Chapter 6 - Avanços. Cronologia. Resolução do Assassinato.

5 0 0
                                    

Chapter 6

Avanços. Cronologia. Resolução do Assassinato.


- Então e se cada um começasse por contar o que fez para ver se encontramos alguma pista no meio das nossas ações? Todos concordam? Então posso começar mesmo eu. – declarou Cientista – Eu cheguei e cumprimentei os já presentes. Depois conversei um pouco com a Empresária sobre os nossos trabalhos. Entretanto o Barão chegou e interrompeu-nos. Pareceu-me bastante interessado nela por isso fui até á mesa de comes e bebes. Voltei para o meu banquinho na altura em que os jogos começaram e só o deixei mais uma vez, antes do grito do Jogador, para ir buscar um copo com água.

Todos absorveram a informação antes de Barão falar por sua vez.

- Eu fui o último a chegar. Quando entrei já todos estavam instalados. Sentei-me perto de Empresária é verdade, mas porque prefiro ficar junto de pessoas intelectuais como eu e não por ela ser bonita. Não que a ache feia, muito pelo contrário é extremamente agradável aos olhos. – apressou-se a acrescentar.

- Eu fui a primeira a chegar. – começou Empresária na tentativa de calar Barão com aquelas velhas e sobrevalorizadas frases de engate. – Fiquei pela sala a admirar o tão bom trabalho que Aniversariante tinha feito. Fui cumprimentando as pessoas que iam chegando. Estive durante um bocado de volta das maçãs doces e das pipocas na mesa, mas fora isso não sai do meu lugar.

- Ah, mas eu lembro-me que tu saíste. Sim, sim. Saíste da sala e se bem me lembro o Ator saiu logo depois de ti. O curioso é que tu voltas-te e ele não. – sublinhou Cantora.

- Tens razão. Tens toda a razão. Saí uma vez para ir à casa de banho. Tive de ir lavar as mãos que ficaram peganhentas por causa dos doces. Inclusive cruzei-me com Ator quando voltava para a sala. Mas depois disso só vi o seu corpo quando Jogador gritou e todos corremos para a biblioteca.

- E quem nos garante a nós que não fizeste mais do que apenas cruzar-te com ele? – insinua Cantora.

- Olha miúda eu estou a ficar seriamente farta das tuas falsas acusações! Porque é que não nos dizes tu o que fizeste para nós vermos se és a assassina ou não?

- Mas está claro! Eu não tenho nada a esconder! Então é assim, eu cheguei e deslumbrei todos os que estão aqui, comi uma pipoquita da mesa e sentei-me aqui a arrasar como a estrela que sou!

- Não te falta nada nesse teu discurso? – inquiriu Jogador com um sorriso gozão na cara.

- Como o quê? – perguntou ofendida.

- Como o facto de teres bebido lotes daquele ponche vermelho e teres ficado demasiado alegre ao ponto de te ofereceres a quase todos os gajos presentes na sala. – riu-se Jogador.

- Ah sim, isso é apenas um pequeno pormenor. E por falar nisso a Aniversariante saiu toda chateada da sala e só voltou bem depois do Ator ter desaparecido. O que é que tu andaste a fazer? – rematou Cantora tentando desviar a atenção de si.

- Eu fui tratar desta ferida. – disse mostrando o penso na palma da sua mão.

- Mas tu não tinhas isso na altura que saíste da sala. Podes muito bem tê-lo feito enquanto atacavas Ator.

- Eu sai da sala e fui até à cozinha para lavar as mãos uma vez que a casa de banho estava ocupada. Ao agarrar no pano para as secar cortei-me numa faca que nele estava enrolada e não tinha reparado.

- Alguém o pode provar?

- Eu. – afirmou o Mordomo chegando-se à frente. – Eu posso corrobora-lo. Quando acabei de medicar a menina Cantora fui à cozinha e vi a Senhora aflita com a ferida. Pedi-lhe que se sentasse e eu mesmo a tratei.

- E quem iria acreditar em ti? Todos nós percebemos que lhe és fiel; Afinal és seu empregado; Não mentirias se ela assim o pedisse? – interrogou Cantora.

- Eu não sirvo a ninguém senão a casa. Não sou servo de ninguém senão da mansão a meus cuidados.

- Quem diria que eras um lunático servo?

- Chega! – meteu-se Aniversariante – Porque não fala agora outra pessoa?

- Muito bem esse posso ser eu. – ofereceu-se Jogador – Já todos sabem que fui eu que encontrei o Ator, ou melhor o corpo dele. E quero deixar bem claro que foi muito traumatizante o sucedido. Mas bem, eu enquanto jogava bebi muito ponche e tive de ir à casa de banho aliviar-me. Quando estava a voltar vi de relance um vulto e... vocês sabem o resto.

- Demoraste muito para quem foi só à casa de banho. – comentou Cientista.

- Bem, é que eu tive de me aliviar de outra forma também. Ouvi uns sons do lado de fora da casa de banho e bem, fiquei um pouco alegre. – a expressão de alguns era de repulsa. – Um homem tem necessidades.

- Que nojo! – exclamou Cientista.

- Desces-te muito na minha consideração meu rapaz. – acrescentou Barão que estava pasmado com a atitude de Jogador.

Aniversariante corou bastante com a afirmação de seu convidado e Empresária ainda deixou o queijo cair enquanto Cantora tapou os ouvidos e começou quase que a gritar a dizer "lalalalala...".

- Acho que só falta o senhor, Repórter. O que o senhor tem a dizer em sua defesa? – introduziu Barão tentando que o grupo ultrapassa-se o que Jogador acabara de dizer.

- Vocês são a meu alibi. Desde que cheguei não deixei a sala pois pensei que era aqui que se passava a ação. Parece que me enganei. Mas vejam tenho anotado tudo o que dizem e maior parte do que fazem. De certa forma até foi bom o que fiz, pois assim sei se agora mentem ou não.

- E então? Algum de nós mentiu? – quis saber Jogador.

- Já podias ter dito isso meu jovem! – acrescentou Barão – Diz-nos então o que sabes.

Sendo apressado por todos Repórter abriu o jogo.

- Todos disseram a verdade, apesar de alguns ocultarem algumas coisas, não acho que estas fossem relevantes para o caso. A única coisa que eu acho que vale a pena notar é que Cantora saiu uma vez da sala.

- Isso é uma acusação? Estás-me a acusar? Tu...

- Senhora? – sussurrou Mordomo – Será que lhe posso dar uma palavra?

Aniversariante levantou-se com a desculpa de ter de trocar o penso e ambos se deslocaram até à cozinha onde poderiam ter a certeza que ninguém os ouviria.

- O que se passa Mordomo?

- Creio que resolvi o crime, Senhora.

#

A pedido de Aniversariante os seus convidados regressaram uma vez mais ao local do crime e dispuseram-se em meia-lua enquanto esta discursava.

- Meus caros amigos, esta dúvida que nos vem atormentando ao longo da noite está prestes a ter resposta.

- Isso quer dizer que sabes quem é o assassino? – perguntou desconfiada Empresária.

- Sim.

- Então diz-nos que é. Não nos deixes em suspense!

- Muito bem, então. O nosso predileto assassino é ninguém mais, ninguém menos que... Cantora.

Ensaio De Um Jogo De MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora