sussurrar: '' — Me perdoe Ruh''; ' — Eu te amo, obrigada por sua amizade''.

Corri até o corpo do meu amado tocando no seu braço que se encontrava frio, e o seu peito todo aberto já não possuía o seu coração.

Olhei para o lado vêem Alex acordar e ficar do lado oposto do meu segurando na mão do irmão.

Do nada ficou tudo preto em branco que nem nos filmes.

Axel estava me encarando com aquele famoso sorriso maravilhoso que fazia o meu coração acelerar. Corri até ele tentando tocá-lo, mas não obtive sucesso.

— Se eu estou aqui quer dizer que morri — falou ainda mantendo o sorriso.

— Não diga isso — implorei segurando pra não chorar — Ainda irei te salvar — falei confiante.

— Sei que somos melhores amigos, por isso que tanto quer me salvar, mas não preciso ser salvo irei em paz — tentou me confortar — Eu te amo e valorizo tudo que fez por mim — agradeceu.

— Eu também te amo — me declarei.

— Eu disse que te amava, mas não é como amigo — revelou, desaparecendo aos poucos.

— Eu te amo Axel — me declarei pra ele novamente — EU NÃO IREI DEIXAR VOCÊ MORRER — gritei tentando alcançá-lo.

Senti uma energia divina me envolvendo, minhas costas começaram a ficar cada vez mais pesadas, olhei para o lado e vi um par de asas douradas em mim.

Pensei que nunca iria ganhar as minhas asas, agora vejo o quão lindas elas são.

Consegui chegar até o famoso céu que tanto o meu pai contava em suas histórias. Axel caminhava por uma estrada de arco - íris, voei até ele segurando em seu braço fazendo força para levantá-lo.

— Et mutata vita est par atlas Miller de Axela senior — falei de olhos fechados. (Troco o meu par de asas pela vida de Axel Miller.)

Um círculo dourado nos envolveu me deixando secar. Depois disso não me lembro de mais, me surpreendi ao ver que estava no meu quarto e os meus pais me encaravam com cara de poucos amigos.

— Não acredito que fez uma burrada dessa — Meu pai falou decepcionado.

— Pai — eu não consigo explicar apenas abaixei a cabeça, odeio ver ele decepcionado comigo, agindo como se a culpa fosse minha por agir por amor.

— Amor, apenas tente entender a nossa filha — Minha mãe falou tocando no ombro do meu pai para tentar tranquilizá-lo.

— Ela abriu mão da sua divindade — Ele nos lembrou — Trazer um morto a vida é contra as regras — falou batendo no meu guarda-roupa.

— Querido se acalme — Ela pediu — Criamos a nossa filha ensinando todas as regras dos anjos e das bruxas, tenho certeza que ela irá lidar bem com todas as consequências — falou me dando um voto de confiança.

Uma forte chuva começou, raios fortes cortavam o céu. Um homem alto, pele clara, barbudo, que usava um quimono branco.

— Rubiane — me chamou com uma voz grossa parecia estar irritado, olhou para o lado dos meus pais que estavam sem expressão nenhuma pelo jeito aquele homem na minha frente era importante — Irei levar a garota aqui — avisou criando um círculo usando sua mão esquerda dando um estalo, fazendo com que eu parasse no meio de um tribunal divino.

Esse lugar não era nada que eu havia imaginado, reconheci que era o conselheiro chefe me lembro de tê-lo visto falando com o meu pai algumas vezes, como todos estavam reunidos discutindo pelo jeito a sentença havia sido escolhida.

— Por ter trazido o jovem Axel Miller a vida trocando o seu par de asas que havia acabado de conquistar com todo esforço — Uma senhora idosa começou a falar — Por ter quebrado a maior regra dos anjos, o garoto que trouxe a vida irá perder todas as lembranças que viveram juntos durante todos esses anos — explicou — Mas a maior punição é que irá se lembrar de tudo, mas não poderá se aproximar dele — falou enquanto batia o martelo.

Queria gritar pra tentar revogar aquela decisão, mas minha voz não saia logo percebi que havia voltado ao meu quarto, olhei pela janela percebendo que a chuva havia passado, percebi que já era de manhã já que o sol estava nascendo.

Só conseguia chorar porque a cada minuto reviveu aquele tribunal horrível. Conhecer o Axel foi a única coisa normal que aconteceu em minha vida.

Anos antes.....

Havia acabado de me mudar, meu pai seria o Pastor de uma igreja nessa cidade pacata. Fugi da minha mãe porque queria explorar melhor a vizinhança, caminhando sem rumo fui parar na frente de um parquinho.

Várias crianças estavam brincando juntas estavam tão sorridentes queria tanto me juntar a elas, tão distraída que eu estava que nem vi uma bola vindo em minha direção em alta velocidade por reflexo da minha magia a parei com as minhas mãos.

Um garotinho se aproximou de mim ao lado de uma garota que passava um ar de superioridade.

— Devolve a bola esquisita — a garota mandou.

— Calma aí Daisy — garoto pediu docemente — Gostei do seu rubi ai na testa combina com seu tom de pele — me elogiou, me deixando envergonhada — Poderia devolver a minha bola? — pediu sorrindo pra mim, apenas lhe entreguei sem dizer nenhuma palavra — Vem brincar com a gente minha, Rubi — chamou.

Era tão óbvio assim o meu nome já que justamente o recebi por causa que nasci com essa pedra na minha testa.

Tempos atuais....

Não queria ir até ao colégio, peguei o meu uniforme que estava perfeitamente passado e cheiroso o vestindo rapidamente.

Não quis tomar café da manhã ou ir até a cozinha encarar os meus pais olhando com pena pra mim por isso pulei a janela.

Caminhei com os fones no último volume, selecionei a minha playlist bad, quando havia chegado, estava como sempre me lembrava, não senti a presença da Naomi se suicidou depois de ter matado o Axel.

Agora pelo jeito irei ficar sozinha já que ambos eram os meus únicos amigos.

Uma cena que pensei que nunca veria nesse universo foi vista por mim, Axel estava aos beijos com a Daisy, isso era a gota d'água deles juntos, que mundo é esse?

Não irei aguentar ficar aqui, saí de lá correndo deixando as lágrimas escaparem.

Quando parei de correr percebi que estava na arquibancada da piscina onde ele treinava, ele chegou ao lado do Salatiel por um segundo ele olhou pra mim, dando aquele famoso sorriso que eu tanto amo.

Star Purple City (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora