Capítulo 2

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Valerie retornou para casa tarde e acabou me acordando por conta das luzes que ascendia pela casa. Me levantei da cama com o típico mal humor e cabelo amarrotado.

—Oque você está fazendo? -Encostei na parede cruzando os braços.

—Ah, desculpa te acordar eu pensei em comer algo antes de ir dormir, os exercícios da noite me deixaram exausta.

—Valerie Blackwell sua pervertida! Não quero saber da sua incrível noite de transa com Simon! -Retruquei revirando meus olhos e retornando para o quarto. —Tome algum remédio para ressaca e vá dormir, temos trabalho amanhã.

[...]

De manhã enquanto preparava o café pude ver Valerie saindo do quarto com uma cara de acabada.

—Bom dia bela adormecida. -Acabei rindo jogando a água fervente no pó do café.

—Não ouse me zoar. -Ela apontou para mim andando até o balcão.

—Não adianta fazer cara feia você vai trabalhar com um sorriso no rosto, pois precisamos do dinheiro para pagar o aluguel deste mês. -Terminei de coar o café e logo me servi de uma xícara.

—Eu vou terminar de passar maquiagem, preciso fingir uma cara saudável.

Depois de um bom café da manhã e muita espera finalmente estávamos na empresa novamente, Valerie com sua cara de abatida pós bebedeira e eu aflita com meu projeto.

Coloquei minha garrafinha de água em cima da mesa e abri a gaveta puxando os papéis do meu desenho, porém antes mesmo de conseguir tocar o lápis na folha escutei meu nome sendo chamado.

—Senhorita Wright pode vir até nossa sala por um momento? -Nádia diria encostada próximo a porta.

Meu corpo inteiro gelou e larguei o lápis sob a mesa, encarei para Val em busca de alguma resposta mas apenas recebi sua afeição desesperada.

—Sim, claro Senhorita Miller, estou indo. -Respondi me levantando da cadeira arrumando a postura.

Adentrei a sala e logo de cara pude avistar Morgan sentado com a mão sob a boca com um olhar impassível, estando ao lado de seu pai, Mark.

—Fique a vontade querida, sente-se. -Mark anunciou com um sorriso no rosto.

—Muito obrigada.. -Murmurei me sentando a frente deles enquanto Morgan permanecia me encarando fixamente.

—Você deve estar assustada não é? -Senhorita Miller refutou se aproximando do marido.

—Eu serei despedida..? -Chutei abaixando a cabeça por um momento.

—Oque? Claro que não, você é nossa melhor arquiteta, seríamos idiotas em demitir você. -Mark riu batendo a caneta na mesa me fazendo sentir um alívio enorme no peito.

—Ah..Então o que seria?

—Bom.. Eu e o Senhor Miller iremos nos aposentar, porém precisamos passar a empresa para Morgan oque seria fácil se não tivéssemos um pequeno empecilho. - Ela fez uma pausa caminhando até próximo de mim. —Nossa empresa desde os primórdios sempre foi regida por um casal legalmente casado e como pode ver Morgan não está nem perto disso com alguma garota. -Acabei segurando o riso e ele me encarou com raiva. —Morgan nunca conseguiu se apaixonar por ninguém, só vive de paixonite por aí então gostaríamos de te propor um acordo.

—Que tipo de acordo? -Olhei confusa para a loira.

—Um casamento de mentira, você e Morgan irão permanecer casados por no mínimo dois meses e depois podem se divorciar, depois do divórcio iremos dizer que apenas não deu certo e que talvez surja outra Senhora Miller, quanto a você, irá receber um drástico aumento e poderá permanecer na empresa como chefe arquiteta, iremos informar ao público que mantemos sua presença aqui por ter se tornado alguém muito especial para nós e por você e Morgan já terem superado tudo do passado. -Ela sorria parecendo animada com toda aquela ideia maluca.

Um casamento de mentira? Que coisa maluca é essa que estão me propondo...?

Meus olhos se arregalaram em resposta e não pude esconder meu medo diante daquilo tudo.

—Deixe ela não vai querer. -Morgan proferiu ajeitando sua posição na cadeira.

—Eu..eu posso ver o contrato?

—Claro, pode levar para casa e ler com calma, não precisa nos dar uma resposta agora, esperamos até amanhã minha querida. -Mark sorriu empurrando os papéis do contrato em minha direção. —Com esse aumento súbito de salário sua vida pode mudar totalmente, pense bem Senhorita Wright.

—Ahn...desculpe a pergunta Sr. Mark, mas porque escolheu justo eu para isso?

—A resposta é simples. -Nádia respondeu rapidamente. —Você é nossa chefe favorita e sempre esteve presente em tudo dentro da empresa, pontual e organizada, acreditamos que você seja a ideal para isso.

—Eu não mordo Senhorita Wright. -Morgan riu. —Somente se você quiser.

Minhas bochechas ficaram rubras diante de tal comentário. Mark deu um tapa no ombro do filho e fez uma cara feia para ele.

—Bom, pense bem nós estaremos aguardando ansiosamente pela sua resposta amanhã.

—Eu irei pensar sim Senhorita Miller, pode deixar. -Informei pegando o contrato e levantei da cadeira em seguida, saindo do escritório retornando para minha mesa.

—CRYSTALIS! -Valerie me puxou pela manga da blusa me fazendo quase cair ao seu lado. —Porque diabos você foi chamada lá dentro?

—Eles vieram me propor um casamento de contrato. -Respondi e a cara dela mudou para confusa e assustada.

—Como assim?

—Fingir um casamento com Morgan por dois meses, eles explicaram que em breve irão se aposentar e precisam que o filho seja casado para herdar a empresa. -Falei murmurando para evitar que mais alguém escutasse a conversa.

—Com o Morgan? O bonitão de ontem? Menina você é sortuda! - Ela mexeu as mãos como uma maluca.

—Pssiu! Eu ainda vou ler esse bendito contrato. -Mostrei as folhas. —Depois falamos mais sobre isso, preciso voltar a trabalhar.

Me sentei novamente em minha cadeira e deixei os papéis ao lado para evitar pensar nisto o dia inteiro.

Foi impossível conseguir trabalhar sem encarar aquelas benditas folhas, minha cabeça já estava a mil com essa situação. Já eram quase sete da noite e novamente acabei ficando por último no andar, até mesmo Valerie já havia ido embora.

—Crystalis. - Uma voz masculina falou próximo de mim.

—Eu? -Me virei em um pulo pelo susto. —Morgan?

—Sim, fica calma não irei te matar. - Ele brincou apoiando a mão sob a mesa. —Você parece confusa e assustada com a proposta de mais cedo, então decidi lhe convidar para um jantar de "negócios" por assim dizer, iremos conversar sobre o contrato e encher a barriga.

—Ah...Sim, claro.. -Falei enquanto desligava o computador.

—Ótimo, te espero no elevador. - Ele girou saindo em seguida.

Céus..onde eu fui me meter?

             
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Esposa por contrato | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora