Toda minha animação fora por água a baixo quando o avistei em meio a multidão, Morgan notou minha travada e me encarou confuso.
—Está tudo bem? -Ele puxou meu rosto para si me fazendo parar de encarar aquela maldita pessoa.
—Ah..acho que sim..podemos ir embora? -Me encolhi.
—Claro, mas podemos pegar um sorvete antes de irmos amor?
—Sim.. -Um doce me faria bem.
Saímos rapidamente para o segundo andar e finalmente pude me acalmar um pouco, eu o havia perdido de vista e ele não teria me visto, então estava tudo bem, pelo menos por enquanto...
Sentamos nas mesinhas da praça de alimentação e esperei pacientemente Morgan buscar os sorvetes no Burg King. Meu olhar vagava sem parar pelas pessoas o procurando nervosa, não queria o encontrar novamente.
—Aqui, peguei um de Ovomaltine para você com bastante calda de chocolate. -Ele sorriu me entrando o sorvete.
—Obrigado.. -Murmurei pegando a colher para comer.
—Oque aconteceu mais cedo que você travou? -Morgan questionou o inevitável.
—Coisa do passado... -Preferi não adentrar no assunto.
—Que coisas?
—Não precisa fingir que se importa comigo... -O cortei para o seu bem e para o meu, não queria falar daquilo agora.
Morgan ficou um pouco sério e pensativo me encarando após ter dito aquilo.
—Não é porque estamos casados por contrato que não devo me preocupar com você Crystalis. -Rebateu terminando o seu sorvete.
Aquilo me fez ficar muda, terminei meu sorvete em seguida e levantei rapidamente.
—Só por favor vamos embora daqui eu não estou muito bem no momento.. preciso de um chá. -Suspirei fundo pegando os copos e levando para a lixeira.
—Tudo bem amor, Emeraude irá preparar um chá ao chegarmos, vamos. -Estendeu sua mão para mim.
Segurei-a e saímos rapidamente do shopping para o carro, na volta liguei o som em uma música agitada no estilo pop, precisava me distrair de todos os pensamentos ruins que estavam me cercando no momento.
Ao chegarmos na enorme casa Morgan gritou o nome de Emeraude me fazendo o encarar de maneira feia.
—Não fique gritando por aí desnecessariamente. -O repreendi.
Sua resposta foi apenas uma revirada de olhos para mim. Emeraude chegou depressa e ele logo pediu o chá para ela.
Resolvi me sentar na biblioteca enquanto o chá não ficava pronto, minha mente estava exausta depois daquele encontro inesperado no shopping.
Avistei o violino, fazia tempo que não tocava alguma coisa, já que estava morando aqui Morgan não iria ligar se eu tocasse um pouco. O peguei e sentei novamente fechando os olhos enquanto tocava a melodia calma respirando fundo.
Desde criança sempre gostei de tocar violino, me acalmava quando entrava em crise pela morte de meu pai, infelizmente ele se foi por causa do câncer, mas minha mãe continua viva e a cada dia luta para ficar bem mesmo após a morte dele, ela é uma guerreira.
O som da porta se abrindo me fez parar de tocar encarando diretamente para o lugar, avistando então Morgan com a xícara de chá em mãos.
—Você toca bem, ruivinha. -Ele sorriu se aproximando com a xícara.
—Obrigada.. -Murmurei envergonhada.
—Seu chá está pronto, achei que eu deveria trazer para você já que te obriguei ir ao shopping mais cedo, viu não sou tão mal assim quanto você pensa.
—Obrigada pelo chá e eu não te acho alguém ruim, somente meio irritado. -Respondi pegando a xícara na mão tomando um pequeno gole do chá para ver se estava quente.
Como o esperado estava muito quente, minha língua acabou queimada e fiz careta soprando o líquido um pouco.
—Queimou a língua?
—Sim, esqueci de soprar, típico comportamento meu. -Afirmei soltando uma risada.
O mesmo sentou ao meu lado e começou uma sessão de encarar, me fazendo ficar desconfortável.
—Oque foi? -Questionei o encarando de volta.
—Estou curioso para saber oque aconteceu no shopping para você ficar mal assim.. -Ele arqueou uma das sobrancelhas.
—Eu avistei uma pessoa conhecida somente... -Soltei virando o rosto encarando agora a parede de livros.
—Pessoa conhecida? -Indagou ele.
—Só uma pessoa ruim do meu passado..
Senti seu toque em meu ombro e voltei a encara-lo.
—Se te deixa mais confortável irei contar uma coisa minha para você, afinal somos marido e mulher pelo menos até o contrato acabar. Antigamente eu amei muito uma mulher, eu fazia de tudo por ela, levava ela onde quisesse e até mesmo comprava oque ela pedisse. Um tempo depois notei que ela se tornou estranha, me procurava apenas para pedir as coisas e dormia rápido quando chegávamos em casa, nisso eu resolvi chegar mais cedo em casa um dia e peguei ela no flagra com o meu amigo John, ele estava influenciando ela a me pedir as coisas para ele para que pudesse vender e ambos me fizeram de idiota. Eu resolvi me tornar frio para nunca mais alguém me fazer de trouxa na vida, oque me restou foi sair para baladas e apenas beijar as pessoas por aí sem nenhum afeto, já que a pessoa que amei me deixou e me traiu.
Meus olhos se arregalaram com tamanha informação, ele não era assim porque queria, era por medo de amar novamente.
—Bom.. Eu também já sofri muito com isso de amor, mas ainda acredito que o sentimento do amor não é algo ruim..somente devemos encontrar a pessoa certa para dar esse sentimento e viver ele. -Acabei sorrindo com este pensamento. —Meus pais eram muito felizes juntos e permaneceram assim até o final quando ele morreu..
—Ele morreu como? Desculpe perguntar..
—Câncer. -Respondi guardando o violino no lugar correto.
—Sinto muito por ele. -Morgan tocou minha cabeça me fazendo um breve carinho.
—Bom.. já que você contou sobre oque aconteceu no passado me sinto na obrigação de contar também. -Suspirei fundo.
—Não precisa contar se não quiser.
—Não, tudo bem eu quero. -Falei me arrumando na cadeira e tomando coragem para isso.
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Esposa por contrato | Concluído
Romance•A pacata vida de Crystalis Wright irá mudar totalmente após uma proposta repentina vinda de seu mais novo chefe, Morgan Miller, o grande herdeiro. Após longos meses trabalhando na The Foster seus antigos chefes se aposentaram e com isso um problema...